quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

A civilização grega

Eu sempre gostei de História, era minha matéria favorita nos tempos de escola. Sempre gostei de saber a origem das coisas, o porquê elas são como são. As notas boas no boletim eram consequência, uma vez que este estudo era (e continua sendo) para mim um grande prazer. 

Devo confessar que no início da minha vida escolar eu não nutria muita simpatia pela civilização grega. Minha admiração era pela civilização romana, que conquistou o maior império de que já se teve conhecimento. Sem contar que achava os nomes de governantes, deuses e filósofos gregos com uma estética sonora duvidosa.... Porém, os anos passaram. A maturidade mudou minha forma de ver o mundo e hoje tenho uma profunda admiração por uma civilização que foi a origem de tudo. 

Em todas as áreas do saber que temos na contemporaneidade, os estudos começaram na Grécia Antiga. Conceitos matemáticos, econômicos, políticos têm nacionalidade grega. Teorema de Pitágoras e a Democracia são apenas dois singelos exemplos. Quanto mais a curiosidade me instiga a buscar algum conhecimento, mas eu me encanto com a civilização que um dia eu não valorizei. Fica a dica: procure conhecer para depois saber (esta é uma ideia de Sócrates). Ao sair da caverna, jamais voltaremos como antes porque teremos contato com a luz do conhecimento (alegoria da caverna de Platão). Ainda bem que eu consertei meu erro a tempo, 


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Caçador de mim


Há muito tempo não escutava essa música, mas hoje a professora levou para a sala de aula com o objetivo que ela iniciasse uma discussão sobre a busca do conhecimento (o autoconhecimento e o conhecimento de mundo). 

Não preciso comentar mais nada. Como dizia  Victor Hugo, "a música expressa o que não pode ser dito em palavras mas não pode permanecer em silêncio". 


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Sete coisas que eu penso sobre política:


  1. Pessoas honestas não se tornarão corruptas pelo simples fato de conquistarem um mandato eletivo. Há outras variáveis envolvidas, muitas por sinal. 
  2. As pessoas honestas existem (e creio que são maioria) e muitas vezes não querem se envolver na política (seja elegendo ou sendo eleito). Assim, sobra mais espaço para os não honestos. 
  3. Não devemos achar que política é isso mesmo e aceitar como "natural" a corrupção. E não me refiro apenas aos desvios de verba, recebimento de propina, assessores "fantasmas". Quando um parlamentar falta à sessão, sem justificativa, e recebe por isso, também é corrupção.
  4. Se for para se indignar com a corrupção, não seja seletivo. Não queira punição apenas para os que defendem ideais diferentes dos seus. Até porque se você é contra a corrupção e a pessoa não (já que o fez)...  
  5. Política não é campeonato de futebol, não seja fanático "torcendo" para seu "time". Política é um tipo de jogo onde todos podem perder ou ganhar.
  6. Não saia repetindo discursos sem saber o que está falando. Não compartilhe notícias sem verificar a veracidade antes. Concordar com alguém é uma coisa, repetir o que a pessoa fala porque ela é (ou parece) inteligente e/ou está na "moda" é outra completamente diferente. Busque informações, questione, critique. O debate é sempre um aliado da democracia.
  7. Urna não é lugar de protesto, urna é lugar de voto consciente.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

As professoras de português que me ensinaram muito mais que gramática

Ano passado, reencontrei uma das minhas professoras de Português do Ensino Médio em uma formatura. Agora diretora de uma Faculdade de Comunicação da cidade. No término da cerimônia, fui procurá-la. Ela disse que tinha uma vaga lembrança de minha fisionomia e me fez algumas perguntas sobre a minha vida acadêmica desde os tempos de escola. Falei do meu objetivo de cursar uma terceira graduação e ela falou "não está na hora de fazer um mestrado?". Não, professora, ainda não. Eu demorei a entender e aceitar a minha missão nessa vida, não vou adiar mais. 

Esta professora uma vez me disse que eu tinha uma linguagem jornalística nas minhas redações e, em um trabalho de escola em que simulamos um telejornal, ela me disse que era para eu pensar com carinho no curso de Jornalismo, porque eu tinha vocação para a profissão. E tinha paixão também, professora. Muita paixão. A mesma que hoje está começando a se desenvolver pela Psicologia. Não precisamos amar somente uma coisa a vida toda e amar outra não significa odiar a que amávamos outrora. Meu coração é grande, pode armazenar muito amor. 

Sobre a Psicologia, o universo já tinha me mandado mensagens sobre isso anteriormente, mas não prestei atenção ou não entendi, ou não quis ver/aceitar. Quase dez anos depois que concluí o ensino médio, encontrei a minha outra professora de Português do período e ela me disse que eu era bastante cuidadosa com as pessoas que eu deveria fazer Psicologia. Esta conversa ficou guardada em minha memória por muito tempo e voltou repentinamente quando estava arrumando meus livros e encontrei um sobre a vida de Jung, um presente desta professora que era um incentivo para eu fazer o curso. 

Demorou, professora, mas segui seu conselho. Hoje recebi a notícia da partida da primeira professora, a que eu encontrei na formatura no ano passado. Mais uma que perdeu a luta contra contra o câncer. Siga em paz, professora. Deixará boas lembranças, da excelente profissional que foi. Não somente pela capacidade técnica, mas pela atenção que dispensava aos alunos, pelo olhar global que enxergava não somente alguém que tira notas altas ou alguém que aprendeu a lição. Fará falta. 


sábado, 24 de fevereiro de 2018

Joga para o universo que ele resolve

E o universo resolve sempre da melhor maneira, muitas vezes até melhor do que você esperava. 

Raul Seixas já dizia:

"Basta ser sincero e desejar profundo
você será capaz de sacudir o mundo". 

Esta postagem pode parecer uma repetição ou soma das duas anteriores, mas não tem como ser diferente. Ontem eu comentei sobre a dificuldade de organizar meu tempo para conseguir honrar todos os meus compromissos e afazeres e, na véspera, falei sobre os pedidos que fazemos para o universo - eles se realizam. Uma redução de carga horária no trabalho seria fantástica para mim neste momento, mas tudo indicava que não seria possível. Diante de uma primeira negativa, eu "joguei para o universo" a solução e ontem ele me trouxe a primeira resposta. Uma solução temporária, a princípio, mas que resolve minha vida por dois meses. E em dois meses muita coisa pode mudar... Coisas temporárias podem se tornar permanentes... 



Cada vez mais fascinada com o poder da mente, dos pensamentos. Mude o mundo a partir dos seus pensamentos, do que você deseja. Só boas vibrações agora e sempre. Em todas os aspectos. 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Não está fácil, mas desafio não é para ser fácil.

Está ficando difícil manter a postagem diária por aqui, mas engana-se quem pensa que este é um texto onde vou dizer que repensei a minha decisão ou que vou abandonar o desafio. Precisamos aprender a transformar dificuldades em oportunidades, a lidar com contratempos, imprevistos. Não podemos controlar tudo o tempo todo, então, temos que fazer o melhor que pudermos com aquilo que podemos controlar, com o que está ao nosso alcance. 

Com a correria e cansaço que a nova graduação trouxe à rotina já puxada que eu tinha, muitas vezes é difícil pensar em algo para escrever ou arrumar os pensamentos em formas de palavras, frases, textos. Então, estou recorrendo às publicações programadas, recurso que a ferramenta de blog oferece. Assim, organizo melhor meu tempo ao deixar textos prontos e programados para serem publicados. Este aqui, por exemplo, apesar da postagem com data de hoje foi escrito há dois ou três dias. 

Bastou ficar atenta às possibilidades, ao que me cercava, para não deixar nenhuma das minhas tarefas sem fazer. Organização do tempo é regra de ouro. Combater os "ladrões de tempo" é fundamental neste processo e focar no que é importante, necessário, urgente, prioritário, também. Estou orgulhosa de mim pelos resultados que obtive até agora.  

No Pilates, as alunas costumam brincar dizendo que a vida é como a atividade física: se está fácil, é porque tem alguma coisa errada. Não penso que seja desta forma, porque a vida não precisa ser pesada e densa o tempo inteiro, e nem as atividades físicas, mas, apesar de não achar uma metáfora feliz, a trouxe para dizer o seguinte: desafios não são fáceis, se são fáceis não são desafios. Eu não sabia o que me aguardava no caminho quando decidi fazer as postagens diárias, mas sabia que teria dias mais tranquilos e outros nem tanto, porque a vida é assim. Compromissos são compromissos e precisam ser honrados, ainda mais se o compromisso é consigo. Sigamos adiante. 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Faça seu pedido que eu vou realizar, diz o universo

Eu acredito que o que nós jogamos para o universo, ele devolve para nós. Esta semana, uma situação, um comentário, trouxe à minha lembrança um antigo colega do curso de inglês, que não vejo há mais de dez anos. Uma recordação agradável, uma pessoa querida, por quem tive um carinho, imediato, logo que conheci. O curso acabou, perdemos o contato diário, mas a tecnologia nos trouxe uma certa aproximação novamente (ah, as redes sociais...). 

Quando a lembrança surgiu, repentinamente, pensei em mandar uma mensagem para ele perguntando como ele estava, o que estava fazendo. Senti saudade das nossas conversas. Acabei não mandando a mensagem, mas o universo atendeu meu pedido de contato (foi um pedido, ainda que inconsciente) melhor do que eu poderia esperar. Encontrei-o pessoalmente, chegando no curso de espanhol (onde ele é docente de francês). Um dos melhores abraços dos últimos tempos. E melhor do que o reencontro foi saber que vamos nos ver com frequência pelo menos até o final do semestre. 

Lição do dia: faça seu pedido e aguarde o que o universo reserva para você. 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Quando tudo se encaixa

Primeira semana de aula e uma professora pergunta, mais uma vez, a razão da escolha do curso. Enquanto alguns colegas da turma respondiam, a minha resposta surgiu na minha cabeça como uma luz que se acende em uma sala escura. Percebi que das outras vezes que me fizeram esta  mesma pergunta eu respondi "como" eu decidi fazer Psicologia mas não o "porquê". E eis que a resposta surge como um passe de mágica. Pode até parecer pretensioso da minha parte mas a verdade é que eu não escolhi a nova graduação, ela foi quem me escolheu. 

Quando me ouvi pronunciando estas palavras, percebi mais algumas coisas (sobre mim). A primeira é que havia muita verdade no que eu estava dizendo, é algo que realmente acredito. A segunda é que eu devo admitir que gosto de frases de efeito. 

A professora também queria saber qual a área de interesse que temos nestes primeiros dias de aula. Respondi dizendo que a minha "lista" pode aumentar ou diminuir nos próximos cinco anos mas que tenho interesse nas áreas organizacional, educacional e forense. Grandes verdades. Então, veio a dica do dia. Tudo que pensamos, ou fazemos, fica em nossa mente como pequenas peças de quebra-cabeça que circulam de um lado para outro. De repente, alguma coisa acontece e... tudo se encaixa!!!! Não acho que seja somente comigo que as coisas sejam assim. 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

La Barca

Mais um semestre no curso de Espanhol: o terceiro. Faculdade, trabalho, curso, obrigações e afazeres da vida pessoal. Os próximos meses prometem, ou eu aprendo ou eu aprendo a organizar meu tempo para dar conta de todas as atividades. E sem esquecer do compromisso com o blog (não quero me decepcionar comigo mesma), com a saúde (manter a rotina de boa alimentação e atividades físicas porque ainda estou com excesso de peso que trazem algumas consequências não boas), com o lazer. E para voltar a me acostumar com o idioma, uma canção em espanhol. Um clássico que adoro. 


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Adolescentes

Oficialmente, a adolescência é uma época finalizada em minha vida. Na prática, tenho minhas dúvidas. Talvez seja isso que explique a minha facilidade em lidar com os adolescentes. Gosto de crianças, mas quando elas crescem eu gosto mais ainda. E vamos nos entendendo cada vez melhor. Teorias para essa afinidade são muitas. Há quem diga que eu inspiro confiança, que deixo as pessoas à vontade ou que eles se identificam pela minha jovialidade. Não sei a razão, mas sei que gosto disso. Eu me sinto bem no meio da garotada. Acho que eles me rejuvenescem e aprendo muito com eles. 

No último sábado, estive em um baile à fantasia. O encerramento "extra-oficial" do Carnaval, organizado pelo pessoal do Pilates. Em determinado momento, percebemos que do lado de fora do salão de festas havia três adolescentes dançando as coreografias do grupo FitDance para as músicas que estavam tocando na festa. Eu faço (ou fazia, antes de começarem as aulas na faculdade) aulas de FitDance na academia. Pedi autorização a uma das donas da festa para chamar os meninos para puxarem as coreografias no salão. 

Fui até eles e convidei. Ficaram radiantes e deram um show de dança. Como eu conhecia algumas das coreografias, dançamos juntos (eu finjo muito bem). No final da festa, alguém me perguntou se eu morava no prédio, porque parecia que já conhecia os garotos. Eu me sinto com uma responsabilidade  enorme nas mãos por ter essa habilidade, se é que tenho mesmo. Talvez seja essa a minha missão, talvez por isso minha genética me faça envelhecer bem devagar. O fato é que estou preparada para encarar esse desafio e será muito prazeroso. 


domingo, 18 de fevereiro de 2018

O dia em que o futebol baiano foi exemplo do que não deve ser feito

Saci Pererê, Curupira, Boto Cor-de-Rosa são personagens do folclore brasileiro. A partir de hoje, o "Ba-Vi da paz" pode integrar essa lista. Vergonhoso o comportamento dos dois times em partida válida pelo Campeonato Baiano. Em território rubro-negro, onde não vence há sete anos, o Bahia foi ao vestiário perdendo a partida por 1 x 0. No começo do segundo tempo, um pênalti marcado para o tricolor foi convertido pelo jogador Vinícius, igualando o placar. 

Ao comemorar o tento, Vinícius fez uma dança provocativa (o "créu") na frente da torcida do Vitória. Foi o suficiente para começar uma confusão generalizada. O goleiro do Vitória foi "tirar satisfações" com o jogador do Bahia, e o puxou pela camisa. Outros jogadores do Vitória chegaram, Vinícius foi atingido com socos e a pancadaria foi ganhando o campo. Depois de dezesseis minutos, três jogadores expulsos do lado rubro-negro e quatro do lado tricolor (dois titulares e dois reservas). 

Não bastasse essa vergonha, quando a partida foi reiniciada um jogador do Vitória que já tinha cartão amarelo levou a segunda advertência, culminando na expulsão. E logo em seguida, outro atleta teve o mesmo destino, obrigando o árbitro a encerrar a partida pelo quorum insuficiente no time. A equipe de televisão que transmitia o jogo levantou a possibilidade de a última expulsão ter sido proposital, o que torna tudo ainda mais lamentável. Sou torcedora do Bahia, mas reconheço que no momento o Vitória tem um time tecnicamente superior e, mesmo com dois jogadores a menos, poderia ter, no mínimo, segurado o empate. Não é este futebol que a gente quer. 

A briga dentro de campo "inspirou" a torcida a fazer o mesmo. E antes da bola rolar, 13 pessoas já tinham sido presas pelas confusões que provocaram. Não é porque é paixão que tem que deixar cego. A comemoração de Vinicius foi provocativa, desrespeitosa, mas acho que nada justifica essa barbárie. Nem a pancadaria nem o encerramento da partida da forma que foi. Isso ainda vai render assunto por uma semana, ou mais, e espero que sirva de base para uma discussão mais profunda e, principalmente, ações que façam o futebol ser um esporte, ser profissional, ser civilizado. 


sábado, 17 de fevereiro de 2018

Paciência

Minha paciência sempre foi bastante elogiada. Sim, ela parece ser infinita, mas não é. Se por um lado eu sou capaz de passar horas desembolando os fios do fone de ouvido (tenho habilidade quase zero para essas coisas), por outro, estou ficando com pouca paciência para os discursos de ódio e outros comentários desnecessários que vejo nas redes sociais. 

Os mais recentes, por exemplo, se referem ao belo gesto do D.J Alok, que doou o cachê na participação do Carnaval de Salvador ao Projeto Axé, renomado projeto social na Capital baiana. Em meio a elogios pelo gesto e discussões sobre a importância das ONGs, leio coisas do tipo "todos os artistas deveriam fazer isso porque eles recebem dinheiro da Lei Rouanet" ou "ele só quer mídia, isso é marketing". Primeiro que a Lei Rouanet não distribui dinheiro a artistas, ela autoriza a captação de patrocínios e permite que os patrocinadores deduzam um percentual do imposto de renda devido. Segundo que os artistas podem e devem fazer o que bem entenderem com o dinheiro que recebem pelo trabalho deles. Sim, é trabalho, é profissão. Terceiro que não devemos sair compartilhando qualquer coisa que vemos na internet. Um pouco de pesquisa não faz mal a ninguém. Se não for por amor ao próximo, que seja para não passar vergonha falando o que não sabe ou divulgando mentiras como verdades. E, por fim, não julguemos. Como é que com base em uma manchete de jornal alguém pode afirmar tão categoricamente que a ação teve este ou aquele motivo?

Em tempos em que estou querendo e precisando me livrar destes "ladrões de tempo" que são as redes sociais, comentários como estes que postei no parágrafo anterior são um estímulo para passar cada vez menos tempo conectada. Claro que posso filtrar o que vejo, o que leio, mas é inevitável ver esse tipo de coisa (até porque algumas das atrocidades são escritas no próprio texto jornalístico e não nos comentários dos leitores). E vamos exercitando a paciência. 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Indignação seletiva?

Carnaval de Salvador, 2018. Um jovem que reside na região metropolitana volta para a residência onde está hospedado, em um bairro nobre da Capital baiana, por volta das três horas da manhã. O que acontece? É vítima de uma violência covarde de um homem que alega que "foi agredido no circuito do Carnaval e queria descontar em alguém". Câmeras de segurança de edifícios próximos flagram a agressão e o autor é identificado, preso e apresentado pela polícia à imprensa. A justiça age rápido também e decreta a prisão preventiva do acusado. 

A vítima, infelizmente, tem morte cerebral atestada. Chega ao fim uma vida de apenas 22 anos. E começam a circular nas redes sociais uma petição pública virtual que requer a punição do autor do crime. Clamor por justiça. Digno, muito digno, mas uma coisa me incomodou muito nessa história. Não há a mesma comoção quando a vítima é preta, pobre e da periferia. É como se na região mais pobre da cidade sempre houvesse "motivos" ou justificativas para homicídios. E, pior, muitas vezes o pensamento não verbalizado é que o garoto da zona nobre tinha um futuro brilhante pela frente e o da zona pobre ia cair no crime, então, morreria cedo mesmo. Hã?????

Não estou dizendo com isso que nada deveria ser feito, apenas que SEMPRE deveria ser feito. Sem indignação seletiva! A dor de uma família que perde um ente querido aos 22 anos de idade de maneira brutal e repentina é a mesma, independe da cor da pele, do endereço, da classe social, da religião ou de qualquer outra coisa. 

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Clichês importantes

Não é porque é clichê que precisa ser descartado. O dicionário conceitua como expressões ou frases banalizadas pelo uso, mas não diz que o que é banal não tem valor. Alguns clichês passaram pelos meus ouvidos hoje e ao longo dos últimos dias, e foram (são) importantes porque tem coisas que não devemos esquecer jamais. São eles:

  • Faça o que você gosta para não ter que trabalhar
  • É preciso cuidar de você para cuidar do outro
  • O importante nesta vida é ser feliz
  • Quando você se entende e se aceita como é, você é feliz. 
  • Seja você e não o que querem ou esperam que você seja


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Que todos os dias sejam dedicados ao amor!

A postagem seria sobre o Dia de São Valentim, mas é tanta lenda em torno disso que há, inclusive, suspeitas de que nada é real. Então, quem quiser conhecer um pouco mais da história, escolhe entre as milhares de coisas que aparecem em uma pesquisa rápida no Google e escolhe a sua versão favorita. Sendo assim, a postagem trará apenas um desejo. Que não seja somente no Dia de São Valentim (Valentine's Day) ou no Dia dos Namorados. Que todos os dias sejam dedicados ao amor! E no conceito mais amplo, o que abrange todas as formas. O amor é a resposta para tudo. 


terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Deixar ir...

De vez em quando a gente precisa arrumar as gavetas dos armários, da mente e do coração para deixar ir embora aquilo que não faz mais sentido para nós: uma roupa que apertou, uma ideia que mudou, um sentimento que acabou. Ouvi na semana passada uma frase que ecoa em meus ouvidos desde então: é preciso deixar o "velho" ir para o "novo" chegar, seja ele uma peça de vestuário, um pensamento, uma emoção. São as leis da Física, duas coisas não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. É preciso criar novos espaços e, muitas vezes, significa deixar ir. 

Tenho feito isso, ainda de que forma inconsciente, ao longo da vida. Principalmente a partir do ano passado. Sim, sem dúvidas, uma edição revista, ampliada, atualizada e melhorada de mim começou a surgir em 2017. O ano foi muito bom para mim, um divisor de águas, mas também preciso deixá-lo ir. Outros bons virão, outros nem tanto, e todos serão importantes na minha evolução. Preciso arrumar as gavetas do meu coração e deixar você ir. Neste caso, a despedida não é porque o sentimento acabou, é porque em matéria de amor as escolhas não são unilaterais. 




segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Tuiuti fazendo História

A modesta escola de samba "Paraíso do Tuiutí" fez história no Carnaval carioca com um enredo sobre escravidão repleto de críticas sociais e políticas no desfile da noite de ontem. Reforma trabalhista, um vampiro com a faixa presidencial e os manifestoches (manifestantes fantoches) nas alas e carros alegóricos fizeram as arquibancadas entoarem o famoso "Fora Temer". Ao vivo, em rede nacional de televisão, a coragem e a ousadia de uma escola pequena, sem muita tradição, que roubou a cena no primeiro dia de desfiles do grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro.

O belo samba enredo fala de uma coisa que sempre questionei: o fim da escravidão. Em tese, terminou, mas na prática vemos uma versão moderna. Da senzala para a favela. Sem oportunidades, com preconceitos inúteis. Os negros que tanto fizeram e fazem pelo progresso do pais. Escravos somos nós de um pensamento perverso que se arrasta por séculos, que fere, que humilha, que maltrata. Somos todos humanos, iguais na nossa insignificância isoladamente. Só fazemos sentido em grupo, em comunidade, cada um do seu jeito.

Depois de "Ratos e urubus larguem minha fantasia", embalando a antológica apresentação da Beija-Flor de Nilópolis em 1989, não me lembro de tamanha repercussão. Nas redes sociais, nos portais de imprensa (até mesmo nos governistas não oficialmente declarados) não se comenta outra coisa. Carnaval não é momento apenas de encher a cara de cachaça e agir como se não houvesse amanhã. Até porque há um amanhã que pode ser ruim para todos se continuarmos na inércia e deixando estar para ver como é que fica. Urna não é lugar de protesto, é lugar de consciência. 

E o Carnaval funciona muito bem para atiçar o pensamento crítico, que deve durar o ano inteiro. Sim, são várias questões envolvidas e não esgotaremos o assunto em uma postagem, mas gosto deste Carnaval que faz pensar e que não apenas entretém. Por aqui, em terras soteropolitanas, segunda-feira é o dia da tradicional "Mudança do Garcia", um bloco que não é bloco. São moradores do bairro do Garcia (vizinho ao circuito central do Carnaval, que está sendo revitalizado a partir deste ano com verba pública e polêmica) e de outras localidades que vão às ruas com fantasias, cartazes e faixas com críticas também sociais e políticas. Já que é para ser política de pão e circo, a gente também quer o pão, porque no Brasil há muito só temos o circo. 

domingo, 11 de fevereiro de 2018

13 Reasons Why

Nunca fui uma fanática por séries televisivas. As que despertam a minha atenção normalmente são as com enredo policial mas, ainda assim, nunca me vi aguardando ansiosamente uma nova temporada e encarando uma maratona de episódios sequenciais até conhecer 13 Reasons Why. Ouvi muitas críticas positivas à série no ano passado, quando foi lançada, mas, confesso, o vício no smartphone  não me permitia fazer nada muito além de ficar com ele na mão o tempo todo jogando, olhando redes sociais ou tentando bater meu próprio recorde de respostas rápidas no WhatsApp.

E então, chegou o domingo de Carnaval. Podem chamar de hoje, se preferirem. Logo que acordei, resolvi rever o primeiro episódio da primeira temporada, o único ao qual já tinha assistido há alguns meses. E como ainda estava cedo para sair da cama, resolvi que veria o segundo. E o terceiro. Pronto. Foi o dia todo assim. Os treze episódios em um só dia. E outro fato curioso: não gosto de ver adaptações para a televisão/cinema de obras literárias que eu não tenha lido o livro primeiro. 13 Reasons Why é uma adaptação de um best seller americano e conta a história de Hannah Baker, uma garota de 17 anos que comete suicídio após uma série de acontecimentos. 

Hannah deixa 13 fitas cassete gravadas, onde explica os motivos que a levaram a pôr fim na própria vida. Alguns especialistas afirmam que a série pode estimular o suicídio, mas, acho que precisamos falar mais sobre isso de uma forma geral. No meu ponto de vista a abordagem foi bastante madura, com a densidade e intensidade emocionais na medida certa. Aborda, de forma realista, as consequências danosas que podem advir de um comportamento que julga, não acolhe, que aceita e reproduz boatos como realidades incontestáveis, sem sequer se dar ao trabalho de uma mínima apuração. Por trás de toda fofoca, de toda intriga, há um alvo humano que sente e reage.

Certa vez, um professor de linguagem audiovisual na faculdade falou em uma aula que quando o filme é bom, nós não conseguimos falar muito sobre ele. É assim que me sinto agora em relação à série. O enredo, a narrativa, as atuações dos jovens atores, tocaram meu coração. E me trouxeram muitas lições, muitas perguntas, algumas respostas. Chega logo, segunda temporada. 




sábado, 10 de fevereiro de 2018

Encontros e despedidas

Encontrei este texto no meu antigo blog, uma publicação de 2012, e trouxe para cá porque ainda penso desta forma. A releitura me pareceu uma conversa comigo mesma, como se eu estivesse tentando me convencer, conformar, consolar, aceitar o fato de que podemos não mais nos encontrar. Não é escolha minha, nada mudou no meu coração. Nem mesmo o fato dele me dizer o tempo todo que você vai voltar. Só o tempo dirá. Quem sabe 2018 não me reserva um novo morador para este coração tão grande e você passe a ser apenas uma doce recordação?

Eis o texto:


Uma vez me disseram que "as pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que permanecem". Eu estava quase acreditando nisto quando percebi uma certa incoerência na frase. Se a pessoa não permanece por acaso na nossa vida, é porque ela tinha alguma função, alguma missão, um propósito, um objetivo, ou seja, ela tinha que ficar ali. Logo, não devemos considerar que foi por acaso que ela entrou na nossa vida, que cruzou o nosso caminho. Então, passei a acreditar que cada pessoa que conhecemos tem uma função, uma missão em nossa vida. A permanência, com certeza é uma questão de escolha, que pode ser dela, nossa ou de ambos.

E assim vamos seguindo nosso caminho, com encontros e (algumas vezes) despedidas. Da mesma forma que as pessoas entram nas nossas vidas, nós também entramos nas vidas alheias. Amizades e amores chegam e partem quando não são verdadeiros ou quando são incompatíveis. Os humanos mudam à medida em que se conhecem, em que experimentam a vida. Em diferentes graus, em diferentes momentos, mas ninguém tem uma alma estática. E são estas transformações que nos afastam ou nos aproximam dos demais - sempre em busca de semelhantes. Afinidades também mudam. 

Nas bagagens destas viagens pelas vidas humanas estão mágoas, alegrias, sofrimentos, amadurecimento, aprendizado, ofensas... Eu queria deixar apenas coisas boas de recordação nas vidas onde passei e queria trazer apenas coisas boas de lembrança no meu regresso, mas sei que isto é impossível. Magoar e ser magoado é inevitável e, algumas vezes, tentando não magoar é que magoamos mais ainda...

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Chiclete com Banana

Não, eu não me tornei uma foliã de ontem para hoje e não vou sair atrás dos trios elétricos (aê, Caetano, não é só quem já morreu que não vai). Então, qual a razão do tema carnavalesco na postagem de hoje? Minha vontade, apenas.

Uma coisa que sempre me chamou a atenção no Carnaval foi o Chiclete com Banana. Comandando o bloco Camaleão, a banda se manteve no auge do sucesso por três décadas, com um estilo  musical inconfundível e um vocalista que sabe arrastar multidões: Bell Marques. Uma coisa linda de ver o Chiclete passando na avenida e um coral de milhares de foliões com todas as letras na ponta de língua.  A um comando de Bell, as mãos se erguem e se movimentam de forma sincronizada enquanto os pés saem do chão. Um verdadeiro espetáculo no Carnaval de Salvador.

Até que chegou o ano de 2013 e Bell Marques anunciou a saída do Chiclete (depois de 30 anos) e o início da carreira solo. Continuaria com a banda até o final do Carnaval de 2014. Teorias da conspiração não faltaram para justificar o rompimento. Depois do fim da dupla Sandy & Junior era a maior separação da música. E assim aconteceu. O Chiclete tentou seguir com um novo vocalista, que não emplacou. Até que em 2018 anunciaram o cantor Khill assumindo os vocais. Eu esperava essa decisão desde a saída de Bell, pela semelhança de timbre entre os dois e por Khill ser, declaradamente, um chicleteiro. A primeira música de sucesso da Patchanka, em 2002, confundiu muitos ouvidos que juravam por tudo que era mais sagrado que era o novo hit do Chiclete.

A primeira música de trabalho de Khill no Chiclete nos traz a sensação de que a banda está de volta de verdade, ou melhor, que nunca acabou. Que seja mais uma vez lindo de ver o Chiclete passar. 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Na estrada

Ouvi em uma palestra uma vez que enfrentamos o medo quando ele é real, quando não é nos ficamos paralisados. Muitas pessoas têm medo de dirigir. Eu tive medo de dirigir em alguns momentos da minha história como motorista. O primeiro deles foi quando me vi sozinha na direção no momento de realização do exame do Detran. O meu primeiro instrutor na autoescola apenas me dava comandos como "diminua a velocidade agora", "engate a terceira marcha" e coisas do tipo. Resultado, eu era praticamente um robô seguindo instruções sem saber o porquê de cada uma delas. Sozinha no carro, não sabia o que fazer e, logicamente, fui reprovada no exame. 

Não desisti, mudei de instrutor e de carro na autoescola. Gostei muito mais tanto do segundo carro quanto do segundo instrutor. Minha segurança aumentou e com ela veio o prazer em dirigir. Por algum tempo, eu afirmei que aprendi a dirigir na autoescola, mas depois percebi que era uma inverdade: aprendi nas ruas. No trânsito onde muitos acham que podem seguir regras que eles próprios criaram (e que os outros devem segui-los). Nos primeiros meses, naturalmente, os erros eram mais constantes. O fundamental nessa hora foi não desistir, não deixar que pensamentos como "é muito difícil" ou "eu não vou conseguir" me dominassem. 

Comecei a observar motoristas mais experientes, a fazer perguntas e fui errando cada vez menos. Não era medo que eu tinha, era insegurança. Com o passar do tempo, fui me tornando mais segura em tudo, na direção do carro e da minha vida. Até que comprei um veículo novo, e estranhei de imediato a mecânica diferente. Foi o segundo momento em que eu senti medo. Aqui não era insegurança, era medo mesmo de errar e acabar provocando um acidente. Foi quando isso passou que aconteceu o acidente sobre o qual já falei aqui e o carro teve perda total. 

E hoje, exatamente hoje, eu me vi com medo mais uma vez. Era a minha estreia em rodovias. Os primeiros dois ou três quilômetros foram tensos, e eu nem tinha uma música para relaxar porque o áudio do carro estava ocupado com as indicações do Google Maps. Não ter cometido erros nestes primeiros quilômetros trouxeram a minha segurança de volta. O meu destino era a pouco mais de 30 quilômetros da Capital, na Região Metropolitana. Estava tudo indo muito bem, mas confesso que em alguns momentos acho as indicações do GPS um pouco confusas e acabo me atrapalhando. Foi o que aconteceu. Quando eu percebi a sinalização, já não havia como fazer a conversão necessária. 

Primeira reação, um ensaio de desespero. Eu tinha compromisso com horário marcado. Continuei seguindo as indicações do GPS até que ele me mandou entrar em uma rua que não era nada "gatinha". Desisti, e, sem saber onde estava (era um trecho sem sinalização) segui adiante mais alguns metros e encontrei uma rotatória. A intuição me mandou fazer o retorno e, no sentido contrário, percebi que estava voltando ao caminho principal. Maravilha, era isso o que eu queria e não as rotas alternativas do Google. Desta vez eu já sabia onde tinha errado, corrigi as manobras e cheguei ao meu destino. Fiquei orgulhosa de mim. Não perdi a calma, não perdi o equilíbrio, não perdi o compromisso. 

Na volta para casa foi ainda mais fácil. Fiquei ainda mais atenta à sinalização da estrada e à forma como o Google me apresentava a ela. Insegurança zero. Terei que voltar a este local que eu fui hoje daqui a alguns dias e com certeza a segunda vez será bem mais tranquila. Resumo da história: comecei a concordar com a palestrante. O medo era real, de ficar perdida no meio do nada, mas eu o enfrentei e venci. Como é boa essa sensação!




quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Carnaval

Não é novidade para ninguém que o verão na Bahia tem muitas festas (populares ou fechadas), mas este ano, possivelmente, superamos os nossos próprios recordes. Tudo começou no Festival da Virada, nos últimos dias de 2017, e uma multidão reunida para apreciar uma média de seis apresentações por dia. Sim, e foi um Reveillon de cinco dias. Os ensaios de verão do Harmonia do Samba, Leo Santana, Psirico, Olodum e Jau atraíram milhares de pessoas no mês de janeiro, que ainda teve a Lavagem do Bonfim e o desfile do bloco dos Palhaços no Rio Vermelho (o bairro mais boêmio da linda Capital baiana).

E fevereiro não é a Ludmila mas também chegou chegando, bagunçando a zorra toda. A Lavagem de Itapuã (última festa popular antes do Carnaval) foi no dia primeiro. No dia seguinte, as homenagens à rainha do mar,Yemanjá, e mais festa (esta também no Rio Vermelho). Dias 3 e 4, duas festas pré-carnavalescas batizadas de Furdunço e Fuzuê, reunindo grupos culturais para lembrar dos antigos carnavais e também o trio elétrico - moderno e clássico andam lado a lado na cultura baiana. Ontem, terça-feira, também tivemos atrações nas ruas. 

Com um prefeito folião, Salvador antecipou a entrega das chaves ao Rei Momo para hoje. Aí sim, estará oficialmente aberta a folia- que segue até a quarta-feira de cinzas, dia 14. Resumindo, metade do mês de fevereiro abrigando a maior festa popular do planeta. E não deixamos de trabalhar para sair atrás do trio elétrico. Já nascemos dominando a arte de ser feliz. Em cada veia soteropolitana circula sangue, cultura, alegria, orgulho das raízes. Apesar disso, não somos todos que vamos aos circuitos. Alguns (muitos) de nós preferem o descanso, a folga, a viagem, os programas mais tranquilos. E viva as diferenças!


terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Compras pela internet

Continuemos com o assunto tecnologia. As maravilhas e armadilhas das compras online. As maravilhas são a comodidade de escolher produtos sentado confortavelmente no sofá, sem precisar enfrentar trânsito e fila. Ainda que a loja virtual não ofereça frete grátis, é mais econômico também comprar pela internet (na maioria dos casos) porque o frete normalmente compensa os custos de deslocamento até a loja física (tarifas de transporte público ou combustível e estacionamento) e os de lanches e outras compras não programadas que muitas vezes fazemos (sobretudo em shoppings). 

As armadilhas estão na impossibilidade do contato com o produto antes que ele seja entregue, o que pode ser uma fonte de decepção, na facilidade de encher os carrinhos virtuais e acabar exagerando nas compras e em eventuais problemas com entrega fora do prazo e outras questões que podem gerar conflitos entre compradores e vendedores (embora estes também existam, e muito, nas relações de consumo presenciais). 

Hoje praticamente não há limite para o que se pode comprar pela internet, seja via websites ou aplicativos para smartphones. Eu gosto das compras pela internet e gosto das compras presenciais também. Ultimamente minhas compras pela internet aumentaram em decorrência da conjunção de fatores: tempo escasso mais ofertas imperdíveis. 

Uma coisa interessante de se observar é uma certa mudança nos fatores decisivos de compra. As avaliações dos consumidores, por exemplo, passou a ser um deles. São pessoas de várias localidades emitindo opiniões, e nós levamos em consideração sim. Pode até não ser a questão principal na decisão do sim ou do não, mas é difícil não dar uma olhadinha na quantidade de estrelinhas, nos comentários. Eu sempre olho. E olho também a reputação da empresa no Reclame Aqui se ainda não tenho o meu próprio conceito sobre ela. 

Novos hábitos de compra, novas tecnologias, novos consumidores. Caminho natural do capitalismo, goste você ou não. E novamente o progresso tecnológico pode afastar as pessoas. O vendedor humano é substituído pelo vídeo demonstrativo do produto, pela descrição detalhada. Nosso contato será resumido ao pessoal da transportadora ou ao porteiro do prédio que recebe a encomenda. Tempos modernos, relações modernas. Um riquíssimo objeto de estudo para a recém matriculada estudante de Psicologia. Ao deleite!




segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Foto 3 x 4

Parece que a tecnologia gostou de ser pauta no meu blog. Vamos falar dos avanços na área de fotografia. As crianças de hoje não saberão como é a tensão de voltar das férias ou de um passeio sem saber como ficaram as fotos. Ostentação era comprar filme de 36 poses, que sempre fazia umas três fotos a mais. Por outro lado, era preciso esperar acabar os cliques para levar o tubo em um laboratório e voltar para casa rezando para que não tivesse queimado nenhuma ou que a luz tivesse ficado boa, ou que ninguém saísse com o olho fechado. A angústia durava dois ou três dias. 

Quando as lojas especializadas em fotografias começaram a entregar as fotos em uma hora foi uma grande novidade. O tempo de espera reduziu significativamente (a tensão não). As máquinas modernas que faziam o milagre da revelação em uma hora também faziam pequenos ajustes na luz e na cor para conseguirem melhores imagens. Os tradicionalistas e/ou apaixonados pela arte criticavam que aquilo não era fotografia de verdade, mas a novidade chegou para ficar. 

Ficar por um tempo, porque foram substituídas pelas câmeras digitais. Clicou, olhou. Não ficou boa, repete. Era o fim da Polaroid, com revelação instantânea. Até que chegaram os smartphones, com câmeras digitais de alta resolução e conexão a internet. A pessoa faz a foto, edita e já publica nas redes sociais em questão de poucos minutos. Características da sociedade moderna: velocidade, conexão, muito valor às aparências, culto ao corpo. 

O que me intriga nessa história toda é: cadê a tecnologia que vai deixar a gente mais bonito nas fotos 3 x 4 para documentos? Acredito que 99% da população não fique bem neste tipo de foto e, infelizmente, eu me incluo nisso. Não preciso mais ir a um estúdio, fazer a foto, esperar acabar o filme para revelar e pegar as imagens em alguns dias. Hoje, em cinco minutos estou com o material pronto, mas isso não muda o fato de que mal me reconheço nos retratos. Não sei o que é pior, se são as fotos que nós tiramos em qualquer quiosque de shopping ou se são aquelas cujos órgãos fazem a captura na hora. Juro que se eu fosse policial e me parasse em um blitz eu não acreditaria que sou eu naquela foto da habilitação. A do título de eleitor então (o aplicativo digital), melhor nem comentar. 

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Abre fácil?

Em pleno século XXI a tecnologia faz parte da rotina dos seres humanos e, como tudo na vida, tem prós e contras. Para que a postagem não fique com cara de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não vou seguir com os argumentos favoráveis e contrários (eu vejo muito mais ganhos do que perda nessa relação). Encerremos por aqui a breve introdução e vamos falar o porquê disso vir para a introdução deste texto: as embalagens abre fácil. 

Com a infinitude de produtos que encontramos nas prateleiras dos supermercados, cada consumidor elege o que é mais importante na hora da compra. São inúmeros os fatores, e este é um assunto que sempre despertou a minha curiosidade. A disciplina "Psicologia do Consumidor", sem dúvidas, foi uma das minhas favoritas na graduação em Publicidade. Quem sabe é uma vertente de estudos para mim em um futuro não tão longínquo?  Voltando ao assunto, a embalagem é um importante fator que influencia na compra. Há muito as indústrias investem na modernização dos designs, para facilitar a abertura e consumo dos produtos, sobretudo os alimentícios. 

Depois que conheci a alimentação saudável, há cada vez menos produtos industrializados na minha despensa e geladeira. Quando faço opções que não são benéficas para meu corpo, tenho plena consciência do que estou fazendo. O porquê eu faço é algo para Freud explicar, e evidentemente não vou falar sobre isso aqui. A questão é que, mesmo com pouca presença na minha rotina, os alimentos industrializados estão ali: queijo, atum, iogurte e um ou outro item. E há também os produtos para higiene pessoal e limpeza. Muitos deles com as embalagens ditas "abre fácil". 

Então, vem a minha pergunta: quem abre fácil????????? Eu, definitivamente, não. Eu corto o dedo em nove de cada dez tentativas de abrir uma embalagem de atum, por exemplo. E com quase todas é assim. Muitas vezes tive que engolir a minha independência para pedir ajuda a irmão, namorado e até colega de trabalho (não ouvi as piadinhas machistas calada!!!!). Acabei de passar por mais uma experiência de dar meu sangue na cozinha para fazer um simples patê de atum. Era embalagem abre fácil, mas se não fosse a probabilidade de eu cortar o dedo seria a mesma (ou maior).

Ficam as dicas: a primeira é que qualquer coisa na sua rotina pode servir de inspiração para alguma outra coisa. As gotas de sangue inspiraram a postagem de hoje... A segunda (tão importante quanto a primeira - não vou hierarquizar), é que inteligência é uma coisa e habilidade é outra. Não tenho conhecimento técnico (ainda) para escrever parágrafos e mais parágrafos, mas a observação leiga comprova. Ninguém pode dizer que eu não tenha inteligência, mas todos podem dizer que não tenho habilidade para abrir embalagens. Acredito que ninguém é desprovido de inteligência, na verdade. Já li em algum lugar que há alguns tipos de inteligência e cada pessoa tem uma predominância de um deles. É justamente essa diferença entre nós que torna tudo tão incrível.


sábado, 3 de fevereiro de 2018

Segue o baile

Inspiração ou transpiração? Quando o assunto é arte (ou postagens despretensiosas para o blog) há quem diga que é inspiração, há quem diga que é transpiração. Hoje chego a conclusão, mais uma vez, de que nem sempre o "ou" é a melhor alternativa. Pode ser o "e". Lembro de uma vez que me perguntaram se eu queria Coca Cola ou Sprite e eu respondi "os dois". Sim, misturei os dois no copo, fui chamada de infantil e considerei um elogio. As crianças não filtram a própria criatividade, não ficam se autocensurando o tempo inteiro como os adultos fazem. Somos acostumados a sempre escolher entre uma coisa ou outra. Acho que já escrevi sobre isso por aqui e não serei repetitiva. 

É uma verdade absoluta que em alguns dias comecei a escrever com muita inspiração, em outros foi por transpiração mesmo, pelo compromisso que assumi comigo mesma. Hoje é um destes dias de transpiração... Pensei, pensei, pensei, mas o tema da postagem não veio. Então vamos escrever sobre esses "apagões" criativos que acontecem de vez em quando. Várias coisas influenciam, creio eu. E o que fica de lição disso tudo? Sempre há uma solução, mesmo que a solução seja não ter solução. Confuso? Se não há tema para a postagem, a gente escreve sobre a falta de tema. Resolvido. Como diz a gíria da moda... segue o baile!


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

"A cigana leu o meu destino..."

Lembro que quando eu tinha 16 anos, minha mãe foi a uma vidente com a irmã (minha tia, obviamente) e chegou em casa impressionada com as revelações que ouvira. Havia um grande segredo na vida de minha tia, algo que ninguém da família sequer suspeitava, mas que foi dito pela vidente durante a consulta. Eu sempre gostei de coisas esotéricas, holísticas, enfim, de conhecer o que há entre o céu e a terra e a nossa vã filosofia não prevê. Quando minha mãe me contou sobre a revelação, lógico, eu quis uma consulta para mim. Claro que eu tinha um certo receio, mas a curiosidade era maior. Acho que falei tanto nisso que minha mãe resolveu me levar. 

A casa da vidente era bem simples, o que me causou uma certa simpatia. Ela não colocava valores na consulta também, a pessoa pagava quanto quisesse e pudesse. A vidência aparecia para ela em um recipiente com água, algo parecido com um aquário daqueles redondos que sempre vemos em desenhos animados ou histórias em quadrinhos. E ela começou a falar. Muito do que ela me disse se perdeu ao longo dos anos, mas uma coisa ficou muito bem guardade: as minhas três formaturas. 

Na época, eu tinha acabado de entrar no curso de Publicidade. Quando ela falou das três formaturas, eu perguntei logo sobre o Jornalismo. Ela respondeu que eu faria o meu tão sonhado curso (utilizou exatamente essas palavras) e que eu deveria tomar cuidado porque era um desejo tão forte que poderia me fazer passar por cima de tudo e de todos para conquistá-lo. A curiosidade me dominou por completo e eu perguntei sobre a terceira formatura, porque eu não me via fazendo nada fora da área de comunicação, pela qual sempre fui apaixonada. 

E então ela me falou que eu deveria fazer algo na área de saúde, que era a minha missão, que eu sabia disso mas não queria aceitar. Não concordei com o que ela falou na hora, mas durante algum tempo me peguei pensando em qual seria minha formatura. Área de saúde? Eu? Quando ela dizia que eu "sabia" que era minha missão, ela se referia a algo que não estava no meu consciente ainda. Pensei em fazer o curso de Direito quando estava começando a despertar a consciência de que ajudar as pessoas me faz feliz. Fiz dois processos seletivos para a área e não fui aprovada. 

Foi então que as minhas escolhas (e não o destino) me levaram para a área de Gestão de Pessoas. Comecei a perceber que ver o desenvolvimento de alguém era um prazer incomensurável para mim. E saber que eu tinha feito parte do processo me enchia de orgulho. A percepção estava por ali, mas ainda não era algo concreto. Foi quando o universo me mandou algumas mensagens e eu escutei atentamente. Passei o ano de 2017 praticamente inteiro ouvindo de várias pessoas que eu deveria cursar Psicologia, que era a minha cara. Pessoas diferentes, que me apontaram caminhos diferentes de atuação com os quais eu identifiquei várias afinidades. 

Eureka! Era isso!!!! Era a terceira formatura!!!! E na área de saúde!!!! Sim, eu mesma demorei a enxergar Psicologia como área de saúde, eu via mais como Ciências Humanas. Não, a saúde é algo global que envolve corpo, mente, emoções. Como eu não percebi isso antes? Talvez porque eu precisasse aprender que o que eu via como uma fraqueza minha era a minha maior virtude. E foi você que me mostrou isso. Aprendi tanto com você!!!! Sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre mim mesma!! Tenho uma enorme gratidão sim, mas não maior do que o amor. Também isso aprendi com você. Não foi o destino que nos afastou, foram suas escolhas. 

Epa!!! Lá vou eu mudando de assunto. O fato é que hoje começa a realização de um novo sonho, o cumprimento da missão. Fui aprovada no processo seletivo para o curso de Psicologia e não caibo em mim de tanta felicidade. Missão dada é missão cumprida, universo! Pode ter certeza de que terá o melhor de mim nessa missão, porque eu me entrego de corpo e alma a tudo que me apaixona. Lembrei da vidente. E não é que ela estava certa?

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Fevereiro

"Em fevereiro tem Carnaval", lembra a famosa canção. O calendário favoreceu e o Carnaval de Salvador este ano terá 14 dias, praticamente, sem contar as prévias em janeiro (Lavagem do Bonfim e desfile do bloco dos palhaços, no boêmio bairro do Rio Vermelho. Hoje teve festa popular por aqui (Lavagem de Itapuã), amanhã tem outra (Yemanjá), sábado e domingo tem pré-carnaval e quarta-feira o negócio começa oficialmente. E continua até a quarta-feira de Cinzas. 

Apesar de ser um mês mais curto por causa dos festejos de Momo, fevereiro é um bom mês para fazer um balanço das metas e planos que fizemos para o ano. O primeiro mês já foi e o que você fez com ele? Pensando nesta pergunta, vejo que minhas metas estão muito abstratas. É bom colocar no papel, destrinchar, fracionar em partes menores, elaborar planos e estratégias para alcançá-las e sempre ficar ali, analisando, ajustando, até que se chegue ao objetivo traçado. 

E foi assim que decidi que farei isso, vou colocar as metas no papel! Não considero janeiro um mês perdido, porque avancei na meta principal que estabeleci para este ano, mas talvez pudesse ter sido mais produtivo se houvesse um planejamento. Então, se os baianos estiverem certos e o ano realmente começar depois do Carnaval, o tempo de pensar as metas é realmente agora. É hora de me agarrar à disciplina, à determinação e à vontade de chegar lá. É focar no que depende de mim e fazer o meu máximo, mas aceitar que tenho limites e falhas. E aprender a lidar com o que não depende de mim. Não é fácil, mas é muito bom vencer um desafio. Venha, fevereiro!!!