quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

No que você está pensando?

O tema da postagem de hoje veio do Facebook. Abri a rede social para olhar as "novidades" e, como de costume, deparei com a pergunta "no que você está pensando, Conceição?". É Facebook, até você... Já se deram conta que sempre nos estimulam a falar sobre os nossos pensamentos, e não sobre os nossos sentimentos? O Facebook até oferece a opção de escolher um sentimento para acompanhar a postagem, mas, o tema principal, são os pensamentos. 

É assim na vida real também. Na escola, o único aprendizado que é verificado, cobrado, incentivado, é o racional. Teorema de Pitágoras, Leis de Newton, novo acordo ortográfico e várias outras coisas que devemos memorizar para alcançar boas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e garantir um alto índice de matrículas para o colégio no ano seguinte, depois que nosso nome for estampado no outdoor com a aprovação em Medicina, Direito, ou qualquer outro curso bastante concorrido. Para os alunos de escola pública (como eu fui), o objetivo não é garantir matrículas, é garantir votos para o governante que investe em educação "de qualidade". 

Aprofundo minhas opiniões sobre educação em outro momento, sigamos adiante. Nos últimos anos as coisas começaram a mudar, mas para pior. Se éramos incentivados a pensar o tempo todo, agora somos obrigados a escolher qual pensamento reproduzir. Estamos sempre com pressa e se outros já pensaram por nós, já defenderam argumentos, por que nos dar o trabalho de pensar tudo novamente? É só ler e compartilhar o pensamento alheio que combina com o meu, mesmo que eu não tenha entendido boa parte do que a pessoa escreveu, mesmo que eu nem tenha lido mas já tenha ouvido falar que fulaninho é inteligente ou o digital influencer do momento. Sem perceber, vamos repetindo frases e discursos de outrem até que aquele pensamento se torne "nosso". E com conhecimentos rasos, advindos de leituras do Instagram ou videos do Youtube (e nem checamos a veracidade das informações que circulam nas redes, porque não temos tempo ou vontade). 

E vamos assim, pensamentos, pensamentos, pensamentos... quando chegará a era dos sentimentos? Estive em um curso uma vez, em que a facilitadora falou que nosso grande erro é pensar que somos seres racionais que sentem, quando na verdade somos seres emocionais que pensam. Esta frase veio em um momento de autoconhecimento onde eu estava justamente aprendendo a aceitar que essa é uma grande minha verdade. Sim, porque a minha verdade pode não ser a do outro. 

Seremos massa de manobra fácil sem o mínimo senso crítico, é verdade. Não disse em momento algum que o pensamento deve ser eliminado, apenas lembrei que o sentir, a inteligência emocional, também é uma inteligência. Mas se o pensamento, que sempre foi prioridade, está perdendo o valor, não quero nem pensar no futuro dos sentimentos. 

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O efêmero

Às vezes tenho a impressão de que vivemos em uma época onde as coisas, ideias e sentimentos não são feitos para durar. Ou melhor, são feitos para durar o tempo de um "storie" no Instagram. São tempos de velocidade, de instantaneidade, das histórias sem continuidade. 

O celular do ano passado já está obsoleto simplesmente por ser do ano passado, porque o deste ano tem apenas uma pequena bobagem de diferente, mas executa as mesmas funções. As músicas do ano passado também já são "velhas". Computadores, roupas, amigos, ídolos, tudo precisa ser trocado periodicamente para ninguém ficar de fora das tendências. Se um relacionamento amoroso acaba, o tempo do "luto" é igual ao tempo de fazer um perfil no Tinder e dar o primeiro "match". Instantaneamente vamos tornando tudo efêmero. 

Eu ainda acredito nas coisas mais duradouras, por mais démodé que isso seja. As músicas boas, por exemplo, são eternas. Daqui a dez anos talvez ninguém lembre de alguns "hits" deste verão, mas certamente haverá alguém escutando Beatles ou Michael Jackson, mesmo que sejam chamados de antigos, ultrapassados, saudosistas. E se eu não mudar muito, serei uma dessas pessoas. 

E como eu amo as metáforas e elas andam sumidinhas por aqui, vamos trazê-las de volta. Tenho quase convicção de que você será sempre Beatles ou Michael Jackson para mim. Sempre vou amar, sempre vou querer perto, sempre me farão feliz, ainda que outros critiquem, julguem, peçam para tocar Ivete ou MC Kevinho. O que é bom é para sempre, e cada segundo do seu lado é maravilhoso. Não posso deixar de esperar e sonhar em viver isso novamente. 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Superstições!

Em condições normais de temperatura e pressão, a maioria de nós, humanos, é supersticioso sim. Uns em maior grau, outros nem tanto. Estou nessa segunda categoria e a cada dia que passa minhas superstições diminuem. Não poderia ser diferente, depois daquele longínquo dia em que estava indo fazer uma prova de Matemática na escola e um gato preto passou correndo bem na minha frente (quase me derruba), a poucos metros do colégio. Fiquei tensa por cinco segundos, afinal, a Matemática e eu nunca morremos de amores uma pela outra. Fiz a prova e minha nota foi oito. Era o fim da superstição com os gatos pretos. No máximo mudaria a crença: ele me deu sorte. 

E assim as coisas foram acontecendo, mas ainda não posso me considerar uma pessoa sem superstição. O que hoje mudou foi que as (poucas) superstições que tenho são somente de coisas boas. Nada de azar! Penso que se eu ficar acreditando que ele existe, ele existirá. Entre as minhas "novas" superstições, a que mais se destaca, talvez, é a da flor.  Tem uma planta na minha casa que me dá flores esporádicas de presente. São flores vermelhas, lindas, que nascem e morrem no mesmo dia.  Comecei a observar que toda vez que brota uma flor nesta planta acontece alguma coisa que me deixa feliz, ou melhor, mais feliz, porque já é uma felicidade ganhar esse presente da natureza. 

Resumindo: quando a superstição é para algo de bom, eu tendo a acreditar. Hoje eu tenho uma coisa importante a fazer, algo que pode (e deve) mudar o meu futuro. Um processo seletivo para uma nova graduação. O mais comum é ficar um pouco tensa nessas situações, mas a sequência de fatos me deixou com boas energias, vibrações, certezas. Normalmente eu não me lembro dos meus sonhos. Eles se apagam da memória com o toque do despertador. Eu só recordo dos sonhos que eu preciso recordar, disso eu tenho certeza. Esta manhã eu acordei lembrando do sonho e a primeira coisa que fiz quando levantei foi procurar o significado dele na internet. Os sites especializados falaram em dias felizes a caminho, projetos antigos saindo do papel, só coisas positivas e que se encaixam na minha realidade neste 29 de janeiro. E quando eu olho para a minha plantinha na varanda... tcham, tcham, tcham, tcham... a flor!!!! Não tem como não me encher de pensamentos positivos!!!!


Olha a flor ai...

domingo, 28 de janeiro de 2018

"Tudo muda o tempo todo no mundo"...

"Não adianta fugir nem mentir para si mesmo..." Acredito muito nesta sentença. Mentir para si mesmo é a pior das mentiras, mesmo quando há uma suposta boa intenção (proteção, segurança) guiando este ato. E não adianta fugir, porque o que é essência um dia vem à tona. 

Não podia ser outro o tema da postagem de hoje, depois de um final de semana que me trouxe tantas lições, tantas reflexões. "Como uma onda", canção de Lulu Santos, foi lançada em 1983. No auge dos meus cinco aninhos eu já me pegava pensando em como tudo muda o tempo todo no mundo, como a vida vem em ondas como o mar? Encontrei respostas que mudaram ao longo dos anos, conforme fui crescendo, mas hoje estes questionamentos voltaram. Estou mentindo para mim mesma? 


 

sábado, 27 de janeiro de 2018

BBMP!!!!!!!!!!!!!!!!!

Desde criança eu gosto de futebol. Ele está nas minhas mais remotas lembranças, quer seja nas minhas (fracassadas) tentativas de praticar o esporte ou dos jogos que acompanhei pela televisão. Meu pai torcia para o Esporte Clube Bahia, paixão que ele herdou do pai. Apesar de eu não ter crescido na companhia de meu avô, que nos deixou quando eu três ou quatro anos, tenho vagas recordações dele fazendo pipoca para mim e me mostrando o estádio - ele morava bem perto, tinha uma visão privilegiada. Eu nasci com o DNA tricolor também, mas demorei a aceitar, até lutei contra isso por alguns anos. Vejamos. 

Na minha casa, no meio da sala, tinha um quadro com o distintivo do Esporte Clube Bahia. Eu admirava o quadro, sempre ficava olhando para ele. Como eu não tinha a melhor das relações com meu pai (e não tenho até hoje) e adorava Zico, eu "resolvi" que seria Flamenguista. Ao ver que isso deixava meu pai irritado, afinal o Flamengo é rubro-negro e tem as mesmas cores do Vitória, eu deitava e rolava. Bobagem, grande bobagem. 

Meus pais se separaram e o contato com meu pai foi ficando cada vez mais escasso. Acompanhando futebol apenas pela televisão, comecei a simpatizar com o São Paulo de Careca, ali nos meados dos anos 80. E essa fase durou até o final dos anos 2000. 

Na adolescência, a maioria da minha turma na escola era torcedora do Vitória, o maior rival do Bahia. Em um dia normal de aulas, um torcedor do Bahia tinha levado a camisa para a escola e deixou pendurada na cadeira. Na hora do intervalo, um grupo de torcedores do Vitória viu a camisa e começaram a dizer que era "pano de chão". Nunca tive tanta agilidade na minha vida. Voei em cima do manto sagrado e enfrentei os meninos dizendo que ninguém pegaria da minha mão a camisa. E não pegaram. Ficaram dizendo que não sabiam que eu era tricolor e eu, sem querer admitir para mim mesma, respondia que só tinha feito isso porque era a camisa de um amigo querido. 

O tempo foi passando, e fui "baixando a guarda". Fui começando a dividir minha atenção entre Bahia e São Paulo até que fui ao estádio. Não teve jeito, apaixonei de vez. Nem lembro que o São Paulo existe mais. Assistir a um jogo do Bahia no estádio é uma emoção indescritível. Todo torcedor deve achar isso em relação ao próprio time, mas o Bahia tem uma magia, uma coisa inexplicável. Até nisso minha vida mudou, como foi importante assumir, entender, expressar minhas emoções. No futebol, em tudo. BBMP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (Bora Bahêa minha porra!)


sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O tempo passa, o tempo voa...

Era final de 2016 quando uma amiga me indicou esse livro!? Nem sei como classificar, na verdade. "Uma pergunta por dia" tem formato de livro mas quando você abre parece um caderno, um bloco de notas. Como o próprio nome diz, a publicação traz uma pergunta por dia para que você responda. São questionamentos bem variados, das coisas mais triviais às mais complexas. São questionamentos que vão desde qual o última vez em que você esteve em um restaurante até qual a sua missão na vida. 

Há espaços para respostas de cinco anos. Você pode iniciar a qualquer momento, já que é atemporal. Eu comprei o meu tão logo a amiga indicou, no final de 2016, mas, como faltavam poucos dias para o ano novo e de alguma forma eu intuía que ele seria um divisor de águas para mim, deixei para começar a responder no primeiro dia de 2017. Ao longo do ano, tive a sensação de que estava escrevendo um livro sobre mim. São meus pensamentos, sentimentos e lembranças ali registrados. 

Quando eu já achava legal, 2017 se despediu. Com o início de 2018 a sensação foi ainda mais gostosa. Ao escrever as páginas do livro sobre mim não tenho como não observar a resposta do ano anterior. Algumas coisas já estavam esquecidas, outras mantiveram a resposta, outras mudaram. Não sei se ainda pensarei assim no último ano do livro mas hoje tenho vontade de comprar outro para mais cinco anos. Estou gostando bastante. Fica a dica. 



quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Dinheiro!!!

Não, não estou sem assunto. Ao contrário, tenho vários. Muitos, diversos, aos montes. Entretanto, não estou conseguindo organizar as ideias porque a sessão de terapia/coaching me deu uma chacoalhada hoje e fiquei com o pensamento agitado. Então, vamos a uma parada de sucessos musicais com um dos temas que causou todo esse rebuliço mental: dinheiro!

Sem uma ordem de importância, de forma aleatória, vamos curtir a playlist. 

Tim Maia - Não quero dinheiro
Paulinho da Viola - Pecado Capital
Raul Seixas - Ouro de tolo
Bruno Mars - Billionaire
Psirico - Lepo Lepo











quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Fechando as postagens sobre seleção

Hoje sim, fechando a sequência das postagens sobre seleção para emprego/estágio. Não tenho formação na área, sou uma profissional de comunicação que foi parar na Gestão de Pessoas, e com isso a minha "técnica" é uma só: intuição.  As primeiras seleções eu apenas acompanhei e observei como a administradora fazia. Quando chegou a hora de fazer as seleções sem ela, pensei em copiar o  que ela fazia mas, assim como faço com praticamente todas as receitas culinárias que pego para fazer, mudei alguma coisa. Até que ficou com a minha cara. 

Devem ter sido algumas poucas dezenas de seleção nestes dois anos e, claro, tenho algumas histórias para contar. Aprendi e aprendo muito nas seleções. Aprendo com as histórias, com a observação do comportamento humano... Talvez tenha sido nas seleções que aprendi a fazer cara de paisagem para não expressar nenhuma emoção ao ouvir coisas como estas que escrevo a partir de agora. 

Logo na primeira vez, quando eu ainda só observava, uma candidata falou mal da organização. Oi!?  Se é ruim, por que você quer ir para lá?????? Na mesma oportunidade, outra diz "eu estou fazendo a seleção porque quero passar pelos meus próprios méritos, mas não precisava porque tenho uma pessoa que poderia me colocar lá dentro direto". Sim, meu bem, e eu estou aqui fazendo o quê? Apenas divando? Achei uma falta de respeito com os outros candidatos, de certa forma ela falou que por ter uma alma nobre deu chances a eles, mas que ela ficaria com a vaga porque, além dos próprios méritos, tinha quem a indicasse. Nem passou para a segunda etapa.

Teve também a garota que respondeu "eu sou evangélica" quando eu pedi que ela citasse uma qualidade. Oras, se ser evangélico é qualidade, na forma de pensar dela, suponho que não ser seja um defeito. Segunda etapa cancelada com sucesso. 

Em outra seleção, uma garota estava muito nervosa. Muito mesmo. Ela deve ter visto em algum lugar ou alguém ensinou que ela segurasse alguma coisa para se acalmar e optou por uma caneta. Não funcionou, ela acabou partindo a caneta ao meio. Quando ela viu que quebrou a caneta ficou mais nervosa e envergonhada. Os rapazes também protagonizaram cenas inusitadas. Teve um que respondeu que não sabe trabalhar sozinho porque tem medo da solidão e elegeu como ponto a melhorar em si mesmo... o charme! Esta criatura também elegeu como principal qualidade o fato dele ser vaidoso e gostar de se arrumar. Sim, isso mesmo. 

Em uma seleção recente, um dos candidatos se apresentou muito bem. A menina que falaria logo após dele pediu para desistir dizendo que percebeu que não estava preparada. Outra garota entrou na sala e antes que eu me apresentasse ela perguntou aos demais candidatos se algum era indicado. Sem contar as histórias de vida que comovem...

Tem aqueles que ensaiam as respostas na véspera e chegam com o discurso pronto, algo como "eu me sinto preparado para oferecer meus conhecimentos a esta conceituada empresa e sei que posso contribuir muito para o crescimento da organização e blá blá blá". Então, eu faço uma pergunta que a pessoa não está esperando. Alguns ficam como papagaios repetindo o discurso ensaiado, mas todos acabam me mostrando um pouco de como são. 

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O estagiário

Queria prosseguir a sequência das postagens sobre seleções (como sugeri no final da postagem de ontem) mas o sono está me vencendo... e de goleada! Então, amanhã eu conto os casos pitorescos, engraçados, esquisitos. Por ora, um vídeo de humor que gosto bastante e que mostra (algumas) situações que conheço ou que já ouvi falar (certamente e infelizmente foi baseado em fatos reais). Não sei de quem é o texto, mas a performance de Murilo Gun está ótima, bastante convincente. Acho que vale a pena o clique no play.


segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Gerir pessoas

Teria sido o destino que me levou à área de Gestão de Pessoas? Não contei aqui ainda mas entre uma faculdade de Comunicação (Publicidade) e outra (Jornalismo) eu tentei fazer Administração. Abandonei o curso no terceiro semestre por algumas razões e uma delas foi a falta de identificação. Costumo dizer que a Administração é mais exata das Ciências Humanas. Por mais que as últimas correntes teóricas tenham uma valorização maior do ser humano (de onde decorre a mudança de terminologia de "Recursos Humanos" para "Gestão de Pessoas"), o foco principal sempre foi e sempre será o monetário, o lucro. E não é esta a maior riqueza para mim.

Não estou dizendo que toda empresa deveria ser filantrópica, não estou condenando a Administração, não estou dizendo que dinheiro não é bom e eu não gosto. Muito pelo contrário, acredito que a Administração é muito importante para a sobrevivência de uma organização, qualquer que seja ela. E o dinheiro pode trazer felicidade quando utilizado para realizar sonhos. Apesar dos três semestres de faculdade, eu só conheci a Gestão de Pessoas, de forma muito superficial, na pós-graduação. E depois, com um pouco mais de detalhamento, estudando para concursos públicos. 

E então veio o destino (ou teriam sido minhas escolhas? ) e me levou para a área de Gestão de Pessoas, especificamente para trabalhar com acompanhamento de programa de estágio. Uma paixão avassaladora. Atrair, desenvolver, manter. Dessa paixão para o flerte com a Psicologia foi um piscar de olhos. Nova graduação à vista, como a vidente previu (conto isso depois). 

Acredito que a minha paixão pela Gestão de Pessoas foi correspondida. Ouvi hoje de um colega que selecionar estagiários é muito difícil e que ele não gostaria de fazer o que eu faço o tempo inteiro. Realmente, não é muito fácil, mas tenho gostado bastante. Não tenho formação, não tenho técnica, é tudo baseado na intuição. Tenho um jeito bem próprio e especial de fazer isso.  A missão é, em uma hora e meia ou duas horas, identificar algumas características do candidato e comparar com o perfil da vaga, para ver se há correspondência. Depois, encaminhar para a segunda etapa (entrevista com o gestor da área) os aprovados. Na sequencia, providenciar contratação, inclusão em folha de pagamento, acompanhamento mensal de frequência, etc. 

Tenho aprendido bastante com as seleções para estagiário. Vou fazer um apanhado geral na memória para trazer para cá algumas histórias curiosas, engraçadas, estapafúrdias que aconteceram nestes quase dois anos. Pronto, parece que a postagem de amanhã já está decidida. 


domingo, 21 de janeiro de 2018

Válvula de escape

Costumo dizer que a ansiedade é o mal do século. Muitas pessoas sofrem com isso e é algo que caminha lado a lado com o estresse. O estresse precisa de uma válvula de escape e aí entra a importância (também) das atividades físicas, do lazer e dos hobbies. Eu tenho hobbies, assim mesmo, no plural. Acredito que pelo fato de termos que fazer sempre escolhas (já escrevi sobre isso por aqui) acabamos nos apegando ao "ou" e até mesmo quando cabe um "e" optamos pelo que nos é mais familiar. Gostar de pagode "ou" de MPB? E se eu escolher trocar o "ou" pelo "e" e apreciar os dois gêneros musicais? Muitas vezes as minhas escolhas são assim...

Hobbies, por exemplo. Não sei se é possível alguém adotar um hobby por uma decisão racional porque comigo não foi assim. Além da escrita, gosto de fotografias (tenho usado mais o celular para os registros, por enquanto), de leitura, de cuidar de plantas. As plantas me ensinam bastante. Cada uma tem um jeitinho diferente e precisamos aprender como cuidar delas, o que elas gostam. Seria mais fácil se viesse com manual de instruções, mas não vem. Certo, eu não leio a maioria doa manuais de instruções a não ser que apareça algum problema com a "coisa", mas é bom saber que eles estão ali para qualquer eventualidade. No caso das plantas, o "manual" é o Google. 

Assim como (a maioria) das pessoas, as plantas não expressam verbalmente como gostam de ser tratadas. "Pode me colocar no sol, por favor? Eu gosto". "Não, não me dê mais água, ainda não preciso". Se você souber o nome da planta, o Google ensina o que fazer. Eu não sei o nome das minhas, então, tenho que recorrer à observação. Algumas vezes não dá tempo e a planta morre antes de ficarmos amigas, mas faz parte da vida. Talvez  seja assim com as pessoas também, a relação acaba de antes de entendermos o outro. 

O fato é que ter (pelo menos) um hobby ajuda muito no alívio das tensões do cotidiano. As plantas apareceram para mim meio por acaso. Minha mãe sempre teve plantas em casa mas eu ainda não tinha pensado no assunto até que fui a um evento sobre sustentabilidade em que os participantes foram presenteados com mudas de plantas. Pronto, nascia ali uma nova paixão. 

sábado, 20 de janeiro de 2018

Troca o canal ou desliga a televisão. Simples assim.

Todo ano é a mesma coisa, começam as chamadas para o Big Brother Brasil e começam, nas redes sociais, as reclamações sobre a presença do reality show na grade de programação da maior emissora de televisão brasileira. Começam os "textões" contra a Rede Globo e o processo de "alienação", sobre como o brasileiro não sabe fazer escolhas etc. Começam os pedidos para que o programa saia do ar. Até então, tudo certo, fica sob a égide da liberdade de expressão. 

Entretanto, começam também as ofensas contra quem gosta do programa, os discursos de ódio. Bastante comum na contemporaneidade, este comportamento de incitar o ódio é lamentável e preocupante. Esta semana foram anunciados os participantes da nova edição e o ciclo das reclamações/ódio se reinicia. Para mim, fica a pergunta no ar: não é mais simples mudar de canal ou desligar e televisão e respeitar o direito de quem gosta do Big Brother acompanhar o programa?

Fazer isto, respeitar o outro, não vai deixar ninguém menos intelectual ou menos crítico ou mais manipulável pela famigerada mídia. Vai apenas deixar uma pessoa mais legal, mais tolerante. Sim, o mundo precisa de pessoas mais tolerantes! Eu não assisto ao Big Brotlher Brasil, mas também me entretenho com coisas considerada pouco ou nada inteligentes. Isto porque eu não preciso parecer inteligente, descolada, culta ou qualquer outra coisa, o tempo todo. O que eu preciso é apenas SER eu mesma, com meus defeitos e qualidades, meus erros e meus acertos, minhas escolhas. 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

La temperatura


Acho que conheci Maluma quando ele gravou Sim ou Não com Anitta. Depois, nas aulas de Zumba, conheci outra música dele gravada com Thalía. Ou terá sido o inverso? Não sei. Um parêntese - Thalía é aquela mesma atriz de Maria do Bairro, Marimar e Maria Mercedes, as novelas mexicanas mais famosas do SBT até a Usurpadora usurpar também este título. Oportunidades não faltaram, mas nunca assisti a nenhuma destas novelas. Também não assisti ao filme "A Lagoa Azul", campeão de exibição nas Sessões da Tarde da Globo, mas deixemos isso para outra hora. 

Fato é que hoje em dia mudamos a forma de produzir e consumir música. A internet revolucionou a indústria cultural. A vendedora de DVDs e CDs piratas que atuava na esquina de onde fica a organização onde trabalho precisou mudar de ramo depois do surgimento de Netflix e Spotify. Ela agora vende produtos alimentícios de procedência misteriosa. São artigos industrializados, de marcas famosas, vendidos a preço muito inferior do que o praticado em qualquer mercadinho de bairro ou mercadão de grandes redes ou que comercializam no atacado.

Nada de desviar o foco! Maluma (suspiros) é um dos mais bem sucedidos representantes do reggaeton, ritmo latino que ganhou as paradas de sucesso mundial e emplacou sucessos como o do portorriquenho Luis Fonsi - Despacito (é um hit do ano passado mas ainda não enjoei de ouvir). Contagiante, o reggaeton também é presença certa em qualquer aula de Zumba e "desata o fuego en (nuestra) cintura densa y dura". 

Há quem critique que algumas letras de Maluma são machistas, mas acredito que há coisa muito pior em solo nacional mesmo - vide a letra de "Surubinha de leve", que precisou ser reescrita após denúncias de apologia ao estupro e ainda não ganhou nada de qualidade. Sem entrar neste mérito sobre o "suposto" machismo de Maluma, sem emitir opinião (até porque meu Espanhol não é suficiente para entender todas as letras e ainda não parei para traduzí-las) escolhi uma das canções do artista para a postagem de hoje. Descobri a canção no Spotify e isto ilustra o que falei acima sobre a mudança na produção e consumo de música. Os clipes ganharam muito mais força com o Youtube e uma música composta hoje e gravada hoje já pode ser ouvida hoje, uma instantaneidade muito apropriada para uma geração ansiosa e imediatista. 

Enfim, gosto muito desta e outras canções do Maluma (incluindo o dueto da deliciosa "Vente pá cá", com Ricky Martin), e ela combina muito com uma noite de sexta-veira de verão em um país tropical. Certo, ainda que não combinasse talvez eu postasse ela aqui hoje porque deu vontade e porque estava com um pouco de pressa para textos mais elaborados. 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Quem dança seus males espanta

Minha relação com a dança era um amor platônico até o ano passado, apesar de eu ter começado a frequentar as aulas de Zumba e Fitdance em 2015 (eu acho). Comecei bem timidamente, nas primeiras aulas eu ficava no fundo da sala morrendo de vergonha, achando que estavam todos olhando para mim e criticando e rindo da minha performance desastrosa. Parava várias vezes com o pretexto de beber água ou de que o joelho estava doendo. Coincidentemente a sede ou a "dor" só surgiam nas músicas que eu achava a coreografia mais difícil. 

Hoje eu fico na frente, no máximo na segunda fila. Não paro para beber água, o joelho não dói.  Ainda acho que se alguém me observar dançando vai criticar ou rir da minha performance desastrosa. A diferença é que agora isso não faz a menor diferença para mim. A opinião dos outros não importa mais, o que importa é a minha diversão. Eu e somente eu no centro das minhas atenções. O dançar é consequência, a intenção principal é a alegria. Deixemos a exigência de apresentações irretocáveis para os profissionais ou competidores. Vamos nos permitir errar, não nos cobrar tanto e nos divertir e aprender com os nossos erros. Na dança, na vida. 

Comecei a fazer as aulas porque achava que seria bom para mim fazer uma atividade diferente das que eu já fazia, podia ajudar no emagrecimento tão necessário. E os primórdios foram do jeito que descrevi no parágrafo inicial. Considero que ainda estou longe de dançar bem, mas com certeza já evoluí muito. A coisa toda foi bastante revolucionária e natural. Não me dei conta da transformação até me pegar descalça em um aniversário, super à vontade na pista de dança - pedindo música ao DJ!!!. "Você tem alguma coisa do Maluma???" E sem a "ajuda" do álcool para superar a timidez, eu não gosto (o sabor e o efeito não me agradam, mas isto pode ser tema de outra postagem). 

O essencial nessa trajetória foi a minha determinação. Não a determinação em me tornar uma dançarina de fechar o baile, mas a determinação de não desistir sem que tivesse tentado todas as possibilidades. Eu não desisto fácil das coisas e nem das pessoas. Outro ponto importante: o incentivo dos instrutores. O de Zumba faz eventos beneficentes eventualmente. Eu tinha vontade de ir, mas a ideia de ter várias outras pessoas que não me conheciam avaliando minha dança me apavorava. As meninas na academia já sabiam que eu não sabia dançar... já tinha me acostumado...

E então, veio um evento destes beneficentes e o professor perguntou para mim: "você vai?". Eu respondi "não sei, ainda estou pensando". Ele então me deu uma das camisas que era o "ingresso" da festa e disse, taxativo. "Você vai". Ele me deu um compromisso, uma responsabilidade. E eu fui. E dancei como dançava na aula, do mesmo jeito sem graça, tentando me esconder. E comecei a olhar em volta e comparar meus passos com os de outras pessoas. Sim, tinha gente que dançava pior que eu e parecia não se importar com isso. Por que eu estava me importando? 

Este pensamento pode ter sido a bandeira branca que selou a paz entre mim e eu mesma. Aos poucos fui vendo minha evolução e sentindo os benefícios da dança. Como eu costumo dizer, eu me entrego de corpo e alma a tudo que me apaixona. E eu me apaixonei pela dança. Minha coordenação motora melhorou bastante, a resistência muscular, a tonicidade, a parte cardiorrespiratória (consigo falar depois da coreografia sem ficar ofegante como alguém que anda dias no deserto sem água). O emagrecimento não veio, mas foi por outras falhas (alimentação principalmente). E a gente não dança somente com o corpo, logo, os benefícios também transcendem para a alma, para a mente. A memória melhora (recordar as coreografias), a concentração (não errar as coreografias) etc. 

Nas aulas ouvi relatos de pessoas que superaram a depressão com a dança, que melhoraram a autoestima com a dança. Acho que posso me incluir nos relatos em relação a melhorar a timidez e autocrítica ultra severa depois da dança. Sabe aquela máxima do "dance como se ninguém estivesse olhando?". Foi o que aprendi a fazer. Não sei se consegui expressar em palavras tudo de bom que isso traz, então, deixo meu convite. Experimente, deixe a dança transformar você também. 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Existe destino?

O destino pediu para ser tema de reflexões por aqui. De que forma? "Aparecendo" em algumas conversas ao longo desta semana que ainda está pela metade. E em fatos do dia de hoje. Existe destino? Não consigo simplesmente ignorar as nossas escolhas e como elas podem fazer alterações no percurso da nossa existência. Sendo assim, o destino pode ser modificado por ações humanas. Como podemos afirmar a existência do destino se podemos até mesmo evitá-lo?

Fiquei pensando um pouco sobre isso e tinha a ideia de escrever alguma coisa por aqui quando os pensamentos estivessem mais "maduros". E então, veio o dia de hoje e talvez o "amadurecimento" das ideias aconteça enquanto elas estão se transformando em bites e bytes. Será destino que a postagem de hoje seja sobre destino? Ganhando ares de abordagem filosófica, vamos em frente. 

Por algumas razões, acordei no meio da madrugada e levei muito tempo para dormir novamente. Quando o celular despertou, eu abri mão da aula de Pilates por mais uma ou duas necessárias horas de sono. O que teria o destino me reservado para estas primeiras horas da manhã eu não faço a menor ideia, mas minha decisão de continuar na cama certamente frustrou os planos. Acordei ainda com resquícios do mal estar, mas fui trabalhar normalmente. Enquanto me arrumava, pensei que seria um daqueles looooooongos dias, intermináveis, cansativos, chatos, enjoados... 

Foi quando olhei para o quadro branco que coloquei ao lado da cama e lembrei de uma das primeiras mensagens que escrevi nele: o dia bonito quem faz é você. Decidi que meu dia seria bom e com isso os pensamentos negativos não encontraram terreno fértil para dar frutos. Eles bem que tentaram, mas eliminei o mal pela raiz. E assim, as coisas foram acontecendo. Se o meu destino era ter um dia ruim, meus penamentos mudaram tudo. E as atitudes também. Não adiantava só pensar e ficar esperando a providência ou aceitar o destino sem fazer nada para mudá-lo. 

Claro que nem tudo podemos modificar, há coisas que realmente ficarão a cargo do destino ou da decisão de outras pessoas. Conheci uma mulher hoje de 42 anos de idade que há pouco mais de um ano perdeu o filho assassinado. Não sei se sou capaz de imaginar a dor que é para uma mãe sepultar um filho. Ela me contou uma parte do que aconteceu e o que mais me chamou a atenção no relato foi como ela transformou a dor em força para lutar por justiça. Desenvolvi de imediato a admiração por uma mulher que acabara de conhecer e que saiu de um quadro de depressão à beira de um suicídio para uma ativista de mudanças na sociedade. 

Então eu me pergunto: onde entra o destino nessa história? Seria ele tão cruel a ponto de ceifar a vida do filho para transformar a vida da mãe? Estava escrito? Ou foi a decisão dos que mataram o filho que mudaram o destino da mãe? O fato é que ela mudou o próprio destino quando decidiu que não queria viver em depressão. E quando transformou a decisão em ação. Ainda não tinha definido o tema da postagem de hoje mas a história dessa mãe ligou as engrenagens do meu pensamento. Reforçou a minha própria experiência do início da manhã, claro que algo muito menor e sem gravidade, densidade e intensidade mas ainda assim um exemplo de como as nossas escolhas interferem em nosso destino. 

E como não podiam faltar as metáforas, acho que o universo (ou teria sido o destino?) se utilizou desta ferramenta para me ensinar mais uma lição. Uma lição nas relações amorosas. Meu sentimento continua igual, mas neste caso mesmo sendo um destino para o par, as decisões de um afetam o destino do outro. Ele escolhe se quer continuar sapo ou se vai virar príncipe. Eu escolho se vale a pena insistir ou persistir. Certeza de que há sentimento também do lado de lá, eu tenho. Entretanto, não posso desconsiderar de que não compete apenas ao destino a realização desse amor. A escolha dele também conta, e muito. Se tiver que ser, um dia, será. Obra do destino ou consequência das nossas decisões?

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Coincidências existem?

Segunda-feira, 16 de janeiro de 2017. Ela havia começado a usar um aplicativo de relacionamento, paquera, qualquer coisa do tipo. Há alguns dias, um perfil de um usuário a encantara, hipnotizara. Ela colocou o "gostei", o "like", o "curti" (para usar uma linguagem contemporânea). E na véspera, o aplicativo sinalizara que ele também havia gostado dela. Com o coração batendo na velocidade da luz ela mandou uma mensagem para ele e naquele 16 de janeiro veio a resposta. Trocaram meia dúzia de palavras já com uma intimidade de quem se conhecia há anos. 

Ele despertara nela lindos e intensos sentimentos e ela tinha certeza de que era correspondida. Ela tinha certeza de que era ele quem ela esperou a vida inteira. O tempo passou, eles se encontraram. O encantamento só cresceu, foi se transformando em paixão. Ela sucumbiu de imediato, se entregou mesmo, de corpo e alma, mas ele... Ele talvez não estivesse pronto ou não tivesse a coragem que ela teve. Suposições, mas talvez ela nunca saiba a verdadeira resposta. Ele se afasta e ela fica somente com as lembranças. São tão doces as recordações...

Ela conhece outros rapazes, mas os poucos que despertam algum interesse nela são os que tem algo  de quem ela não consegue (ou não quer) esquecer. E o tempo vai passando... E eis que ela se dá conta de que chegou novamente o mês de janeiro. Seu coração tem muito amor e ela precisa de alguém para dividir esse sentimento. Ela decide voltar aos aplicativos de paquera. Novamente, um perfil lhe chama a atenção. Não teve o mesmo efeito hipnótico de um ano atrás, mas mexeu com ela, algo não muito comum nos últimos tempos. E quando chega o dia 16 do primeiro mês do ano de 2018... tcharam! Exatamente um ano depois daquela mensagem onde tudo começou, aquela mensagem tão simples que foi tão importante, que mudou tanta coisa... Outra mensagem, outro início de contato!

Coincidências existem? Um raio cai duas vezes no mesmo lugar? O tempo trará essas respostas. 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Decisões

Outra postagem cujo tema apareceu naturalmente em uma conversa durante o dia: decisões. Algumas pessoas se consideram indecisas por natureza, outras têm momentos de indecisão diante de determinadas situações. E não se esgotam aqui as categorias de indecisos. Não gosto de limitar as possibilidades quando o assunto é ser humano. Acho que não funciona. E como foi que as decisões vieram parar aqui no blog? Quando eu falei uma frase que desencadeou uma série de ideias: nós decidimos o tempo inteiro, decidir é escolher e a vida é feita de escolhas (não serei modesta, eu acho que realmente sou boa nessa história de criar frases de efeito). 

A existência do blog é uma decisão. As postagens diárias outra. Decidimos o tempo inteiro, mas não pensamos sobre isso, apenas vamos fazendo as escolhas. O simples acordar envolve uma série de decisões, algo simples como a programação do despertador requer várias escolhas (que horas? celular ou rádio relógio? despertador convencional? qual o toque? qual o volume?). Banho quente ou frio? Vestir calça ou vestido? Qual a cor? Levar ou não levar o guarda-chuva? 

As refeições também são escolhas. Considerando um hábito normal de pessoas que não passam por privações em decorrência das finanças, há a decisão do cardápio, se consome ou não açúcar, se leva almoço para o trabalho, qual quantidade comer, qual o melhor horário para comer etc. Praticar ou não praticar atividades físicas? Qual delas eu vou praticar, se decidir por um sim? E qual a programação do final de semana? Cinema? No mínimo uma dezena de opções em cartaz. 

E é assim o dia inteiro. Colocar as contas no débito automático? Beber água primeiro ou ir ao banheiro primeiro? Passar no caixa eletrônico na ida ou na volta do almoço?  O telefone toca, você tem a opção de não atender ainda que seja seu chefe. Apesar de ser uma coisa que fazemos naturalmente a maior parte do tempo, decidir, em alguns momentos, ganha ares solenes. E isso assusta algumas pessoas, que preferem que outros decidam por elas para não ter que carregar o peso da culpa, caso se mostre a opção menos adequada. Isto porque para todas as decisões há uma consequência, como nos ensina a Física na lei de ação e reação. E se a decisão for adequada? Vai deixar de receber os méritos também? E qual o problema em fazer ajustes em planos inicialmente traçados, mudar decisões? Absolutamente nenhum. 

Não se pode ceder ao outro o poder de decisão sempre. Deixar que o companheiro escolha um filme porque os últimos foi você escolheu, ou decidirem juntos a cor do quarto do bebê é normal, é saudável, mas há decisões que precisam ser suas porque são sobre a sua vida. Quando você vai trabalhar, é você que está lá. Então, se surgir a vontade de mudar de carreira, por exemplo, é você que tem que resolver. E tantas e tantas outras coisas. Pedir e/ou ouvir conselhos ajuda, mas precisamos andar com as nossas próprias pernas. Foi tão natural quando a gente começou a fazer isso. Apoiamos em algum lugar, ouvimos um incentivo da mamãe ou do papai ou de quem estava perto e simplesmente decidimos que era a hora de arriscar os primeiros passos. Assim, de forma intuitiva. Caímos, levantamos, e não ficamos com medo, vergonha ou qualquer outro sentimento limitante que nos impedisse de arriscar mais uma vez, e outra, e outra, até não cair mais. 

Acho que a razão para atribuir a decisão de nossas vidas a outra pessoa é bem individual e não precisa ser sempre a mesma. Pode ser medo, insegurança, vergonha, baixa estima e uma série de outras coisas, até mesmo o cansaço. Eu já tive momentos assim, quem não? É uma sensação maravilhosa assumir o papel de protagonista na sua própria vida. Ter alguém para aplaudir, incentivar, elogiar, chorar no ombro, é muito bom. E é melhor ainda a alegria e/ou a tristeza e o crescimento que vem das nossas próprias escolhas. 

domingo, 14 de janeiro de 2018

Mais livros, menos games

Uma amiga postou no Facebook que tinha 57 (cinquenta e sete) livros sem ler. Lembrei que a última vez que contei a quantidade de livros aguardando na minha fila de espera de leitura foi em 2009. Neste ano, em decorrência do famigerado trabalho de conclusão de curso, ou TCC para os íntimos, eu li apenas livros técnicos que embasaram minha pesquisa. E quantos livros estavam na categoria "não lidos" naquela época? Trinta e seis. Um número bastante razoável. 

Seria natural que eu desse uma pausa de leituras pós TCC, afinal, entre capítulos e obras inteiras minhas referências bibliográficas tinham 61 (sessenta e um) itens lidos em um ano (mais de um por semana na média). Acontece que a pausa que me dei foi grande demais. São oito anos em que eu depositei minhas energias em outras fontes de entretenimento: jogos de celular e redes sociais, basicamente. Foram poucos os livros que li de lá para cá. Até mesmo os romances policiais, meus xodós, foram por mim abandonados. 

E eu não parei de comprar e/ou ganhar livros. E a lista de espera de leitura foi crescendo, claro. A postagem da minha amiga me despertou a curiosidade e fui contar. Levei um grande susto! Correndo sérios riscos de ter me perdido na soma e o número ser ainda maior, tenho 95 (noventa e cinco livros) sem ler nas minhas estantes, ou seja, tudo que li para o TCC em um ano eu deixei acumular nos últimos oito anos. Decidi rever meus hábitos, minhas rotinas e reencontrar este velho prazer. 

Foi libertador esta semana desinstalar meus joguinhos do celular. Gosto de jogos que desafiam minha inteligência. Só tinha aplicativos de treinamento cerebral, formação de palavras ou perguntas e respostas. Os games de guerras ou os "Candy Crush" da vida nunca me foram muito sedutores. A decisão de desinstalar os jogos veio da percepção do mundo de possibilidades que a leitura me oferece. Além de desafiar minha inteligência, vai exercitar meu cérebro, estimular minha memória, ampliar meus conhecimentos, meu vocabulário. Não estou dizendo que os jogos são ruins, apenas que vou inverter o tempo dedicado a eles (muito) e aos livros (nada). 

Não vou estabelecer metas, vou ler cada palavra como se estivesse degustando um pedaço de bolo quentinho... (não podia deixar de lado as metáforas, rs). Escolhi retomar o hábito da leitura com Jorge, o Amado. A morte e a morte de Quincas Berro D'Água é o título da vez. Como é gostoso ver minha Bahia desfilando sem máscaras nas páginas de Jorge. A essência do ser baiano está ali, mudou pouca coisa ou nada do século passado para cá. Paisagens deslumbrantes, personagens fascinantes. Um universo de descobertas e prazer a minha espera. 










sábado, 13 de janeiro de 2018

Os cinco sentidos da minha paixão

Paixão tem gosto sim.
Aquele gostinho suave de hortelã
que tantas vezes senti no seu beijo.
Paixão tem cheiro.
Ela deixa no ar uma fragrância de baunilha
Como a do perfume que você me deu.
Paixão tem som.
O da sua voz me chamando de linda...
Daquele jeitinho que só você sabe fazer.
Paixão tem o tato do toque das suas mãos, 
e do seu coração batendo compassado com o meu.
Sintonia perfeita. 
Paixão também tem visão
E ela só quer ver você voltando
Com aquele sorriso lindo, encantador
que transcende os lábios e ganha o olhar
quando ele se encontra com o meu.








sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Esperança

Há um evento aqui em Salvador, já com uma certa tradição embora não muito conhecido, que tem edições mensais. Organizado por um terapeuta e coaching de carreira, Professor Garrido, o "Encontros da Cultura" reúne música, dança e palestras em torno de uma tema. Sediado no teatro da livraria homônima, o evento tem aproximadamente três horas de duração - você nem percebe passar. 

A primeira edição de 2018 foi na terça-feira, dia 9, e tinha como tema a esperança. Os palestrantes (sempre convidados do anfitrião, de acordo com o tema) falaram sobre a importância da esperança como esperançar e não esperar. Sobre como podemos programar nosso cérebro para ter pensamentos mais positivos. E sobre como devemos olhar as coisas de outra forma. Mudança do ângulo de visão novamente aparecendo em minhas postagens. Não é por acaso, o universo está me mandando algum recado. Certamente há algo que ainda estou olhando da mesma forma. 

Ainda sobre o evento, uma coisa que me chamou a atenção foi que um dos palestrantes trouxe uma reflexão de que a esperança pode ser ruim. De que forma? Quando ela se torna uma acomodação, um conformismo. Eu nunca tinha pensado nisso desta maneira. Será este o recado do universo para mim? Não sei, mas estas reflexões sempre me fazem bem. Mal posso esperar pela próxima edição....

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Quem tem fé vai a pé

Um dos festejos mais populares e famosos de Salvador é a "Lavagem do Bonfim". Tradição secular, o cortejo é um grande exemplo do sincretismo religioso soteropolitano. Sincretismo que começou lá na época do Brasil Colônia, quando chegaram os africanos escravizados para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar. As religiões africanas sofriam bastante preconceito (infelizmente o quadro não mudou) e os praticantes encontraram nas "analogias" com os santos católicos a saída. Da mesma forma tiveram que "disfarçar" a capoeira com movimentos de dança para que não fosse percebida como luta. É, não foi nada fácil a vida dos primeiros africanos no Brasil...

O culto ao Senhor do Bonfim na Capital baiana começou no século XVIII. Conta-se que a imagem foi trazida de Portugal e instalada em uma outra igreja primeiramente. A festa teria começado justamente com um cortejo que acompanhou a mudança da imagem para a igreja onde está até hoje, em um elevado do bairro Bonfim, na Cidade Baixa: a Colina Sagrada. A lavagem das escadarias tem duas versões. A primeira diz que os párocos ordenavam aos negros escravizados que o fizessem para preparar para as festividades do segundo domingo depois do Dia de Reis. A segunda versão diz que as baianas foram proibidas de entrar na igreja e começaram a fazer o "banho de cheiro" do lado de fora, precisamente nas escadarias. Cada um fica com a versão que mais lhe agradar. 

Em tempo, antes de prosseguir, o "banho de cheiro" vem de religiões de matrizes africanas. São infusões preparadas com plantas aromáticas como alfazema e lavanda. Cada uma das plantas teria um poder especial e os "banhos" são preparados de acordo com a necessidade da pessoa: "abre caminhos", para melhorar a fertilidade ou tratar de outros problemas de saúde etc. 

Outro ponto controverso até há alguns anos era a data da festa. Com calendário móvel, era na segunda quinta-feira após o Dia de Reis, mas há pouco tempo passou a ser na segunda quinta-feira de janeiro. Durante algumas décadas o cortejo religioso era acompanhado por trios elétricos, praticamente uma prévia do Carnaval. Há alguns anos o desfile de trios está proibido. Sem os trios, a caminhada de oito quilômetros (distância do percurso entre a igreja da Conceição da Praia no bairro do Comércio e o Bonfim) sob o sol de verão de Salvador (embora hoje estivesse nublado) é um ato de fé e quase de atletismo. 

A tradição diz que quem tem fé vai a pé. Alguns correm. Há grupos de corrida que participam da festa. Uma festa com milhares de personagens. Cada um ali por uma razão. Para pedir, para agradecer, para acompanhar alguém, em busca do lado profano da festa, para trabalhar na venda de bebidas e comidas ou na cobertura jornalística. 

Baiana, soteropolitana e nunca fui à festa. Não sou religiosa e prefiro caminhar na esteira da academia ou à beira mar, sem multidões Apesar disso, adoro a cultura, as raízes, a história de Salvador (não foi sempre assim mas falo sobre isso em outra postagem). Nós temos um jeito único de ser. É difícil de explicar, mas estou sempre tentando, porque tenho muito orgulho da minha terra, da minha gente. 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Olhe sempre o outro lado

O quadro branco imantado que coloquei do lado da minha cama tem uma espécie de "irmãozinho" que fica na cozinha. Além do tamanho, a diferença entre eles está na utilização, na finalidade. Se o do meu quarto tem por objetivo deixar mensagens motivacionais ou de otimismo para mim mesma, como expliquei aqui, o da cozinha é mais pragmático: abriga minha lista de compras!

Cheguei do trabalho e percebi que a canetinha do quadro da cozinha estava no chão (ele veio com uma canetinha imantada). Abaixei, peguei a canetinha e quando fui colar no quadro... surpresa!!!! Ele estava em branco. Se eu estou sozinha em casa e não fui eu quem apagou... Duas possibilidades de reação: sair gritando pela casa e arrumar uma trouxinha para dormir fora ou... pensar!!! Apesar de estar gostando bastante desta fase em que meu coração passou a ter vez e voz, mandei ele ficar quieto neste instante porque o cérebro seria mais útil e eficiente para solucionar a questão. 

Fiz uma "vistoria" no resto da casa e estava tudo exatamente como eu deixei. Não havia vestígios de que alguém tivesse entrado e não fazia o menor sentido de que um visitante fosse apenas apagar o quadro. Eu precisava encontrar uma solução lógica para o caso ou simplesmente acreditar que foi um fantasma. Pedi ajuda a uma amiga ateia, ninguém melhor do que ela para me ajudar a raciocinar. Contei o ocorrido, mas ela não pensou logo na resposta certa. 

Enquanto eu esperava alguma sugestão da minha amiga, fui colocar a canetinha de volta no quadro e percebi que o imã não estava "colando". Foi então que observei melhor o quadro e vi que a cordinha que o pendura estava torcida. E se ele girou com a ventania? Bingo!!!! Olha as anotações lindinhas ali me olhando. Risadas, risadas, risadas e mais risadas. Depois disso, o tema da postagem de hoje (já estava definido na minha cabeça) fica para amanhã. Eu precisava registrar isso e a lição metafórica do quadro: olhe sempre do outro lado, procure novos ângulos. Acho que isso já apareceu por aqui em outra postagem, mas como tudo tem uma razão de ser...

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

"Chega de saudade, quero sentir seu perfume..."

Vamos de música hoje porque estou cansada, mas não uma música qualquer - uma cheia de significado para mim. Era o que eu queria dizer para você hoje, amanhã, depois...



segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Mude o ângulo

Vamos falar mais um pouco de preconceito. Desta vez, o musical. Alguns ritmos populares são considerados de baixa qualidade, a exemplo de funk, pagode, axé, arrocha e sertanejo. Eu sempre dividi as músicas em duas categorias apenas: as que eu gosto e as que eu não gosto. Sou bastante eclética de verdade, minha playlist em ordem alfabética tem Guns N' Roses e em seguida Gypsy Kings, dois estilos musicais completamente distintos. Eu escuto de tudo um pouco, sem me preocupar se os arranjos são ricos ou pobres, eu apenas sinto a música e se ela me alegra com a melodia ou chega ao meu coração com a letra, tanto faz se é pagode, arrocha ou qualquer outra coisa. 

E vem da música o exemplo para o que eu comentei na postagem de ontem sobre não ser racista mas ter atitudes preconceituosas. Nunca ouvi uma música sequer da dupla Simone e Simaria. Até hoje. Algum motivo para isso? Sim, um julgamento errado, um pré-conceito de que elas eram back vocal de Frank Aguiar e que formaram a dupla para ter uma fonte de renda quando ele resolveu seguir carreira política. Foi isso que aconteceu? Não sei, mas o fato é que minha atitude foi preconceituosa. Sem fundamento algum, tomei como verdade de que a música que elas fazem é ruim.

E daí? E daí que hoje vi na minha timeline do Facebook uma postagem com uma versão em rock para uma música de Simone e Simaria (Regime Fechado o título). Por ser rock, resolvi escutar e... adorei a canção. Então, resolvi quebrar meu preconceito para conhecer a versão original e... gostei tanto quanto ou mais! Resumindo: eu me comportava como a criança que nunca comeu brócolis e diz que não gosta somente pelo aspecto nada apetitoso do legume. Ora, eu não gosto de brócolis (embora consiga comer em algumas preparações), mas eu já experimentei e sei que não me agrada. Por que não fazer isso com Simone e Simaria ou qualquer outro artista? 

Fica a lição, então. É preciso se permitir olhar de outro ângulo! Assim se quebram preconceitos. Eis o link das duas versões da música. 




domingo, 7 de janeiro de 2018

Racismo

Janeiro de 2018, século XXI, e o racismo é uma triste realidade na cidade mais negra fora da África: Salvador - a linda capital do Estado da Bahia. Este final de semana, o jornal líder de mercado em terras soteropolitanas noticia a prisão de uma mulher de aproximadamente 60 anos que se recusou a ser atendida por funcionários negros de uma delicatessen em um bairro considerado "de classe média alta". De acordo com o periódico, não foi a primeira vez que a cliente destratou, humilhou e constrangeu os dois rapazes, mas, desta vez, outra cliente indignou-se e acionou a polícia. 

Com a chegada dos policiais, a mulher manteve o comportamento e recusou-se a falar com o policial negro. Lamentável e revoltante. Certa vez, eu estava em sala de aula e uma professora perguntou "quem acha que existe racismo no Brasil?". Todos levantaram a mão. Em seguida, uma nova pergunta: "quem é racista?". Nenhuma mão levantada. A mim só resta torcer para que o resultado da enquete tenha sido verdadeira - é um alento saber que ainda há esperança. Entretanto, há uma chance considerável de ninguém ter assumido porque (quase) ninguém assume mesmo. 

Mesmo não sendo racista, muitas vezes a pessoa pode ter atitudes racistas. Por exemplo, quando uma mulher segura a bolsa de forma diferente ao avistar um negro. Até mesmo algumas expressões idiomáticas são racistas e associam a palavra negro a coisas ruins. A lista negra, por exemplo. Pode ser involuntário, inconsciente, reflexo da forma como fomos criados em uma sociedade racista, mas machuca, constrange, humilha. 

Sou humana, tenho minhas imperfeições, mas normalmente costumo ter cuidado para não ter atitudes racistas. Eu não nasci negra e nunca vou saber como é ser discriminada pela cor da minha pele, mas sei quanto machuca quando você é julgado - seja lá por qual motivo for. 

Tem uma frase do Jung (abaixo) que gosto muito. Acredito que precisamos começar a colocar em prática esse conselho - deixar que as almas se toquem ou, como eu digo, que os corações conversem sem palavras. 



Resultado de imagem para ao tocar uma alma humana seja apenas uma alma humana



sábado, 6 de janeiro de 2018

Desmontando a árvore de Natal

Sempre gostei do Natal mas cresci em uma casa onde ele não era comemorado. Depois que minha avó materna se foi, a festa perdeu o encanto para a minha mãe e ela mal decorava a casa. Os últimos anos do casamento com meu pai agravaram as coisas. Com ele desempregado, a situação financeira não era das melhores e quando ele saiu de casa a coisa apertou de verdade. O estímulo dela, portanto, era próximo a zero. Uma tolha vermelha e verde na mesa de jantar era o máximo que acontecia (todos os anos a mesma toalha). Ah, ela gostava de fazer bacalhau todo dia 25 de dezembro, chegava a separar uma parte do décimo terceiro para se dar esse pequeno presente que era mais tradicional que o show de Roberto Carlos (único dia que ela dormia mais tarde e me permitia dormir também, para que eu fizesse companhia a ela- muitas vezes eu dormia antes de acabar). 

Entendo as razões de minha mãe, mas eu não compartilhava da mesma melancolia. Minha avó partiu quando eu era bem pequena e eu só conheci as festas na casa dela (Natal, dia das mães, etc) pelos relatos de minha mãe e meus tios. Não fui uma criança religiosa, não fui uma adolescente religiosa, não sou uma adulta religiosa. Não acredito no Deus como as religiões pregam, mas respeito e entendo as crenças de todo mundo, cada um é livre para pensar e sentir como quiser. 

Eu cresci sonhando em ter uma árvore de Natal cheia de luzes e enfeites. As luzes que sempre me fascinaram, que arrancaram meus mais lindos sorrisos. Consegui realizar este sonho no começo da vida adulta, assim que comecei a trabalhar. Ainda morava com minha mãe quando cheguei em casa com meu primeiro pinheirinho. Pequeno, coloquei no centro da mesa de jantar. Quando acendi o pisca-pisca, meus olhos brilhavam junto de tanta felicidade. 

A princípio o comentário de minha mãe foi de que eu poderia ter gasto meu dinheiro em outra coisa, mas depois ela acabou gostando de ver a casa iluminada. Os anos foram passando, eu casei, deixei de morar com minha mãe, a árvore de Natal foi crescendo, crescendo, crescendo... A cada ano eu mudo a decoração do pinheiro e tenho uma "nova" árvore. Ela já foi toda vermelha, vermelha e dourada, colorida, verde com lilás, prateada, somente com enfeites de Papai Noel (outra paixão para mim, os enfeites com formato/estampa de Papai Noel). 

Este ano foi lilás e prata, com alguns detalhes em vermelho. Montei logo que voltei da viagem a Florianópolis, no começo de dezembro (os shoppings de Salvador já estavam enfeitados e vendendo produtos natalinos desde o começo de novembro). Mas... chega o dia em que ela precisa ser desmontada! Como eu não sou ligada a religiões, poderia fazer isso em qualquer data, embora o dia "oficial" seja hoje, o Dia de Reis. Há anos em que eu fico adiando o momento da despedida da árvore até meados ou final de janeiro, mas em geral faço isso no primeiro final de semana do ano. Acabei de desmontar a deste ano, uma das minhas favoritas até aqui e não poderia ser diferente pelo ano que 2017 foi para mim. Ficará nas boas recordações...





sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Insistir ou persistir?

Mais cedo eu pensei em um tema para a postagem de hoje, ou melhor, ele apareceu para mim em algum momento. Eu não anotei e no meio da correria... se perdeu. E como a gente tem que trabalhar com o que tem, automaticamente o tema mudou para lapsos de memória (risos). Brincadeiras à parte, já que não tenho nenhum conhecimento para falar sobre o assunto, não sei sobre o que escrever. Há tempos venho ensaiando dissertar sobre a importância da visão do outro na construção de mim mesma, mas é algo que preciso de mais tempo para escrever e agora não tenho essa disponibilidade. 

Pronto, lembrei de uma coisa que eu li que se encaixou perfeitamente em um aspecto da minha vida atualmente e que foi uma lição para mim: a diferença entre insistir e persistir. Insistir é quando você faz determinada coisa sempre do mesmo jeito, ainda que espere resultados diferentes. Persistir, por outro lado, é mudar a forma de fazer (ainda que se queira o mesmo resultado!). Achei isso bem interessante e percebi que embora eu não desista fácil nem das coisas nem das pessoas, eu ando insistindo em alguns pontos quando eu deveria persistir. 

Eureka!!! Sei que posso precisar usar toda a minha (quase) infinita paciência e que terei que em algum momento avaliar e decidir se é hora de entregar os pontos ou não. Entretanto, eu não saberei o que pode acontecer se eu não fizer. O máximo que vai acontecer é continuar tudo do jeito que está, então, vale a pena tentar. 

Ah, que fique claro que não estou dizendo que persistir é sempre melhor. Certamente há situações onde insistir é mais apropriado. O que importa é compreender a diferença para saber fazer boas escolhas em cada caso. Insistir ou persistir? Eis a questão. 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Aquela postagem enigmática que somente quem escreveu entende

Hoje foi um dia cheio de emoções, mas diferente de outras inúmeras vezes não vou escrever sobre elas. E por uma razão especial: não são somente minhas estas emoções. Sem falar que elas estão me dominando por completo a ponto de eu mal conseguir escrever um parágrafo inteiro. E deve ser melhor assim mesmo, para não correr o risco de falar demais. 

Acontece que eu tenho um compromisso comigo mesma de fazer postagens diárias aqui. Então, vamos tentar resumir em duas frases, que podem inspirar postagens em outros momentos. A primeira é: precisamos estar atentos aos sinais que o universo nos manda. Nada é por acaso. Não mesmo. A segunda frase é: a cada dia tenho mais certeza da minha missão nesta vida. Talvez eu já soubesse sobre ela há algum tempo, mas só aceitei e me entreguei agora. Por quê? Nada é por acaso. 

E vou encerrar assim, meio enigmática. Descobri o quanto a minha missão me faz feliz. 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Velocidade

O tema é velocidade, mas vou escrever este texto bem devagar (péssimo trocadilho, eu sei). A inspiração para a postagem veio da notícia de que em 4 anos a família de Michael Schumacher gastou mais de R$110 milhões com o tratamento médico do ex-piloto. Uma grande fortuna para a maioria dos mortais, mas que representa apenas 3% do patrimônio acumulado pelo alemão. Divulgada ontem, na véspera do aniversário de 49 anos de Schumacher, a informação me trouxe uma série de pensamentos que registro agora aqui. Comecemos...

Heptacampeão na Fórmula 1 (o recordista em número de títulos até hoje), o aniversariante do dia sempre foi apaixonado por esportes de forma geral e pela velocidade - sempre uma grande parceira. Detentor de vários recordes, o rei da estatística na categoria mais badalada do automobilismo ainda é um nome a ser superado, mesmo considerando todas as controvérsias e polêmicas que envolvem a vitoriosa carreira - manobras questionáveis, jogo de equipe, estratégias. 

Rodeado de mistérios, os últimos quatro anos da vida do alemão são uma verdadeira incógnita que inspiram teorias da conspiração e até notícias fantasiosas que possam salvar as vendas de algum periódico de imprensa. Foi a velocidade que levou Schumacher ao estado em que ele se encontra hoje? Muito se falou sobre o acidente, e a velocidade foi apontada como um dos fatores, talvez o principal. Não tenho conhecimento técnico para emitir qualquer parecer e nem é esta minha intenção.

O que pretendo é fazer uma reflexão sobre como a nossa relação com o tempo mudou nas últimas décadas. A palavra-chave nos dias atuais é velocidade e não somente para os pilotos de Fórmula 1. Estamos sempre em guerra contra o relógio. Rotinas cronometradas que podem ser comprometidas por um minuto de atraso e as consequências disso: impaciência, ansiedade, elevados índices de estresse... A lista é imensa, mas não vou escrever aqui. E não é pressa, é porque ela pode ser infindável. 

Não faz muito tempo que a nossa correspondência era feita por meio de cartas. A gente escrevia, levava aos Correios, postava e depois de alguns dias chegava ao destinatário. Provavelmente quando lesse as novidades já teríamos outras para contar - sobretudo nos destinos mais distantes, mas o fato é que a atual e as futuras gerações jamais saberão como é a expectativa de receber uma correspondência que não seja uma encomenda ou um boleto bancário. Apenas alguém querendo saber como você está. Também não saberão como é a expectativa de esperar o filme de 36 poses terminar para revelar as fotografias, torcendo para que elas estivessem boas. Nem de esperar o álbum novo do cantor X chegar às lojas - hoje se lança um clipe na internet e em segundos há milhares de visualizações... Estas coisas não combinariam com a sociedade de hoje, tão acelerada.

Não estou dizendo que o avanço tecnológico é ruim, jamais seria. Claro que eu gosto de e-mails e vejo os clipes na internet. E, sim, ver como a foto ficou na hora e poder corrigir ou melhorar a pose é sensacional. Entretanto, a velocidade que a tecnologia trouxe para as comunicações e para a realização de tarefas acaba gerando um ciclo vicioso e queremos as coisas cada vez mais imediatas. Parece que abolimos a palavra esperar do dicionário. Tenho percebido ultimamente que as pessoas falam muito da minha paciência, porque é algo em desuso. Ter paciência é também saber esperar, mas ninguém quer ficar parado dois minutos no semáforo e avança até quando ele está fechado, só para citar um exemplo. E as relações estremecidas com aquele amigo/parente/namorado que demora mais de cinco minutos para responder as mensagens no WhatsApp? Se a pessoa visualizou e tem confirmação de leitura, mas não respondeu, pode ter decretado uma guerra! 

Enfim, não posso afirmar que a velocidade foi a causa principal ou uma das causas secundárias do acidente sofrido por Michael Schumacher - com graves abalos na saúde do alemão, mas certamente ela é a causa principal da doença de muitas pessoas. Doenças mentais, sobretudo, mas físicas também. Será que não está na hora de pisar no freio? Equilíbrio é o segredo para tudo.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Organize-se!

O tema da postagem de hoje já estava definido quando vi esta matéria na internet. Nada é por acaso. O outro assunto fica para amanhã e será até mais apropriado - pelo aniversário do protagonista do texto. Por ora, essas dicas super interessantes para quem quer e precisa se organizar ou reorganizar, como é meu caso. Percebi que as redes sociais andam roubando muito do meu tempo e que precisava voltar a escrever também os meus compromissos. 

A matéria aborda mais o lado profissional, mas é perfeitamente possível adaptar para a vida pessoal também. Algumas dicas são velhas conhecidas que já estão em prática ou que ficaram em desuso. Neste caso, foi bom relembrar para ter uma nova visão sobre elas. 

Clique aqui para ler o texto. Eu gostei. Colocando em prática em 3,2,1.

Resultado de imagem para organização

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Sobre o amor

O texto de hoje não é meu, é de Jordan Campos. Filósofo e psicoterapeuta que sigo nas redes sociais e que sempre faz isso - umas chacoalhadas importantes na cabeça e no coração da gente. Concordo com cada linha, cada palavra, cada vírgula. Não estou dizendo que é uma verdade absoluta (se até mesmo na Matemática há equações com mais de uma solução possível, quanto mais no amor). O que importa é ser feliz, mas lembrar que a felicidade não é uma busca, é um processo, um caminho. 

"Nas vésperas do ano novo são vários os “pedidos de um grande amor”. É exatamente a falsa ideia que te ensinaram sobre amor romântico que te ferra! Primeiro que se uma pessoa te completar, vocês serão um, e não precisarão buscar mais nada - apenas viagra na farmácia, pois acredite - isso será broxante. Devemos dispensar dos nossos pedidos, ideias idiotas sobre o amor que só fazem gerar decepção, depressão, violência e desamor. ⠀
Erros comuns que te ensinaram, você se iludiu e tá procurando por aí:
- Só é possível amar uma pessoa de cada vez.
- Quem ama sente desejo sexual pela mesma pessoa a vida inteira.
- Quem ama não deseja mais ninguém.
- Quem ama se completa.
- Dois se transformam em um.
- Cada um terá todas as suas necessidades sentimentais e emocionais atendidas pelo outro.
- Qualquer atividade só tem graça se estiver com o “mozão” ou “mozona”.
- Todos irão um dia encontrar a pessoa certa.
- Etc.
O desencanto então é inevitável, trazendo além da tristeza a sensação de ter sido enganado(a). Aprendemos nestes últimos anos a nos relacionar com a pessoa projetada que pintamos, e quando vemos a pessoa real por detrás de nossa ansiedade romântica tomamos um susto. Ou seja - para dar certo em uma relação cheia de expectativas românticas devemos evitar conhecer bem o outro.
O que fazer então? Aproveitar o que se tem e quem te quer enquanto a energia da relação durar e produzir alegria, autoconhecimento, prazer e parceria. Antes 10 ricos relacionamentos de 5 anos cada; que 50 anos de uma relação só - falida, sem respeito e apenas simbólica.
Eu sei, ler isso pode doer. Mas também pode libertar. Às vezes eu penso: “saberia a lagarta saindo do casulo, o que a espera como borboleta, ou ela estaria xingando Deus e achando a vida injusta naquele sagrado momento? ⠀
Xêro!
Jordan Campos"