domingo, 31 de dezembro de 2017

Termina agora um ano divisor de águas para mim, um ano ímpar em todos os sentidos.

Último dia do ano é aquele velho clichê de fazer uma retrospectiva dos últimos 365 dias. Meu sentimento em relação a 2017 é somente um: gratidão. Gratidão pelas pessoas que entraram na minha vida, pelas que voltaram e pelas que saíram também. Gratidão por tudo que aprendi, que vivi, que descobri sobre o mundo, sobre as pessoas e, principalmente, sobre mim mesma. Gratidão pelas lágrimas, pelas gargalhadas, pelos erros, pelos acertos. 

Gratidão pelo carinho que veio em forma de palavras, de chocolates, de empadinhas doces, de livros, de perfume, de abraços, de beijos, de olhares, de sorrisos... Deste carinho tirei uma grande lição. O universo devolve a você o que você oferece para ele. Eu nunca me doei tanto a pessoas, a projetos, a sentimentos como em 2017. Nunca permiti de forma tão verdadeira que o coração guiasse todos os meus passos. Até mesmo quando as decisões ou atitudes foram racionais, foi meu coração que disse "escuta seu cérebro agora". Quando a gente planta amor, é certeza a colheita de bons frutos. 

Guardarei saudosas e doces lembranças de 2017. Um ano de reconstrução, de encontros e reencontros, de sentimentos intensos. Um ano de importantes decisões na vida pessoal e profissional. Um ano de fechamento de ciclos. Um ano em que fiz duas viagens incríveis, uma para Florianópolis e outra para o interior... o meu interior. As duas viagens me surpreenderam e me encantaram porque os destinos eram mais bonitos e interessantes do que eu poderia imaginar.

O ano em que aprendi que corações conversam sem palavras, que a vida pode ser poesia e tantas outras coisas. O ano todo vai ser inesquecível para mim, mas se for para escolher o momento mais marcante sem sombra de dúvidas foram todos os instantes em que estive nos seus braços. Que 2018 seja mais um lindo ano. Que venham novas alegrias, novas descobertas, novos aprendizados e novos instantes mágicos com você. Não sei o que o ano reserva para mim, mas eu reservo para ele o melhor de mim.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Sutilmente

A sensação de realizar um sonho é indescritível. Saí do show do Skank com a alma leve e coração pesado de tanto amor que ele carregava. Cada música foi um afago na alma. Uma sensação de plenitude, um momento inesquecível. Será sempre uma linda lembrança, uma doce saudade. 

Senti ontem a mesma emoção de quando nossos destinos se cruzaram e trocamos nosso primeiro "oi". A cada encontro, a mesma alva leve, o mesmo coração cheio de amor, o mesmo afago na alma, a mesma plenitude. Momentos inesquecíveis, lindas lembranças, doces saudades. Algo me diz que é especial para você também. Eu confio nesse amor e sei que ele fará o que for melhor para nós.

Não podia ser outra a canção para encerrar essa postagem... Sutilmente...






sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Como fazer postagens diárias

Quando decidi que faria postagens diárias, escrevi que achava que seria mais fácil encontrar os assuntos para as postagens porque estou mais madura e experiente. De fato. Entretanto, confesso que muitas vezes as postagens são publicadas à noite porque além da correria da minha rotina eu estou sem "inspiração". Quase todos os dias tenho que enfrentar e vencer o sono, o cansaço e o bichinho da autossabotagem que diz "você não está conseguindo pensar, vá descansar, não tem problema se você passar um "diazinho' só sem escrever - ninguém vai ler mesmo..."

Você pode estar perguntando, então, qual o segredo para vencer estes adversários todos os dias. É simples, comece derrotando o mais forte, o líder, para enfraquecer os demais. E qual é o mais forte? O bichinho da autossabotagem. Ele atua o tempo inteiro, dia e noite, e costuma usar aliados para (tentar) conseguir alcançar os objetivos - como o sono e o cansaço. 

E como derrotar esse bichinho? A arma mais eficaz é o seu compromisso com aquilo que você quer para você. O compromisso precisa ser mais forte que as desculpas. E quando a gente quer muito uma coisa, o universo conspira para que ela aconteça (eu sei, já falei isso por aqui antes mas é porque realmente é uma das minhas crenças). E assim, os temas das postagens têm surgido muito espontaneamente do meu cotidiano. Uma mensagem que chega no WhatsApp, uma frase que falo ou que escuto, uma recordação que aparece "do nada", uma música que toca no rádio... Assim, o "você não está conseguindo pensar" desaparece. E antes que você pergunte "e se não surgir nada?" eu respondo: sempre vai surgir, porque aprendi a deixar o "radar" sempre funcionando e tudo pode ser uma fonte de inspiração. Quando o tema aparece, temporariamente o sono e o cansaço saem de cena (não totalmente porque depois releio a postagem e vejo um outro errinho que podem cair na conta de um dos dois ou ambos) e o argumento "vá descansar" perde o sentido. 

O compromisso vence o "não tem problema você passar um 'diazinho' sem escrever" por si só. Basta pensar "eu prometi a mim mesma". Resolvido. E, por fim, o acréscimo do "ninguém vai ler mesmo" é ignorado. O objetivo principal do blog era e continua sendo e sempre será ter um arquivo de minhas memórias, meus pensamentos, meus sentimentos sem nenhuma pretensão de notoriedade. Se uma única pessoa ler algo aqui e isso ajudar de alguma maneira, ótimo, se nada disso acontecer, está bom também. O que importa é que voltei a escrever e estou amando esse reencontro com as palavras. 

E assim, as postagens vão surgindo. Com o compromisso guiando todas as ações (algumas vezes usando as dicas do universo). Não é tão difícil quanto parece quando você começar a fazer. 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Nem sempre a vida oferece uma segunda oportunidade.


Uma frase que eu disse agora há pouco inspirou o tema desta postagem. Eu ia dizer que foi por acaso,  mas tudo tem uma razão para ser, tem uma lição a ensinar, uma atitude a modificar, enfim... Definitivamente, não foi por acaso. 

Vamos ao começo da história. Uma das bandas que eu mais gosto é o Skank. Não sou daquelas fãs no sentido fanático do termo (sendo redundante) mas aprecio bastante. Antes de prosseguir, um parêntese (não literal). A expressão "banda" para se referir a grupo ou conjunto musical é baiana. Começou com o chamado "axé music", na década de 1980 e acabou ganhando o Brasil. A minha Bahia é fantástica, a minha Salvador é sensacional e o meu orgulho das minhas raízes só não é maior que a minha falta de humildade quando o assunto é cantar as maravilhas da minha terrinha. 

Finalizado o parêntese, vamos retornar. O Skank é uma das trilhas sonoras da minha vida. Desde que começaram, o trabalho deles me agrada e muito e embala muitas das minhas memórias, sejam elas tristes ou alegres. Entretanto, o grupo vem pouco a Salvador. Há mais de uma década houve um show no Festival de Verão. Era um mar de gente no local que não me permitiu ver o show, sequer o telão. Eu tive que me contentar em apenas escutar as músicas como se fosse um CD gravado ao vivo tocando. Voltei para casa com uma certa frustração. 

Há algumas semanas, eles voltaram a se apresentar por aqui mas... no dia da prova do Enem!!!!! Inscrita no certame, fiz minha escolha pela prova porque naquele momento era o mais importante para mim. Porém, para a minha agradável surpresa, eles vão participar do festival da virada na capital baiana (um novo parêntese, agora literal: recentemente o Reveillón em Salvador passou a ter quatro dias, com uma média de seis shows diariamente). 

Falando sobre essa história hoje, veio a frase inspiradora do post. Por cinco segundos eu pensei em não ir ao show, quando olhei a programação e percebi que só teria essa atração interessante para os meus ouvidos. Porém, eu pensei "a vida está lhe dando uma segunda oportunidade". Pronto, eis o insight para a postagem de hoje. Nem sempre a vida oferece uma segunda oportunidade, ainda mais assim, tão na cara e tão parecida com a anterior. Às vezes a oportunidade vem com outra forma, porque é algo que será ainda melhor para nós, ou simplesmente não vem. 

É por isso que precisamos pensar bem em nossas decisões, algumas delas não nos permitem voltar atrás, desfazer, refazer. E quando a vida oferece uma segunda oportunidade, se ainda queremos muito aquilo temos que aproveitar. Então, vamos ao show do Skank. Contando as horas... 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Quando uma mensagem no WhatsApp inspira um post no blog e um pensamento na vida

Entre as dezenas de piadas, correntes e boatos que chegam diariamente pelo WhatsApp (ou "zap", para ficar mais íntimo), duas frases me chamaram a atenção ontem. Em meio a um texto que não temos como afirmar se a pretensão era ser engraçado ou filosófico, as frases, ou melhor, as orações (para ser gramaticalmente correta) falavam sobre procura indireta.

Elas diziam o seguinte:
"O modo mais rápido de encontrar uma coisa é procurar outra. Você sempre encontra aquilo que não está procurando".

Imediatamente quando li, lembrei de um episódio que tinha acontecido poucos dias antes. O fecho de um dos meus brincos caiu embaixo do sofá e eu arrastei o móvel para procurá-lo. Tive a sensação de que ali havia um buraco negro porque encontrei uma moeda de R$1,00, duas canetas (uma laranja e uma rosa), uma flor sem vida e alguma poeira, além do fecho do brinco (este foi o último a ser encontrado). Em busca do fecho do brinco, encontrei vários objetos que eu não sabia ou não lembrava que estavam embaixo do sofá também.

A associação de ideias foi inevitável. Será mesmo que o conceito de procura indireta defendido pelo texto está certa? De lá para cá, a minha paixão pelas metáforas e/ou a minha mente criativa não consegue parar de transcender a questão. Lembrei dos meus relacionamentos amorosos e de como só os "encontrei" quando não estava procurando. Lembrei dos quilos que eliminei do meu próprio corpo e como também os "encontrei" quando não estava procurando.

Sim, acredito que há alguma verdade aí, mas o segredo não está em deixar de procurar o que queremos e sim em não deixar passar as oportunidades, de ver além. Assim, podemos encontrar o fecho do brinco sem deixar de perceber as canetas, a flor, a poeira e a moeda. 

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Não deixe para amanhã o que pode começar hoje.

Está cada vez mais natural para mim a escrita diária, adquirir um novo hábito pode ser muito mais fácil do que pensamos. A pouco mais de uma semana de completar os 21 dias supostamente necessários para a criação/consolidação de um hábito, eu estava pensando que dois fatores foram fundamentais nessa empreitada e acho que isso pode ser aplicado a diversas áreas de nossa vida. O primeiro deles foi transformar a decisão em ação e o segundo foi não esperar o "melhor momento" ou uma data para um início clássico - o começo (da semana, do mês, do ano...). 

A partir do instante em que se tem a vontade ou necessidade de fazer algo, é preciso transformar isso em uma decisão. Eu vou fazer. Decidido, comece imediatamente porque isso faz toda a diferença. Não há dúvidas de que agir no calor da emoção, nestes casos, é a melhor solução. Se a gente não começa imediatamente, começamos a autossabotagem. Enxergamos as dificuldades com mais clareza do que os pontos favoráveis, deixamos a preguiça se instalar e a procrastinação nos dominar. Por outro lado, se começamos imediatamente isso fica mais difícil de acontecer. 

Os primeiros dias de um novo hábito não são fáceis. O cérebro quer algo que ele já conhece, adora uma zona de conforto e fica o tempo inteiro tentando nos levar de volta ao hábito anterior (ou a falta dele). Quando isso acontece, precisamos tomar as rédeas da situação e seguir adiante. A motivação vai decidir a parada (isso mesmo, em alguns raros momentos eu uso gírias hehehe), o compromisso que você assumiu com você mesmo não pode ser quebrado. Até, porque, se você interrompe o hábito antes dos 21 dias terá que começar tudo novamente. Use a preguiça a seu favor. 

Foi pensando nestas coisas que tomei decisões importantes neste feriadão natalino. E agi. Por causas ainda desconhecidas por mim tive momentos de... como devo chamar?? Descontrole emocional? Talvez seja uma boa nomenclatura. O estresse com questões profissionais (e talvez mais alguma coisa) desencadeou uma busca pelo prazer em outra coisa. A válvula de escape desta vez pode ser chamada de: comida.

Falarei sobre a minha relação com a comida em outra abordagem, por ora vamos concentrar neste fato: ganhei peso e comecei a ficar insatisfeita com a minha imagem no espelho. Pior que isso, comecei a sentir os efeitos negativos das minhas más escolhas na alimentação quando a sobrecarga de peso afetou instantaneamente os meus joelhinhos. É incrível como um grama pode fazer diferença. E foram 4 mil gramas (ou mais). 

E assim, eu lembrei da importância de transformar a vontade/decisão (eliminar peso extra) em ações que garantam o alcance dos meus objetivos. E imediatamente. Não esperei a segunda-feira chegar. Fiz aquela faxina nos armários e geladeira e simplesmente joguei fora tudo que não me ajudaria a chegar onde quero. Uma ação simples, com grandes resultados. Reorganizei minha alimentação, minha rotina de treinos e minha paciência e tolerância comigo mesma desde ontem (e foi feriado). Não há passe de mágica que mande embora os quilinhos extras em segundos, é preciso ter calma e determinação. O primeiro passo já foi dado, agora é seguir adiante e perdoar a mim mesma nos tropeços (não há nada mais humano que eles, mas o que importa é levantar e continuar caminhando).

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Hoje vamos de música

E não é por preguiça de escrever. Não é por falta de inspiração. É porque essa música fala muito (ou tudo?) do que eu queria dizer hoje. 

Desconsiderando os erros gramaticais (a gente chama de licença poética para ficar mais bonitinho...), o tema de hoje é "Mais Uma Vez", do Jota Quest. 

Te tenho com a certeza
De que você pode ir
Te amo com a certeza
De que irá voltar
Pra gente ser feliz
Você surgiu e juntos
Conseguimos ir mais longe
Você dividiu comigo a sua história
E me ajudou a construir a minha
Hoje mais do que nunca somos dois
A nossa liberdade é o que nos prende

Viva todo o seu mundo
Sinta toda liberdade
E quando a hora chegar, volta...
Que nosso amor está acima das coisas desse mundo
Vai dizer que o tempo
Não parou naquele momento
Eu espero por você
O tempo que for
Pra ficarmos juntos
Mais uma vez

(não parou naquele momento
eu espero por você
o tempo que for
nos vamos estar juntos...
mais uma vez)





domingo, 24 de dezembro de 2017

Já tinha memória, já tinha declaração de amor. Faltava a crônica. Uma crônica natalina.

Véspera de Natal. Famílias reunidas em clima de amor, fraternidade, união. Somente sentimentos bons. Até que a festa, propriamente dita, comece. A fraternidade é a primeira colocada à prova, assim que a ceia é servida. O clima passa a ser de guerra. Primeira batalha: conseguir pegar um bom pedaço da ave (normalmente o prato principal). Segunda batalha (esta somente para quem não gosta de uva passa): defender o pedaço da ave de ataques de outros garfos enquanto "limpa" o arroz, a farofa, a salada e tudo o mais onde elas (as passas) estiverem presentes. 

E ainda há mais duas batalhas: a da bebida e a da sobremesa. Há uma célebre frase que diz que quando a bebida entra, a verdade sai. A esta altura, o álcool pré-ceia já está fazendo efeito e ouvimos frases como "Fulaninho não sai da mesa". Grande potencial de treta, discórdia, desavença com essa simples "observação".

Aí começam as comparações de preços e receitas em relação ao ano anterior e declarações como "a ave este ano estava mais salgada" pode se referir ao tempero ou ao custo. (ou a ambos). Ah, claro, as frases de duplo sentido com o peru não podem faltar. Se foi um homem que preparou então... E nem as piadinhas clássicas que todo Natal estão presentes quando a sobremesa é servida. "É pavê ou 'pacumê'?" "É torta ou é reta?".

Outro ponto alto da noite, com grande potencial bélico, é quando começam as indiretas (ou diretas) para quem leva a cerveja mais barata (de qualidade duvidosa) mas só bebe a que os outros levaram. Se a pessoa for reincidente então... (não é uma atitude típica do Natal, as mágoas ficam guardadas o ano inteiro, acumuladas de festa em festa até que o álcool natalino extravase as emoções).

O amigo secreto é outro momento em que os bons sentimentos começam a se desintegrar. A pessoa compra um perfume importado para o amigo secreto e recebe uma caixa de bombom Garoto (nada contra a marca, só contra o objeto)... É Natal!!!! Engole o choro, segura o soco e a vontade de mandar enfiar a caixa de bombom naquele lugar. Respira fundo, coloca um sorrisinho amarelo no canto da boca e mentalmente descarrega todos os palavrões possíveis e imagináveis. E começa a planejar a vingança caso o destino faça você tirar a pessoa no sorteio do amigo secreto do ano seguinte. Vai comprar uma barra de chocolate e pronto. Ou compra somente um chocolate batom, já que o indivíduo gosta da marca Garoto (minha vingança será maligna, mestre Chico Anysio).

Mesmo se não for amigo secreto, a troca de presentes também garante discórdias que vão durar até o próximo Natal. Tem sempre aquela tia que dá um par de sapatos tamanho 40 para a sobrinha que calça 34 ou que "passa adiante" aquela blusinha que ganhou no ano passado e não gostou. Tem presente que passa pela mão da família inteira nessa brincadeira. E todo mundo sabe, e todo mundo vê, mas é Natal e a gente releva (até porque no ano seguinte vai se livrar da blusinha). 

E a "treta" não acaba quando a festa termina. Os comentários sobre a decoração "brega" ou "repetida" do ano anterior serão o assunto da volta para casa. As quentinhas levadas e o fato de ninguém ajudar a lavar a louça serão os assuntos de quem fica na casa sede da ceia. E ainda tem toda a discussão filosófica sobre a idade ideal para contar sobre o Papai Noel às crianças e os comentários sobre o especial de Roberto Carlos na televisão. Sobre o Papai Noel, não precisa se preocupar. Assim que a criança começar a ler, o Google explica tudo para ela. E sobre Roberto Carlos, se a TV Globo reprisar o especial do ano anterior provavelmente pouca gente vai perceber. 

E é sempre assim, todo ano tudo sempre igual. Na televisão, o especial de Roberto Carlos e as matérias na televisão sobre as compras de última hora, sobre as trocas que as lojas não são obrigadas a fazer (de acordo com o Código de Defesa do Consumidor), receitas para a ceia. Em casa, as promessas de que este ano vai comer menos, as discórdias, comentários, fofocas e intrigas da cerveja, da ceia, do amigo secreto. E nem falei das mensagens no grupo da família no WhatsApp. Vai todo mundo se ver, mas as mensagens chegam a cada cinco minutos durante todo o dia ...

Os discursos são sobre o verdadeiro espirito de Natal, que o que importa não é o presente e sim a presença etc etc. A ação contradiz tudo e talvez o Natal não fosse o Natal sem essa contradição.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Pensamentos

A vida é feita de ciclos. Alguns começam e terminam naturalmente, mas outros nós temos que encerrar. A razão me diz que é tempo de colocar um ponto final, mas o coração me pede para no máximo usar um ponto e vírgula. Talvez seja a proximidade do ano novo que esteja trazendo essa sensação de que é preciso recomeçar. Ainda não sei o que fazer, se devo seguir a razão ou a emoção. Quem sabe o universo não decide por mim mais uma vez? Ele sempre acerta. 


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O melhor presente de Natal que eu poderia ganhar



Gratidão, admiração, respeito, carinho e tanta coisa boa presentes em uma única mensagem. O cartão veio acompanhado de chocolates mas doces mesmo foram essas palavras. Diante de tamanha grandeza, qualquer presente que estivesse dentro da embalagem teria importância secundária, porque nada seria tão valioso (ainda que custasse um enorme montante financeiro). Um gesto simples, mas tão cheio de significado para mim. É o universo mandando mais um recado. 

E desta vez, ele escolheu uma das estagiárias da organização onde trabalho para falar comigo. Do coração dela veio esse lindo presente. Alguns estagiários se despediram este ano por concluírem o curso ou para encarar novos desafios e abraçar oportunidades. E todos eles, sem exceção, tiveram palavras de agradecimento para mim. Eu fico muito feliz com o carinho, mas acredito que se alguém tem que agradecer, sou eu. Estes jovens não têm ideia do quanto mudaram minha vida e me transformaram em uma pessoa e uma profissional melhor. 

Eu me sinto muito honrada em fazer parte da história deles, de acompanhar o desenvolvimento. E como fico feliz com a confiança que eles depositam em mim não somente para os procedimentos burocráticos relacionados a contratação, folha de pagamento, mas para pedir conselhos ou ajuda para resolver algum problema ou conflito (até mesmo em assuntos fora estágio). Amor define, gratidão resume. 

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Com pedras se constroem paredes... ou pontes!


Este ano estou inspirada com frases de efeito e o bom de ter retomado o blog é registrá-las para que não caiam no esquecimento ou para que sirvam de reflexão para alguém (principalmente eu mesma, porque tenho o hábito, de tempos em tempos, de reler as publicações). E a frase que surgiu nesta mente apaixonada hoje é: se as pessoas lhe jogam pedras, você decide se constrói pontes ou paredes com elas. Momento de modéstia zero... achei essa frase sensacional!

Eu geralmente escolho construir pontes com as pedras que me jogam, mas não foi sempre assim. Minha fase "pedreira" ergueu muitas paredes. Pontes aproximam, paredes afastam, separam. Construir pontes não é tentativa de ser indicada para o Nobel da Paz, não é esperança de ser pauta no Globo Repórter, não é assinar o próprio "atestado de burrice". É entender que do outro lado há um ser humano falho como você e que essas pedras podem ser um pedido de ajuda, um desabafo. E, principalmente, construir pontes é entender que quando você alimenta sentimentos ruins em relação a outra pessoa, isso é um problema seu. Se você entende e perdoa, corta a energia negativa e o problema passa a ser (somente) do outro. E problema é algo que somente o "dono" resolve. 

Nós também jogamos pedras. Sim, é uma afirmação. Você é "do bem', educado, simpático e estudioso mas é humano. E pode jogar pedras sim, e acredito que na maioria das vezes nem percebe. Você atira pedras quando faz um julgamento e não conhece as causas de determinada atitude/comportamento. As pedras de julgamento não estão sozinhas. Existem as de inveja, as de raiva, as de ciúmes, as de mágoa e muitas outras. Cada pedrinha tem um sentimento para chamar de seu. Quando você entende isso, a empatia assume o papel de mestre de obras e... olha a ponte!

Eu não sei dizer quando nem como nem porquê eu parei de construir paredes e comecei a construir pontes. Talvez tenha sido quando o apedrejador (a) foi alguém muito próximo, muito querido, cuja relação de carinho foi o alicerce da ponte porque deixava ver que a pessoa não era "do mal", aquelas pedras eram uma atitude isolada. Acredito que possa pensar em um "passo a passo" para essa transformação da decisão para publicar aqui, mas, por ora, encerro afirmando que é muito mais fácil do que parece. E os resultados são muito melhores também. É aquela história dos corações conversando, eles sempre se entendem. 

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Nos seus braços aprendi que a vida pode ser poesia

Não faz tanto tempo assim que resolvi fazer textos diários por aqui, mas já me peguei pensando em escrever sobre um tema e na hora... muda tudo! Freud deve explicar (risos). Entretanto, contudo, todavia, o tema de hoje não poderia ser outro a não ser você. E nada vai mudar isso. Não há um porquê para que estas linhas sejam dedicadas a você, há vários porquês. Porque hoje é seu aniversário. Porque você me inspira. Porque para mim já é rotina que você seja meu primeiro pensamento ao acordar e o último ao deitar. Porque nunca foi tão intenso, tão forte, tão verdadeiro. Porque, como diz a canção, "se isso não é amor, o que mais pode ser?"

Desde que você apareceu, muita coisa mudou. Você despertou meus sentimentos mais profundos e sinceros. Emoções viscerais. Temos uma ligação muito forte, que não consigo e não preciso explicar, apenas sentir. Você me fez voltar a escrever, porque eu precisava organizar minhas ideias e meus sentimentos. Meu cérebro sempre foi mais forte que meu coração e venceu todas as batalhas que travaram até eu reconhecer você. Falo em reconhecer porque desde a primeira vez que meus olhos encontraram os seus eu tive a certeza de que era você quem eu esperei a vida inteira. E continuarei esperando, ainda não terminou. Na verdade, está apenas começando.

Como foi importante me ver pelos seus olhos. Eu me reconheci na mulher maravilhosa que eles refletiam e isso foi fundamental no resgate da minha autoestima, do orgulho de ser quem eu sou. Em uma fase de reconstrução de mim mesma, você me mostrou que algumas características que eu passei a vida toda tentando mudar porque considerava fraquezas são, na verdade, as minhas maiores virtudes. Como entender e aceitar isso me tornou uma mulher mais feliz!!! 

Foi nos seus braços que eu aprendi que dois corações podem conversar, sem palavras. Foi nos seus braços que aprendi que quando as almas se tocam, os corpos respondem com uma sintonia perfeita.  Foi nos seus braços que me senti mais forte para enfrentar meus medos, meus traumas. Foi nos seus braços que aprendi a amar. Foi nos seus braços que aprendi que a vida pode ser poesia. 

Não estamos juntos, mas estamos juntos, por mais paradoxal que seja. Não vou entrar em detalhes, apenas resumir: sinto você todo o tempo. O lado racional fica ali analisando os indícios, tentando entender o que há por trás do silêncio, da distância. E se o único motivo for a sua vontade? E quando o cérebro parece que irá voltar a vencer uma batalha, o coração apela para as lembranças ou me pede que confie na força que tem este sentimento. Nocaute!  Cérebro na lona!!!! Não sei se ele vai se recuperar da surra, mas o fato é que estou gostando desta fase de hegemonia do coração. 

Será que vou "sofrer a eterna desventura de viver a espera de viver ao lado teu por toda a minha vida"????? Estava pensando em como terminar este texto, mas o Google resolveu a questão trazendo essa imagem na minha busca pela palavra-chave amor. Um bom resumo. 


Resultado de imagem para amor

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A paixão pelo Jornalismo

Ser jornalista era um sonho de infância. E não encontro palavras para descrever a emoção que se sente quando um sonho é realizado. Oficialmente, sou jornalista há oito anos - meu tempo de conclusão da graduação. Os jornalistas que amam a profissão costumam falar que não a escolheram e sim foram escolhidos por ela. Há um pouco (pelo menos) de verdade nessa afirmação.  No meu caso essa escolha veio bem cedo, nos primórdios da minha existência. Parafraseando Cazuza, "nossos destinos foram traçados na maternidade". "Paixão cruel, desenfreada".

Acho que já nasci falando, mas ler e escrever aprendi aos quatro anos. Tenho uma breve lembrança da sensação de independência (maravilhosa) que a alfabetização nos traz.  A ameaça do "se você não fizer isso não vai ter estória antes de dormir" ganhou um novo sentido. Não significava mais que não me contariam uma estória e sim que confiscariam meus livros! 

Acredito que tenha sido nesta mesma época que eu tenha me encantado com os telejornais. Cid Moreira e Sérgio Chapelin no comando do Jornal Nacional tinham em mim uma espectadora assídua. Aprendi um pouco de Geografia, de Economia, de Língua Portuguesa, diante da televisão. Desafiava o perigo toda vez que "mandava" minha mãe fazer menos barulho ou falar comigo depois porque eu estava assistindo ao noticiário. E passei a ter umas "conversas de adulto", como diziam. 

O Plano Cruzado foi lançado e eu "corrigia" as pessoas quando elas empregavam incorretamente os termos ou conceitos que a televisão me ensinara. Ágio, inflação, gatilho, tudo na ponta da língua. Quando me faziam a clássica pergunta "o que você quer ser quando crescer?" eu respondia sem pestanejar: repórter. Os olhos ingênuos de criança viam no jornalismo a missão de contribuir para a formação cidadã (certo, eu não tinha essa consciência na época e apenas achava "legal" compartilhar informações e descobertas com outras pessoas, o que, na prática, é quase a mesma coisa). 

Os anos passaram e meu amor pelos telejornais só aumentou. Conquistei o direito de ver os noticiários de outras emissoras desde que não atrapalhasse o horário das novelas. E comecei a perceber diferenças entre o conteúdo e a forma que as notícias eram apresentadas em cada canal. A objetividade não era assim tão objetiva. 

Na época do ensino médio, a professora de Redação pediu que fizéssemos um texto sobre algum tema que estava em pauta. No dia de devolver as redações corrigidas, ela me perguntou "de que jornal você copiou isso?" Não sei se era maior minha indignação ou minha revolta, mas meu autocontrole me fez responder apenas "de jornal nenhum, de lugar nenhum". Ela deve ter percebido sinceridade nas minhas palavras e disse que me daria uma segunda chance. Na aula seguinte, escolheu outro tema e mandou que eu fizesse uma redação em classe. Eu fiz, contrariada, mas fiz. 

E alguns dias depois veio a correção com um pedido de desculpas e uma nova pergunta. "Você já pensou em fazer jornalismo? Você já escreve de forma jornalística". Estava escrito, literalmente. Chegou o vestibular, mas na época não tinha uma faculdade em cada esquina, como hoje. Jornalismo só era oferecido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e para uma estudante vinda de escola pública era impossível ser aprovada em um dos cursos mais concorridos do vestibular. 

Na primeira tentativa, confirmei o que diziam as estatísticas e a crença popular. Muitos consideravam uma façanha (e ousadia) ter sido aprovada na primeira fase da UFBA. Eram poucas instituições de ensino superior, como eu falei, mas não uma única. E lá estava meu nome na lista de aprovados da Universidade Católica, para o curso de Publicidade e Propaganda. Eu era a única aluna vinda de escola pública na sala e muitos diziam que eu teria dificuldade de acompanhar o curso pela diferença na qualidade de ensino quando comparado à rede particular. Minhas notas sempre estiveram entre as mais altas e meu caderno era uma espécie de "apostila" para a turma toda durante todo o curso. 

Precisa dizer mais alguma coisa? E como a intenção não é escrever minha biografia (ainda), vamos encurtar o post, dar um salto no tempo. Dez anos depois de concluir a graduação em Publicidade, eu recebia das mãos do diretor da Faculdade de Comunicação da UFBA o meu tão sonhado diploma. Enfim, jornalista. Sabe aquela história do "não sabia que era impossível foi lá e fez"? 

Não entrei na faculdade com a visão romântica de que minha caneta mudaria o mundo nem com a ideia glamourizada de que me tornaria rica e famosa com o jornalismo. Entrei com a certeza de que tinha a missão de fazer a diferença na vida das pessoas. Oito anos depois de graduada, tenho uma pequena coleção de frustrações e decepções com a área. 

Não é fácil ver o "jornalismo" de hoje, que não sai da redação dos jornais. O redator que segue todos os famosos em redes sociais e publica "notícias" sobre o novo corte de cabelo da cantora do momento, as férias do galã da novela ou qualquer outra coisa do mesmo nível. O redator que recebe o release da assessoria de imprensa, muda a ordem dos parágrafos e assina a matéria. Foi uma destas, inclusive, que inspirou a postagem de hoje. Em um portal de notícias local, encontrei um texto sobre o vestibular da Universidade Estadual da Bahia que achei bem escrito, completo, aqueles que alimentam a esperança de que o jornalismo de verdade vai sobreviver. 

Acontece que ainda não tinha sido divulgada a concorrência e eu estava atrás desta informação. Acessei o portal da Universidade e encontrei uma notícia sobre o vestibular. Praticamente a mesma que estava no portal de notícias (um dos maiores da cidade), com a ordem dos parágrafos alterada. Eu sei como é a rotina corrida de uma redação mesmo sem ter experiência em uma, mas insisto em acreditar que a matéria poderia ser diferente, trazer um novo ângulo. Consultar especialistas, por exemplo, para entender porque a abstenção caiu neste ano. O que isto pode significar?

Apesar de tudo, o jornalismo (de verdade) ainda me encanta, mas entendi que ele pode ser apenas um aliado naquilo que considero minha missão: fazer a diferença na vida das pessoas. Entender o quanto isto me faz bem me leva a uma nova graduação e coloca o blog de novo no ar, mas a missão está apenas começando...

domingo, 17 de dezembro de 2017

Avanço ou retrocesso?

Evolução no mundo do trabalho: avanço ou retrocesso? Este foi o tema da redação do vestibular da Universidade Estadual da Bahia, cujas primeiras provas foram realizadas hoje. Duas professoras de redação, em entrevista a um portal de notícias local, falaram sobre uma certa "armadilha" no tema, com o emprego da palavra evolução. Segundo elas, o termo pode induzir o aluno a associar evolução com avanço. Queridas professoras, permitam-me discordar e agradecer pelo tema da postagem. :)

Ainda que haja este sentido de avanço ou desenvolvimento para a palavra evolução, ele não é o único. Basta uma olhada rápida no dicionário para encontrar, por exemplo, como definição, "uma nova fase em que entra uma ideia, um sistema..." . Pronto, está aqui a linha que segui na minha redação (sim, eu estou prestando vestibular novamente). E assim não fica estranho evolução e retrocesso em uma mesma frase. A associação imediata com o avanço pode ser mais natural na adolescência pela imaturidade, mas também pela pressa e pela "preguiça mental".

De forma geral, observo que a "preguiça mental" é séria candidata a ser o mal do século. Seria ela uma causa ou uma consequência do imediatismo, da pressa desenfreada, da impaciência? Escolha um game qualquer e coloque o nome dele no Google. Em meio a onde comprar, autoria e outras informações, certamente você encontrará fóruns sobre como passar da fase x ou dicas para ganhar mais pontos etc. E para quê você vai queimar pestanas tentando encontrar a solução para passar da fase x se alguém já pensou isso por você? Está tudo ali tão à mão...

Fazer cálculos na ponta do lápis? Somente na escola (quando o professor está olhando, claro). Passado o período de avaliações e de vestibulares, recorremos à calculadora até para somas e subtrações mais elementares. Também são cada vez mais raros aqueles debates sobre o que vai acontecer na novela. Não faz muito tempo que as rodinhas de conversa analisavam perfis de personagens e fatos passados para prever o futuro da trama, mas hoje todo mundo já leu os resumos da semana e a conversa não é mais sobre o futuro, mas sobre o passado. Sobre como a interpretação de Fulano foi boa ou ruim naquela cena de ontem. Isto é um avanço? Um retrocesso? Uma evolução!

E poderia citar mais dezenas ou centenas de exemplos de "preguiça mental" mas prefiro deixar um questionamento. O que podemos esperar do futuro quando este está nas mãos de jovens que têm preguiça de pensar? São jovens conectados que leem, quase que exclusivamente, a linha do tempo no Facebook e que aguardam o livro ser transformado em filme - porque ler demora e eles estão sempre com pressa. E os adultos também, sempre na batalha com o relógio. Não temos tempo para nada, por isso precisamos das coisas facilitadas, dos tutoriais do youtube, dos artigos prontos no Google.

E se o Google evolui a ponto de você começar a escrever algumas letras na barra de pesquisa e ele já sugerir mil opções? É um avanço ou um retrocesso? Vamos seguindo os roteiros, os "passo-a-passo", nada fora do script. Até que nos deparamos com uma redação (em seleções ou para fazer um requerimento qualquer ou mandar um e-mail comercial) e não sabemos o que escrever. Mesmo que o professor tenha ensinado o "esquema" de dividir o texto em não sei quantos parágrafos, colocar não sei quantas linhas em cada um, não temos "músculos" para preencher o "esqueleto". Não temos ideias, não temos argumentos, não temos vocabulário, não sabemos as regras de concordância, não temos conhecimento. Ah, mas temos um diploma! Avanço ou retrocesso? 

sábado, 16 de dezembro de 2017

Quando o improviso é melhor que o planejamento



Li em algum lugar que motivação é uma coisa que vem de dentro. Ninguém motiva ninguém. O que os outros fazem (ou não) é incentivar. Esta semana estava conversando sobre isso e disse a meu interlocutor que eu me considero boa em incentivar. Ele respondeu "você é PHD nisso, sempre que preciso de um ânimo eu sei que você vai me dizer as palavras que preciso ouvir". Fiquei pensando no que ele falou e, por acaso, comecei a testar se é verdade. Minha cobaia: eu mesma!

E foi assim que o planejamento inicial para o quadro branco que comprei teve uma pequena alteração. O quadro é imantado e foi um presente que dei a mim mesma como parte de uma estratégia de organização. Colei o mimo com fita dupla face (ou fita banana) em uma parede do meu quarto, ao lado da minha cama. Achei logo o cantinho para o calendário (imantado) do ano vindouro *, que traz como lema "ser feliz de janeiro a janeiro". 

Quando comprei o quadro, o único objetivo era fazer uma lista das coisas que preciso fazer ou não devo esquecer, para que eu visse logo que acordasse (a organização, lembram?). Sem muito pensar, quis logo inaugurar o brinquedinho novo e escrevi o provérbio chinês que utilizei no encerramento da postagem de ontem. Não quis apagar. A frase ficou lá a noite toda e foi a primeira coisa que li quando acordei hoje. O dia amanheceu nublado e então troquei a frase para esta aí da foto. 

Percebi que gostei dessa nova utilidade para o quadro. Frases motivacionais para mim mesma. Foi a lição do dia: planejar é bom, mas precisamos ser atentos e receptivos a novas possibilidades. Nem sempre a primeira ideia é a melhor, a primeira resposta é a correta, a primeira impressão é a que fica. 

* O calendário é da Arte em Papel. É imantado e tem tamanhos distintos. O que comprei deve ter mais ou menos o tamanho de 10x10 cm e custou R$ 7,00. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Vamos falar de gratidão





O preço da bicicleta é fácil de aferir, mas o valor deste sorriso é incalculável. Gratidão define. E não estou falando do garotinho feliz com o presente, nem da garotinha que saiu correndo para abraçar o Papai Noel e nem ligou para a boneca que ele lhe oferecia. Estou falando da minha gratidão a todos que tornaram possíveis momentos felizes para 142 crianças de uma escola de educação infantil da rede municipal de ensino.

E também estou falando da minha gratidão pelos ensinamentos que recebi destas crianças, que no auge de seus dois, três ou quatro anos, ensinam valiosas lições que não encontramos em livros e nem no Google. Com eles eu aprendi que podemos sorrir mesmo que a vida somente nos dê motivos para chorar. A realidade de muitos destes pequeninos é bastante cruel e ainda assim, eles sorriram.

E como foi que cheguei a esta escola? Em 2009, participei pela primeira vez da campanha Papai Noel dos Correios e adotei cartinhas das crianças para presentear. Deixei de participar alguns anos porque ingressei em um grupo que arrecadava brinquedos para distribuir em instituições. Ah, mas isso não me satisfazia. Não é a mesma coisa comprar um carrinho ou comprar um carrinho para Arthur, João, Miguel. Além disto, o grupo resolveu presentear idosos no Natal. Não tenho nada contra, pelo contrário, acho que os idosos merecem toda a nossa atenção, carinho, respeito, mas nada se compara a emoção de uma criança encantada com o Papai Noel. 

Sendo assim, ano passado decidi que voltaria a participar da campanha dos Correios no Natal e ajudaria os idosos em outro momento do ano. Acredito que nada nessa vida é por acaso e não foi à toa que isso aconteceu justamente no ano passado. Comentei com a minha chefe que tinha vontade de levar a campanha para o trabalho e ela apoiou imediatamente. A ideia era adotar de 20 a 30 cartas, uma turma inteira de um colégio, e distribuir as cartinhas com os colegas do setor. 

Uma colega me acompanhou até os Correios para ajudar na escolha das cartas. Chegando lá, explicamos que queríamos entre 20 e 30 cartas e nos deram o pacote de cartas desta escola. Quando meus olhos bateram nos primeiros desenhos, tive vontade de levar todas as cartas. E foi o que eu fiz. A colega me perguntou se não eram muitas, e eu respondi que sim, mas que daria certo. E deu. Mais de uma centena de cartas e a campanha que era só para o meu setor expandiu-se para os demais. 

Repetindo, nada nessa vida é por acaso. Na semana em que sofri o acidente de carro e meu casamento terminou, essa campanha foi o que não me deixou desabar. Quando cheguei na escola para acompanhar a entrega dos presentes eu entendi que não ter comida em casa é um problema, não ter marido não. Estas crianças me fortaleceram e me fizeram enxergar a vida de outra forma. Serei eternamente grata. A dedicação das professoras também foi um motivador para que este ano repetíssemos a parceria. A diretora nem levou as cartas para os Correios, entregou diretamente a nós. 

Não foi fácil conseguir atender a todos os pedidos. Em tempos de agravamento de crise econômica, os corações ficam menos sensíveis que os bolsos de alguns. Só que quando a gente quer muito uma coisa e deseja com vontade, ela acontece. E foi assim que hoje foi possível levar um pouco de alegria aos pequeninos. A sensação é de plenitude, de leveza, de felicidade. Há um provérbio chinês que diz que podemos escolher o que semear, mas vamos necessariamente colher o que plantamos. Vamos semear amor e a colheita de bons frutos é garantida. 


quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Sobre como uma palavra pode mudar tudo

As férias acabam e a rotina precisa ser retomada. Logo que cheguei, encontrei uma quantidade considerável de demandas que precisavam ser feitas em um prazo apertado: aquele dia. A pilha de papeis sobre a mesa não era nada animadora. A questão ética me impede de falar mais sobre as minhas frustrações, decepções, e aborrecimentos ligados a esta questão. Sigamos adiante. 

A parte que motivou esta postagem começa agora. Sobre como precisamos ficar atentos aos sinais e mensagens que o universo, o sobrenatural, o divino (escolha o nome de sua preferência) nos manda o tempo inteiro. Em meio ao caos que foi o primeiro dia de trabalho pós-férias uma pessoa me disse  que havia lido em algum lugar que uma palavra positiva pode tirar toda a negatividade da vida de alguém. E que eu tinha feito isso com ela, que uma palavra minha mudou tudo. Eu não fazia ideia de que meu gesto espontâneo tivera tamanho impacto. 

Naquele momento, as palavras desta mulher mudaram meu dia. Todos os sentimentos negativos desapareceram como em um passe de mágica porque tive mais certeza ainda das minhas decisões, da minha missão, do que me faz feliz. Apenas recentemente descobri (ou aceitei?) que o amor rege todas as minhas ações. E acredito também que o amor de verdade não espera recompensas, reconhecimento, aplausos. Ele é completo em si mesmo. Pleno na própria essência. Que amar o próximo seja um hábito, uma rotina, uma necessidade. 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Está lançado o desafio

Terceira postagem na semana? Sim!!!! E a partir de agora as postagens serão diárias. Já fiz isso uma vez e foi bastante desafiador.  Em alguns dias eu não tinha a menor ideia do que escrever e publicava um vídeo do Youtube, em outros o sono me vencia e eu acabava publicando duas postagens no dia seguinte só para manter a meta. Não foi fácil, mas consegui publicar 365 postagens em um ano. Afinal, o cinema me ensinou que "missão dada é missão cumprida". 

Se não foi fácil, por que repetir? O simples "porque sim" responderia bem, mas posso ter argumentos mais bem elaborados. Gostei do desafio, estou com saudades de escrever, acho que terei mais maturidade, conteúdo, planejamento para as postagens. Na primeira vez, decidi que faria postagens diárias e aguardei o ano novo se iniciar para começar as publicações. Desta vez não. Por que esperar se posso começar agora? 

É preciso criar o hábito, e os estudos dizem que isto acontece em vinte e um dias. Então, por que não começar agora e entrar em 2018 já perto da consolidação do hábito? Percebi que tenho escrito as lições que tiro das situações que relato, então, fica mais este registro. Planejar é bom, mas uma vez feito o planejamento, coloque-o em prática imediatamente. O momento ideal é o agora, porque nada acontece por acaso. Sendo assim, a menos que haja alguma razão de força maior, está lançado o desafio. E haja criatividade para manter as postagens diárias pelo menos até 31 de dezembro de 2018. E sem repetição. 

Impossível é apenas aquilo que não desejamos com muita vontade.   

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Um segundo aniversário

Se a gente pudesse ou tivesse que escolher uma data para um segundo aniversário, eu escolheria 11 de dezembro. A depender do referencial que se tenha, um ano pode ser muito ou pouco tempo... Foi exatamente há um ano, ou melhor, um ano e um dia, que eu renasci. Parabéns para mim. Sim, eu mereço. E não há modéstia que vá me impedir de afirmar isso. 

O ano de 2016 tinha começado com uma grande transformação, uma mudança drástica no meu campo profissional. Comunicadora de formação (graduada em Publicidade e Jornalismo), sempre fui encantada pela área que escolhi para atuar profissionalmente mas, durante algum tempo trabalhei na área administrativa. Até que depois de muitos "não" eu ouvi um "sim". (Sim, eu não desisto fácil das coisas nem das pessoas). Após os minutos iniciais de incredulidade onde me questionei se estava sonhando ou acordada, felicidade era o meu nome. 

Os primórdios no setor de Comunicação da organização onde trabalho foram maravilhosos. Minha vida estava toda "conto de fadas", feliz na profissão, iniciando relacionamento amoroso. E cinco anos se passaram. Chegamos em 2016. As coisas já não andavam bem há algum tempo, e de forma geral, embora eu não estivesse percebendo ou inconscientemente me recusando a ver. O lado profissional  era o que mais me incomodava, estava me conduzindo a um adoecimento emocional. Trabalhar em alguma coisa que eu goste sempre foi importante para mim e o setor de Comunicação estava tomando rumos diferentes do que acredito, de forma que em alguns momentos eu precisava passar por cima de alguns princípios pessoais para cumprir com as minhas obrigações. 

Eu pensava, pensava, pensava, mas não encontrava uma solução diferente: eu precisava sair do setor. Não decidi de imediato, porque não era tão fácil para mim abrir mão da minha área de formação para me aventurar em terrenos desconhecidos. Recebi uma proposta para atuar na Gestão de Pessoas. Enchi-me de coragem e aceitei. A então chefe do setor é minha amiga pessoal e confiou cegamente no meu trabalho. A presença dela, independente da condição hierárquica, era a segurança que eu precisava para os primeiros passos. E foi assim que logo depois do Carnaval, quando o ano realmente começa em Salvador, comecei a trabalhar com programa de estágio. 

Hoje posso dizer que foi uma das decisões mais acertadas que tomei em toda a minha vida. Gosto muito do que faço e descobri um lado que eu não conhecia em mim e que me enche de orgulho e alegria. Na primeira semana, a vontade foi de largar tudo e sair correndo gritando, porque era muito diferente do que eu estava acostumada. Até que... "eureka"!!!! Eu precisava seguir as normas, mas tinha liberdade para criar o fluxo de trabalho do meu jeito, o que estava dificultando a minha adaptação era a tendência que temos a seguir a forma de trabalhar de quem estamos substituindo, afinal, aprendemos com o futebol que em time que está ganhando não se mexe. Bastou colocar as coisas do meu jeito e pronto, parecia que eu fazia aquilo há décadas. 

E o que isso tem a ver com o 11 de dezembro? Com a felicidade voltando ao campo profissional, o lado pessoal começou a ganhar mais minha atenção. Ainda de forma intuitiva, as percepções começaram, mas talvez eu não desejasse observar mais atentamente ou alguma outra coisa me impedia de ver claramente. O fato é que eu só entendi que a minha alegria tinha ido embora quando ela voltou. Eu ainda não sabia, mas ela estava começando a voltar naquele 11 de dezembro. 

Era um domingo ensolarado na capital baiana, início da tarde, e eu estava dirigindo em uma avenida que tem velocidade máxima de 80km/h. Com algumas obras de mobilidade urbana no entorno, apesar do fluxo bem mais tranquilo aos domingos, o trânsito parou. Ouvi uma frenagem brusca e senti o impacto, que arremessou o meu carro contra o carro da frente. O motorista do carro da frente veio até mim e antes que ele falasse qualquer coisa eu disse "eu não tive culpa, bateram em mim". Ele respondeu "eu sei, está tudo bem?"  Sim, estava tudo bem. 

Desci do carro e observei que o motorista causador do acidente não tinha saído do carro. O vidro da janela tinha uma película escura, não era possível enxergar o ocupante. O outro motorista e eu fomos até lá e quando nos aproximamos ela (era uma mulher e confesso que isso me deixou com raiva por dois minutos) baixou o vidro e disse que era para ficarmos tranquilos que a seguradora dela arcaria com o nosso prejuízo. Só depois de ver que ela estava bem eu olhei para o meu carro para ver em que situação ele se encontrava. O fundo estava completamente destruído. A estrutura estava retorcida, e as portas não abriam, exceto a do motorista. Eu estava com brinquedos no carro, que seriam doados para crianças que escreveram cartinhas pedindo presentes ao Papai Noel (os presentes ficaram intactos, apesar da destruição, e eu também). 

Não vou detalhar muito a situação já que o texto ficou um pouco extenso pela contextualização que quis fazer ( e ainda não acabou). Vamos pular para a parte em que eu já estou em casa e percebo que há um hematoma na minha perna. Descobri da pior forma possível que precisamos colocar alguma coisa entre a bolsa de gelo e a pele para evitar queimaduras. É, eu que saí ilesa de um acidente relativamente grave, provoquei  uma queimadura em mim mesma. 

No dia seguinte veio a segunda pancada. Chegando da concessionária, onde deixei o carro para avaliação, o marido me comunica que está voltando para a casa da mãe, que o casamento acabou. Era a este momento que eu me referia na postagem inicial deste blog, quando falei que começou tudo a desabar na minha cabeça. Não vou entrar em detalhes sobre isso também. Dois dias depois do acidente, a seguradora da motorista que causou o acidente concluiu que o carro teve perda total. Com a estrutura retorcida, partes importantes relacionadas à segurança foram comprometidas. Só então eu tive ideia da gravidade do choque e do que poderia ter acontecido. 

Em um próximo post eu falo um pouco mais sobre a separação e a superação. Vamos ao trecho final sobre o acidente (as minhas amadas metáforas). A queimadura deixou uma cicatriz em forma de coração (tem metáfora mais linda do que essa?). Eu não percebi de imediato (acho que sou um pouco retardada, percebo as coisas nos outros bem mais fácil do que em mim), mas uma garota na academia comentou sobre meu "sinal de nascença". Sim, ficou parecendo um sinal de nascença e inspirou uma postagem toda poética minha nas redes sociais (um dos melhores textos que já escrevi, apesar de bem pequeno). No começo eu queria que a cicatriz desaparecesse mas depois que vi o formato de coração eu mudei de ideia. 

A outra metáfora, para encerrar, é sobre o carro. Eu gostava do meu carro sinistrado, achava que nunca mais ia querer trocar e que seríamos felizes para sempre. Poucos dias depois, eu aluguei um carro de outra marca/modelo. Para minha surpresa, eu me apaixonei pelo veículo assim que o coloquei em movimento pela primeira vez. Nos entendemos muito bem, parecia que a gente já se conhecia há anos. Eu nem queria devolvê-lo à locadora, nem lembrava que tive outro carro antes dele. Acabei comprando um igual para mim. E a metáfora do carro transcendeu para a vida. Conheci outro homem depois da separação, ou melhor, acho que o reconheci. Desde a primeira vez que os meus olhos o viram eu tive a certeza de que era ele que eu esperava a vida toda. O encantamento também foi imediato e acredito que mútuo também, mas diferente da história do carro essa (ainda) não tem um final feliz. Deve ser porque ainda não acabou...

O que fica de lição de tudo isso? Primeiro, a atenção no trânsito e como o celular pode "roubar" essa atenção e trazer graves consequências. A motorista disse que não viu o trânsito parar e por isso colidiu. Celular? Talvez. Não posso afirmar que ela estava ao celular, mas infelizmente é uma prática comum nas vias soteropolitanas dirigir com um olho no trânsito e o outro no WhatsApp. Pare em qualquer semáforo e observe os motoristas ao redor. Quase todos estarão checando mensagens nos comunicadores instantâneos. Tornam-se vítimas mais fáceis da violência urbana ou das "buzinadas" de outros motoristas impacientes se atrasam a partida quando a luz verde volta ao semáforo. 

A segunda lição é que muitas vezes não entendemos o porquê de alguma coisa que acontece, mas acredito que tudo tem um propósito, algo a nos ensinar. O acidente não me matou, pelo contrário, ele me fez viver de forma mais plena porque passei a ver o mundo com os outros olhos. Uma vez escrevi uma frase para um amigo dizendo que com ele aprendi que o pretérito é imperfeito, o futuro é condicional e o presente é uma dádiva, por isso tem esse nome: presente. Aprendi, mas deixei de praticar e caiu no esquecimento (como as fórmulas de Física, como um novo idioma, como os gráficos das equações). O acidente trouxe a frase de volta e uma coisa que parecia ruim acabou se transformando em algo de bom pelo crescimento que tive. Como escrevi no texto a que me referi mais acima, precisamos enxergar os corações nas cicatrizes. E as cicatrizes nos corações também. 

E é por tudo isso que 11 de dezembro poderia ser meu aniversário. Renasci. 

domingo, 10 de dezembro de 2017

Floripa

Há uma semana eu desembarcava em Salvador depois de sete dias maravilhosos em Florianópolis. Viajar certamente é uma das melhores coisas da vida. Conhecer novos lugares, novas pessoas, novas culturas. Por circunstâncias da vida, precisei me privar deste prazer por alguns anos, mas sempre é tempo de recomeçar. Em qualquer coisa. E como foi bom recomeçar as viagens em Floripa, a capital catarinense é encantadora. Nunca tinha ido tão longe nas minhas (poucas) viagens até aqui, aproximadamente dois mil quilômetros de distância. 

Na volta, a mala veio mais pesada. É que além das coisinhas que comprei por lá, eu trouxe  experiência, recordações e saudade. Boa parte disso está registrada em fotos. Dezenas, não, centenas delas. A cada dois ou três passos você acha que o ângulo da foto vai ficar mais bonito que o anterior e sai registrando tudo. 

E trago também muitas histórias para contar. Sobre como em poucos dias eu já caminhava pelo centro da cidade como se morasse ali a vida toda. Sobre como me pararam para pedir informação achando que eu era moradora da cidade. Sobre como foi divertido participar da caçada ao homem que sai pedalando pela vizinhança para vender um delicioso pão artesanal. Sobre a sensação de voltar a infância no Beto Carrero World. Sobre estratégias de arrumação de mala para caber tudo que não foi na ida, na volta. Sobre tudo que descobri sobre mim nestes dias. E sobre o mundo. 

Mas a história que mais gosto, sem dúvidas, é sobre a conexão no voo de volta para casa. Minha predileção nem é porque a historia é inusitada ou parece roteiro de filme ou novela, é pela metáfora. Não sei se estou com "mania" de metaforizar tudo, mas confesso que gosto disso. Enxergar além do que se vê. 

O fato é que meu voo de volta estava marcado para sair de Florianópolis as 11h23. Não há voos diretos para Salvador, de forma que obrigatoriamente teria uma conexão em São Paulo, esta marcada para 13h10. O tempo estava bem apertado, aproximadamente meia hora entre o pouso de uma aeronave a decolagem da outra. Eis que, o avião atrasa em Floripa. Eram 11h e os passageiros ainda não haviam entrado no avião. Começamos a embarcar cerca de quinze minutos depois. 

Eu sou daquelas que não desiste fácil e que é sempre otimista, mas neste caso, a razão indicava que eu ficaria no aeroporto em São Paulo por mais algum tempo, aguardando o próximo voo para a capital baiana. Só que meu coração não queria isso. Joguei para o universo. Apenas pensei "Seja o que tiver que ser". Chegamos em São Paulo e assim que saio do avião vejo uma funcionária da companhia aérea. Meu cartão de embarque tinha o número do portão do voo para Salvador mas por alguma razão eu perguntei a esta funcionária pela conexão. Talvez no meu inconsciente eu esperasse que ela me indicasse um atalho. Preparada para começar a correr (literalmente) pelo aeroporto, escuto "é no portão aqui do lado" ( não era o mesmo portão que o cartão de embarque indicava). Os passageiros já estavam embarcando e assim também o fiz. 

E então veio a metáfora na minha cabeça. Mais que isso até, no meu coração. Quando algo tem que acontecer, não há nada que atrapalhe. Quando você quer muito uma coisa, deseje com vontade, com todo o seu coração. O universo conspira para que tudo dê certo.