sábado, 31 de março de 2018

Sua ligação (não) é muito importante para nós. Vamos lhe deixar esperando.

Acredito que 11 em cada 10 pessoas não gostem dos serviços de telemarketing. São inúmeros os motivos que podem fazer perder a paciência até o Dalai Lama. Em primeiro lugar (para mim, pelo menos) está o "gerundismo" que constrói frases horrorosas como "nós vamos estar encaminhando" (ai meus ouvidos) ao invés de simplificar e embelezar tudo com o "encaminharemos". Outras razões de irritabilidade são a insistência dos atendentes, o tempo de espera e as musiquinhas entediantes que somos obrigados a ouvir, as transferências de ligações que lhe fazem repetir a mesma coisa um milhão de vezes, a falta de empatia e resolutividade no atendimento etc. 

Eu desenvolvi meu próprio "script" para quando recebo uma destas ligações que oferecem cartões de crédito ou qualquer outro produto serviço. Quando a pessoa começa a falar eu digo logo:
- Vamos otimizar o seu tempo e o meu. Eu não tenho interesse no produto (ou serviço) que você tem a me oferecer e nenhum argumento que você utilize me fará mudar de ideia. É melhor você ligar para outra pessoa do que tentar insistir e arranhar (ou piorar) a imagem que tenho da empresa. 

Normalmente a pessoa não insiste, e nas raras vezes que se atrevem a fazê-lo eu digo algo como "não me obrigue a ser deseducada e desligar o telefone na sua cara, eu já fui bem clara em dizer que não tenho interesse". E falo com o meu jeito meigo de sempre, mas com firmeza. Entendo que há metas de venda a serem alcançadas, mas acho que se o cliente é taxativo com um "não" a pessoa do outro lado não deve entender como um "talvez". 

Eu fui cliente de uma operadora de telefonia celular por 17 anos. Comecei com plano pré-pago, mas depois mudei para o pós-pago. Nos primeiros 15 anos, até que tivemos um bom relacionamento. Sem maiores problemas. A cobertura nunca foi das melhores, mas as tarifas eram as mais interessantes do mercado para um cliente com o meu perfil de consumo. Até que nos últimos dois anos o relacionamento começou a desgastar demais e falta de respeito ganhou espaço. Além do serviço sem a qualidade que deveria ter, começaram a surgir diversos problemas. Precisei registrar queixa no Procon duas vezes. Cansei. E então, como diz a música de Rita Lee, "um belo dia resolvi mudar". 

Solicitei a portabilidade para outra operadora ontem e a minha antiga mandou uma mensagem SMS hoje dizendo que recebeu o pedido de portabilidade e que eu deveria ligar para eles. Como sei que eles são bem burocráticos desnecessariamente, liguei pensando que havia algum procedimento de confirmação ou algo assim. Não, era apenas para uma atendente (tentar) me convencer a continuar com o serviço. A pessoa que me atendeu não parecia estar nem um pouco interessada em manter a cliente e me perguntou qual a razão da minha insatisfação com a empresa. Eu respondi "a cobertura ruim, a internet lenta, o aplicativo e o site que não são funcionais e me obrigam a entrar em contato com uma central de atendimento com operadores despreparados, mal humorados e que não resolvem nada e dizem que eu tenho que aceitar as regras da empresa". Ela perguntou se eu queria conhecer os outros planos da empresa e eu "não, porque tarifas são a única coisa que não reclamei e é isso que você vai me oferecer com mudança de plano". Ela então, usou a minha tática de encerramento de ligações "boa sorte com a sua nova operadora, senhora". Não espero sorte, espero respeito. 

sexta-feira, 30 de março de 2018

Minha opinião sobre a Páscoa

A Páscoa é um período festivo celebrado em diversos países, principalmente os de influência/tradição cristã. Celebra-se a paixão de Cristo, o calvário, a morte e a ressurreição. A Páscoa encerra o período da quaresma, de jejum e penitência para a purificação do corpo e da alma, para os que nisto acreditam. A origem do nome páscoa é hebraica, e significa algo como passagem, o que quer dizer que é um período de expiação dos pecados, de renovação. 

Respeito todas as crenças e a liberdade de expressão, mas como não tenho as "amarras" ideológicas da religião, a Páscoa para mim é apenas um feriadão. Sinceramente, nunca acreditei que comer peixe na sexta-feira santa fará de mim ou de qualquer pessoas um ser humano melhor. Parece-me simplista demais um pedido de desculpas em forma de jejum ou de presentear com chocolate depois de tantas infâmias ao longo de um ano. Passa a Páscoa e tudo pode voltar ao normal: o desrespeito, a inveja, a calúnia e tantas outras atitudes que ferem, que machucam, que desonram. Aí vem uma nova Páscoa e "zeramos" tudo, como a pontuação pelas infrações de trânsito depois de doze meses. 

Não sou melhor nem pior do que ninguém, sou humana e tenho minhas falhas, mas procuro manter um comportamento ético o ano inteiro e não porque tenho medo de ser punida por algo ou alguém superior, mas porque tenho medo de ser punida pela minha consciência. 

quinta-feira, 29 de março de 2018

"De hoje" que eu quero gritar para todo mundo ouvir que eu te amo!

Há dias em que escolher um tema para escrever aqui é um "aperto de mente", principalmente naqueles dias em que o sono me domina e parece que "comi água". Todavia, uma vez escolhido o tema, eu só quero é "brocar", fazer um texto "bala", "decente", "de lenhar", "massa" mesmo. Hoje não é um destes dias, o próprio dia já é um tema. É dia de falar de amor... "já não gosto"!. A gente sabe que é amor quando fica um tempo longe e bate aquela saudade, aquela vontade de voltar logo. E é sempre assim com você, Salvador! Esta terra tem uma magia, um imã, um feitiço, qualquer coisa que encanta e faz a gente querer voltar ou ficar para sempre. As belezas naturais, a história e, principalmente, a cultura, o povo que não nasce, que estreia. Feliz aniversário, Salvador!

A gente reclama que é "barril", que é muito "cacete armado", mas não deixa de amar. E a gente "pega ar" se "abusam" do nosso jeito de ser e "dá testa" mesmo. Quem sabe essa implicância não é porque tem inveja que a gente trabalha "como a porra" e ainda arranja tempo para os "reggaes". Olha aí hoje, aniversário da cidade e a gente trabalhando normalmente. Não é feriado. Por isso que a gente "não come reggae" de ninguém. Nem de "barão" nem do povo da "invasão", de ninguém mesmo. A gente "larga logo o doce" e grita que "quer prova e um real de Big Big". O "baianês" não é regionalismo apenas, é uma língua própria de um povo miscigenado e por isso mesmo tão múltiplo e plural. 

Chegando aos 469 anos com cara de gente grande, com problemas de gente grande (mobilidade urbana, violência, questões sociais) mas sem deixar de ser linda e amada. Claro que há outras cidades encantadoras no mundo, apaixonantes também, mas minhas raízes estão aqui. Sei que mesmo que algum dia eu more em outro local, vou querer sempre voltar para tomar um sorvete na Ribeira, para ver uma roda de capoeira no Pelourinho e um pôr do sol no Farol da Barra. Para comer um acarajé no Rio Vermelho ou para passar uma tarde em Itapuã falando de amor. Tenho um orgulho enorme de ser soteropolitana porque Salvador me faz ser quem eu sou também. 


Um pequeno dicionário para facilitar o entendimento das expressões entre aspas (só uma amostra de baianês):

  • Abusar - Zombar, fazer chacota
  • Aperto de mente - Pressão psicológica
  • Bala - Legal, bacana
  • Barão - Rico, cheio da grana
  • Barril - Esparro, problema, perigoso
  • Brocar - Mandar bem, fazer algo bem feito, mitar
  • Cacete armado - Confusão
  • Comer água - Ingerir bebida alcoólica; beber além da conta
  • Comer pilha/reggae - Cair em papo furado; ser feito de otário; acovardar-se
  • Como a porra - Pra caramba ("Esse cara fala como a porra!")
  • Dar testa - Enfrentar, reagir à altura
  • De hoje! - Há muito tempo
  • De lenhar - Muito legal, muito bacana
  • Decente - Legal, bacana
  • É bala - É legal, bacana
  • Eu quero é prova e R$ 1 de big big - Duvido muito; prove que é verdade
  • Invasão - Favela, comunidade
  • Já não gosto - Gosto muito
  • Largar o doce - Dizer algo na lata, falar a verdade na cara
  • Massa - Algo bom, bacana
  • Pegar ar - Ficar zangado, aborrecer-se
  • Reggae - Qualquer festa

quarta-feira, 28 de março de 2018

Copo meio cheio ou meio vazio?

Hoje eu fui chamada de atleta por uma professora que ficou admirada em saber que tenho uma jornada de trabalho de 40 horas semanais e ainda estudo. E eu nem falei que faço curso de espanhol duas vezes na semana, moro sozinha e ainda assim estou conseguindo manter uma frequência média de quatro dias na semana na academia e/ou Pilates. Acho que a professora trouxe uma boa definição, porque além do condicionamento físico os atletas costumam ser determinados, focados em objetivos e disciplinados e reconheço estas características em mim. 

Só mesmo sendo atleta para não pensar em desistir, porque não é nada fácil. Já não sou mais uma menina de 20 anos e ainda que fosse, sou humana e tenho limites. E o ritmo está intenso, bastante intenso, principalmente quando trabalho aos sábados. Além dos exercícios físicos e da boa alimentação (tenho me dedicado cada vez mais a este item), o que me dá força para seguir adiante é a paixão. Devo admitir que as paixões, os sonhos e os desafios me movem. Não penso que faltam cinco anos para a conclusão do meu curso, penso que estou chegando à metade do primeiro semestre. Enxergar o copo meio cheio ou meio vazio é uma questão de escolha. 

terça-feira, 27 de março de 2018

Plantar árvore, ter filho, escrever um livro. Por que não?

Diz-se que antes de morrer todo ser humano deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Em uma busca rápida na internet (porque a minha curiosidade e "instinto jornalístico" são sempre maiores que a pressa) não encontrei a autoria da frase, mas algumas interpretações distintas sobre o significado das três ações. Sempre brinquei com o provérbio, conselho, recomendação, ordem ou seja lá que classificação a frase tenha. Dizia que seria imortal porque não me via nem plantando árvores, nem tendo filhos nem escrevendo livros, mas o tempo passa. O tempo voa. E a poupança Bamerindus não continua numa boa mas denuncia nossa idade (risos). 

Com o passar do tempo, eu fiz algumas "adaptações" aos "mandamentos"(?). Não plantei árvores, mas já plantei plantas ornamentais e flores. Umas vingaram, outras não. Não tive filhos, mas já tentei. Com o limite etário de decisão já esticado ao máximo, percebi que a ideia da maternidade para mim sempre se materializou mais no instrumento da adoção, mas ainda não sei a causa disso. O fato é que cresce a cada dia a minha vontade de fazer o cadastro para ter um filho. Sim, assim mesmo. Faltava o livro, e até hoje achava que o blog cumpria essa missão. Sendo assim, estaria tudo perfeitamente adaptado e consideraria a missão cumprida. Até hoje, não mais. 

No ano passado, quando postei o texto das borboletas no Facebook, uma conhecida falou que eu deveria escrever um livro porque gosta muito do jeito que eu escrevo. Algumas pessoas já haviam me dito isso, mas por alguma razão este novo depoimento me trouxe a pergunta: por que não?  Ontem, postei um episódio do meu cotidiano no Facebook novamente e dois comentários sugeriram a mesma coisa: escrever um livro. Acho que é o universo começando a mandar mensagens para mim novamente, Agora só falta ele me mandar o tema, a inspiração. Até surgiu uma ideia, não vou mentir, mas ainda não sei se é essa. Então, quem sabe em breve não estou nas livrarias como escritora?


segunda-feira, 26 de março de 2018

Experiências gastronômicas

Conversando com um amigo estudante de nutrição que também é um excelente cozinheiro, ele me disse que não gosta muito de confeitaria porque é algo que existe muita exatidão e que ele gosta de improvisar nas receitas. Depois da conversa, utilizei essa informação de que é preciso seguir fielmente as instruções da receita para que um bolo/doce seja bem sucedido para tentar encontrar as razões pelas quais meus últimos bolos não ficaram bons. Em 90% das vezes eu mudo alguma coisa na receita ou porque não tenho disponível ou porque não gosto do ingrediente ou porque acho que uma substituição e/ou acréscimo vai funcionar muito bem. Diante da argumentação de meu amigo, percebi que neste hábito estaria a provável fonte dos meus fracassos culinários. 

O tempo passou e eu fui novamente fazer um bolo. Usei o liquidificador para misturar parte dos ingredientes e completei o trabalho de forma artesanal. Segui uma receita, mas não usei nenhuma medida, ia colocando as coisas no "olhômetro". Tudo pronto, vai para o forno e meia hora depois... sucesso! O bolo ficou macio e saboroso. Ontem, eu estava com bananas muito maduras em casa e resolvi fazer um bolo para aproveitá-las. Desta vez usei as medidas, mas modifiquei a receita e não incluí o leite porque me descobri intolerante à lactose. Tudo pronto, vai para o forno e meia hora depois... sucesso!  A história se repete! Não era a questão de mudar a receita ou de não usar as medidas exatas que fazia não dar certo. Era meu pensamento, talvez? Continuarei buscando a resposta, mas saboreando meu bolinho. Servidos?



domingo, 25 de março de 2018

Thanks, Moore.

Para fazer um trabalho da faculdade, precisei assistir ao documentário "Sicko- SOS Saúde", do polêmico e controverso cineasta Michael Moore. Independente das acusações da intencionalidade ideológica de Moore neste e em outros filmes e até de manipulações de fatos em decorrência desta intencionalidade, acredito que vale a pena dispensar duas horas de nossos preciosos tempos para acompanhar as cenas que nos farão pelo menos pensar sobre o assunto. A seguir, algumas poucas linhas sobre a minha reflexão.

A película Sicko- SOS Saúde, disponível gratuitamente no Youtube,  mostra os sistemas de saúde no Canadá, Inglaterra, França e Cuba, em uma comparação com o sistema estadunidense. Não consegui segurar as lágrimas quando percebi que no Brasil estamos caminhando para uma situação muito próxima ao que os Estados Unidos já viviam em 2007. Um sistema de saúde totalmente mercadológico, onde não se não se cuida de pessoas, administra-se contratos. Quem não pode pagar pelos impagáveis tratamentos é jogado na calçada com a recomendação de "take care yourself". Mais do que lamentável, é revoltante. 

E o mais estarrecedor de tudo é que nós, brasileiros, lutamos muito para conquistarmos um sistema público de saúde com cobertura universal e hoje desvalorizamos nossa história ao permitir o sucateamento. Escolhemos como nossos representantes pessoas que não nos representam e que a cada dia aprovam leis que não nos beneficiam nem na saúde nem em mais nada. Eu insisto em ser otimista mas é difícil enxergar perspectivas favoráveis neste caso. Como disse um dos personagens do filme, "pessoas educadas, saudáveis e confiantes são difíceis de controlar'.  Essas pessoas no Brasil são minoria e menor ainda é o número delas que efetivamente age em busca de transformações. Fiquei me perguntando se não me encaixo nesta segunda categoria e o que eu posso fazer para trazer minha parcela de contribuição a uma luta tão justa e necessária. 

sábado, 24 de março de 2018

Há um ano eu descobria a força do pensamento. E do amor.

Há exatamente um ano eu era submetida à primeira cirurgia da minha vida para a retirada de três miomas uterinos. O maior deles tinha oito centímetros de diâmetro e em decorrência do tamanho deste "mocinho" não pôde ser feito um procedimento mais simples. Falando a grosso modo, "caí na faca". Praticamente uma cesariana. Se eu disser que estava 100% tranquila, estarei mentindo, mas estava 90%. Havia uma certa tensão pela anestesia, mas procurei esvaziar minha mente de pensamentos ruins e atrair boas energias para o antes, durante e depois da passagem pelo centro cirúrgico. "O pensamento parece uma coisa à toa", como diz a canção, mas tem um poder enorme! 

Cheguei para a internação antes do horário marcado. Depois de preencher duzentas fichas e responder quinhentas perguntas, fui para o apartamento aguardar a hora da cirurgia. Não estava com fome, apesar do jejum. A equipe toda me perguntava a razão de eu estar me submetendo a uma cirurgia e eu respondia de forma brincalhona "porque minha médica mandou". Gostei bastante do atendimento do hospital, sobretudo porque me perguntaram sobre alergias e preferências alimentares e pude aproximar as refeições do conceito de saudável. Eu entendo, mas não aceito o excesso de alimentação industrializada em um local onde se fala de saúde. Pedi iogurte natural, providenciaram. 

Aproximadamente meia hora antes da cirurgia me deram um comprimido para me deixar sonolenta, mas, como eu não estava relaxada, pela primeira vez na vida o efeito não foi imediato. Fui acordadíssima para o centro cirúrgico, já deitada na maca. Lembro de muitos detalhes, o que faz com que eu mesma me surpreenda com a minha memória. Lembro que brinquei com o maqueiro, dizendo que se ele não pilotasse direito ia pedir a cassação da habilitação dele, lembro que pedi meias porque sinto frio nos pés e me aqueceram cuidadosamente. Brinquei que precisavam de um estilista para fazer uma touca mais fashion para os pacientes. A médica chegou, elogiou meu bom humor e foi se preparar. O anestesista deu uma injeção e eu não vi mais nada. 

Despertei sentindo um leve tapinha no rosto, e tenho uma vaga lembrança de ouvir uma voz aliviada dizendo que eu estava acordando. Outra pessoa falou que era para ver se eu estava consciente e a que me acordou falou "você sabe onde está?" Eu respondi "no hospital". Ela falou "isso, a cirurgia já acabou, estamos levando você para a sala de recuperação da anestesia". E eu "cadê o mioma?" Com um olhar perplexo, ela respondeu "foi para estudo". E eu, indignada "sem que me deixassem ver?". Ela sorriu, e disse, "é apenas uma bola de carne, para que você queria ver?" . Eu "moça, você vê mioma toda hora e sabe que ele é uma bola de carne, eu não". Um pouco frustrada, fiquei na sala de recuperação da anestesia. Ouvia um homem ao lado urrando de dor, mas meu quadro era indolor. 

Alguns minutos depois, vieram me perguntar se eu já estava sentindo as pernas. Eu respondi "somente a esquerda". Mais algum tempo, e a direita deu sinais de vida. Quando me pediram para mexer as pernas e eu consegui, fui levada de volta ao quarto. Estava me sentindo muito bem e tenho certeza de que todo o carinho que recebi contribuiu muito para que a cirurgia fosse um sucesso. E a recuperação também. Foram tantas orações, ligações, mensagens, que certamente trouxeram uma energia muito boa para este momento e tudo correu muito bem. 

A primeira coisa que fiz quando voltei ao quarto foi pegar o celular para mandar uma mensagem para ele, o amor de todas as minhas vidas, dizendo que estava tudo bem e que em breve estaria novamente em seus braços. Tenho certeza de que a resposta dele foi o melhor analgésico daquela noite. Meus olhos sorriam, como sempre acontece quando penso, vejo, falo com ele. 

A médica foi falar comigo, olhar o curativo e dizer que voltaria no dia seguinte, e me deram comida. A dor ainda não tinha aparecido, mas surgiu em dois momentos. Primeiro quando uma enfermeira me ajudou a ficar de pé. Fiquei tonta e ela me ajudou a deitar novamente. Depois, de madrugada, a dor apareceu com toda a força quando a sonda apresentou algum problema. A enfermeira demorou alguns instantes que pareceram uma eternidade mas depois que o problema da sonda foi resolvido eu dormi tranquilamente. Na manhã seguinte, percebi que sentiria dor nos momentos de sentar e levantar e que não era uma dorzinha boba. A enfermeira me ajudou a levantar, caminhar, tomar banho. 

Em seguida, a médica chegou para me avaliar. Só então ela me disse que eu quase não sangrei na cirurgia e que ela esperou que eu sentisse muita dor porque o corte foi menor que o mioma e ela teve que ficar puxando de um lado para outro para ele sair.  Ficou até surpresa de eu dizer que só sentia dor para sentar e levantar. Algum tempo depois, eu deixava o hospital. Em casa não tinha comida pronta e eu fui almoçar no shopping. Oi?! Isso mesmo. A médica falou que não me queria sentada o dia todo, que eu precisava caminhar. E já fiz isso de imediato. Era um sábado. 

A "travessura" foi comportada. Logo após o almoço eu fui para casa e fiquei de repouso. A médica mandou caminhar mas o sentar e levantar incomodavam bastante e não fui tão andarilha neste primeiro dia. Minha recuperação foi ótima. No segundo dia eu já havia desenvolvido a técnica para sentar e levantar sentindo o mínimo possível de dor. No quarto dia, as dores começavam a se despedir de mim. Estava realmente me sentindo muito bem. Dois dias depois da cirurgia, cozinhei. E a cada duas horas levantava e andava pela casa, depois voltava para o quarto e repousava. 

Li dois livros no período de licença médica. Trabalhei também. O notebook e o celular ficavam ao lado da cama. Uma semana depois era a revisão com a médica. Fui dirigindo! Ela tirou o curativo, disse que sabia que minha recuperação seria ótima porque minha pele é boa. Pedi para ela me liberar para fazer Pilates e ela quase me coloca na camisa de força (risos). 

Depois de alguma negociação, ela me liberou para voltar ao curso de espanhol mas recomendou que eu não subisse/descesse escadas, não me abaixasse nem pegasse peso. Eu estava me sentindo melhor a cada dia. As dores para sentar/levantar já tinham praticamente desaparecido. E conto tudo isso não para exibir minha memória com a riqueza de detalhes, mas para dizer que este episódio me trouxe dois grandes aprendizados sobre a força do pensamento e a força do amor. Ah, o amor. Demorei a perceber, a entender e a aceitar que ele transborda em mim e rege todas as minhas ações. 

sexta-feira, 23 de março de 2018

Ladrão de tempo

Conversando com um colega da faculdade sobre como se proteger dos "ladrões" de tempo, ele me indicou um aplicativo que contabiliza nossas horas no smartphone e nos mostra, em gráfico, a distribuição do uso. Baixei o aplicativo e já no primeiro dia de uso, a bomba: mais de três horas do meu dia foram usadas, basicamente, com redes sociais. A princípio, a minha reação foi "socorro!!!!!!!".  Depois, eu pensei: calma, vamos analisar isso direito (mas Conça, você não disse que não é tão racional quanto pensava? Sim, e não sou, mas isso não me impede de ser analítica). 

Eis a análise: primeiro, observei que meu tempo gasto com as redes sociais era menor do que eu imaginava, ou melhor, acredito que já foi bem maior mas consegui reduzir significativamente. Segundo, o tempo superior a três horas não era exclusividade do WhatsApp,  como eu pensava, apesar dele ser a funcionalidade que mais utilizo. Havia também tempo no Spotify, que eu utilizo quase exclusivamente no trânsito, e também com o Google, ou seja, este tempo de três horas não foi todo "roubado". Utilizei o Google para acessar o serviço de e-mail e biblioteca da faculdade, para buscar algum conceito para algum assunto das aulas. E ainda tem o tempo no aplicativo do banco, gerenciando arquivos, no uso do telefone para chamadas. 

Então, ficam as dicas: não se deixe levar pela primeira impressão sem uma investigação mais minuciosa, principalmente se a primeira impressão for catastrófica. Esta é primeira, porque alguma ordem teria que ter, mas não há hierarquia entre as dicas. A segunda é: é possível sim não deixar que as redes sociais dominem você. O comando é seu, o controle é seu. Foca em outra coisa. Já parou para se perguntar se esta necessidade de conexão full time é mesmo uma necessidade? Ou ela traz uma falsa sensação de companhia, de segurança ou de qualquer outra coisa que lhe incomoda e você não encarou de frente ou nem percebeu ainda? Vale a reflexão. Eu me fiz estas perguntas, encontrei algumas respostas e fiz minhas escolhas. O relatório do aplicativo mostra que o processo de "desintoxicação" das redes sociais vai muito bem, obrigado.


quinta-feira, 22 de março de 2018

Sem desistência



Eu realmente acredito que nada é por acaso. Esta frase não apareceu para mim "do nada". Ela surge em um momento em que estou enfrentando uma série de dificuldades e desafios para realizar um sonho, um desejo, para cumprir a minha missão. Transformações significativas em processamento e não somente na área profissional. Meu coração leu essa frase e me trouxe uma metáfora. Não desisto fácil das coisas nem das pessoas (interprete isso de forma bem abrangente, porque é assim mesmo), sobretudo daquilo e daquele que me faz feliz, que ilumina meu sorriso, que faz meus olhos transbordarem amor. Está decidido, eu não vou desistir. As melhores decisões que tomei na minha vida foi seguindo meu coração. 

Não quero, com isso, dizer que todos devem fazer o que eu faço, agir como eu ajo, pensar como eu penso. A diversidade é o que há de mais encantador na humanidade. 

quarta-feira, 21 de março de 2018

Apagão

Hoje registramos a interrupção do fornecimento de energia elétrica em alguns estados brasileiros por volta das 15h. Da mesma forma que o início não foi ao mesmo tempo para todo mundo, o final também não foi. No bairro onde trabalho, no centro histórico de Salvador, as luzes se apagaram perto das 16h. Quando soubemos que era uma pane geral sem previsão de volta, encerramos o expediente. No caminho até o estacionamento, as primeiras observações de como somos dependentes da energia elétrica hoje. Algumas pessoas estavam nas portas dos edifícios garagem sem saber como se deslocar porque os carros descem ao térreo por elevadores que estavam parados. Os smartphones deixaram de ser smart por algum tempo, totalmente sem internet. Sem chance, portanto, de usar aplicativos para usar os serviços de Uber ou táxi. Os táxis que estavam nas redondezas eram quase disputados a tapa. 

O metrô parou. As estações cheias de gente que não tinham a menor ideia de quando poderiam continuar seus caminhos. A prefeitura aumentou o número de ônibus circulando nas ruas mas isso só fez aumentar os congestionamentos, afinal, os semáforos estavam parados e o trânsito tornou-se um caos ainda maior... e no escuro! No carro, a única possibilidade de ouvir uma música e as notícias sobre o blecaute era sintonizar as pouquíssimas emissoras de rádio que continuaram funcionando graças aos geradores. Sim, porque em tempos de Spotify diminuiu o número de pessoas com pendrives lotados das canções que mais gostam. 

O caminho para casa foi relativamente tranquilo. Congestionamento sim, mas nada muito diferente dos outros dias. Fiz o meu percurso habitual, onde passo por apenas dois semáforos, em dois cruzamentos. Apesar do grande fluxo de veículos, meu trajeto durou o que normalmente dura em dias "normais", no horário de pico. Em casa, o gerador funcionando e não ter que encarar a subida de escadas foi um momento de felicidade para um corpo cansado da rotina alucinante que enfrento desde o início do semestre letivo. Ainda aproveitei a luz do dia por aproximadamente meia hora, para leitura. As aulas noturnas, incluindo as do meu curso de espanhol, foram suspensas. Pouco depois das 18h, aproximadamente dez minutos, a energia foi restabelecida na minha vizinhança, mas alguns bairros continuaram no escuro por mais duas horas. Até mesmo dentro do meu bairro a normalização não foi ao mesmo tempo para todos. 

E por que este relato está aqui? Por instintos jornalistas? Por que queria um texto mais narrativo? Por que vou fazer mais um texto daqueles que circulam no WhatsApp questionando nosso modo de vida totalmente dependente da energia elétrica e conectados e que só voltamos ao mundo real e temos contato com as pessoas quando ela acaba? Não, nada disso. O objetivo foi mostrar como o mesmo acontecimento tem visões, repercussões e impactos diferentes para as pessoas. O blecaute praticamente não me atingiu e sem dúvidas me trouxe mais benefícios do que prejuízos. Consegui adiantar minhas tarefas acadêmicas pela "folga" do curso de espanhol e não ir a aula foi a única coisa de diferente no meu dia. Para muitas pessoas, no entanto, os transtornos foram inúmeros. O episódio me deixou um pouco reflexiva sobre até que ponto a minha atitude, o meu posicionamento e pensamentos em relação ao que me acontece faz diferença nas consequências. 

terça-feira, 20 de março de 2018

Perdão

Perdão é uma daquelas palavras que todos entendem o significado mesmo sem uma consulta ao dicionário. O problema da prática do perdão não é falta de conhecimento, portanto. É não entender que quando você tem mágoa ou rancor de algo ou alguém é o perdão que lhe traz a liberdade. Enquanto você não perdoa, fica preso a um sentimento que faz sofrer, que corrói as entranhas, que lhe impede de seguir adiante, de ser feliz e de evoluir. 

E como começamos a perdoar? Tem um passo a passo???? Não. É algo bem subjetivo e não tem como ser de outra forma. É humano... Para mim funcionou quando entendi que decepcionar e ser decepcionado fazem parte da vida. E se eu gostaria que me perdoassem, por que não perdoar? Funcionou quando eu percebi que uma falta que a pessoa comete muitas vezes é algo que EU percebo como uma falta, mas a pessoa não. Então, não foi intencional. E mesmo considerando uma falta, ou sofrendo por determinada atitude de determinada pessoa, eu aprendi a avaliar se a falta que ela vai fazer na minha vida é maior que a falta que ela cometeu (quase sempre é). Separar a pessoa da atitude é normalmente muito benéfico. Ela é aquilo ou fui um ato isolado? Resumindo, no meu modo de pensar sempre vale a pena o perdão. 

segunda-feira, 19 de março de 2018

100 postagens

Uma, duas, dez, vinte, cinquenta...cem!!! No último sábado (17) publiquei a centésima postagem deste blog. Passou rápido, muito rápido. Não está sendo nada fácil manter as publicações diárias com tantos afazeres acadêmicos, mas até agora...missão cumprida! 


domingo, 18 de março de 2018

"Amor de verdade não acaba não"

Os porquês desta postagem:

  • Porque meu dia foi puxado e estou com sono, quero uma postagem mais rápida e deixo o tema sobre o qual escreveria hoje para outra oportunidade
  • Porque também acredito que amor de verdade não acaba mesmo que a distância às vezes atrapalhe
  • Porque o seu colo é meu destino, seu olhar meu paraíso e seu sorriso me enche de vida
  • Porque queria aprender a plantar estrelas...




sábado, 17 de março de 2018

Escrever? Não! A música fala por mim




Sem muitos detalhes, porque as emoções roubam as palavras. Voltei a sentir, voltei a conectar. Contando os dias para essa história recomeçar. E que seja sem fim. 

sexta-feira, 16 de março de 2018

A porta trancada

A sexta-feira começou sem grandes novidades, rotina previsível. Academia logo as seis da manhã e aula em seguida. Então, o inusitado ( ou é melhor chamar de surreal? sempre na dúvida...) aconteceu. Quando a professora entrou na sala e fechou a porta, percebemos que alguém estava tentando entrar e não estava conseguindo. Tentamos abrir a porta por dentro e... presos!!!!!! A porta não estava trancada, mas não abria de jeito nenhum. Metade da turma do lado de dentro da sala (com ar-condicionado) e a outra metade do lado de fora (com temperatura de deserto no verão). Passaram-se alguns (muitos) minutos até que o pessoal da equipe técnica resolvesse o problema. Tempo suficiente para pensar em tanta coisa, para falarmos sobre tantas coisas... 

Ainda acredito que nada é por acaso e na minha cabeça já começa a se formar uma metáfora (risos). Uma porta trancada, a sensação de isolamento do mundo, a busca por alternativas de liberdade, o controle emocional para não cair em desespero nem se  deixar vencer por eventuais medos. O apoio do grupo, o conhecimento maior que tivemos uns sobre os outros e sobre nós mesmos com esse episódio...Nem sempre as coisas se encaixam na hora, nem sempre fazem sentido imediatamente. Outras metáforas ainda devem estar a caminho, mas a porta trancada e a felicidade que senti quando ela se abriu foram muito significativas. Ainda mais hoje, logo hoje, um dia especial. Primeiro aniversário da minha nova vida, da nova Conça que surgiu com aquele beijo. 


quinta-feira, 15 de março de 2018

Quem matou Marielle Franco?

A postagem de hoje é um texto que publiquei agora há pouco no Facebook sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro. Marielle era engajada na  defesa dos direitos humanos e tinha acabado de ser nomeada relatora da comissão que vai acompanhar a intervenção militar no Rio. Certamente estava começando a incomodar pela atuação contra a intervenção militar, contra abusos de autoridade e por tantas outras causas nobres pelas quais lutava. Executada, como também o foi o motorista que dirigia o carro onde a vereadora se encontrava. Um trabalhador, como eu, que talvez visse em Marielle o renovar das esperanças em uma sociedade mais justa. Eis a minha pequena reflexão. 

" Em uma das atividades do Fórum Social Mundial hoje uma participante perguntou: quem matou Marielle Franco? Fiquei pensando nesta pergunta e acho que a resposta é todos nós. Matamos Marielle quando pensamos que a intervenção é um problema do Rio de Janeiro e que eles que resolvam. Quando optamos pelo silêncio nos debates políticos e sobre os graves problemas sociais do Brasil, nós ajudamos a apertar o gatilho contra Marielle e todos aqueles que bradam solitários nos chamando para uma luta que é de todos nós. Estávamos e continuamos no sofá (ou compartilhando memes nas redes sociais) enquanto medidas nefastas são aprovadas pelos nossos "representantes" no parlamento. Também matamos Marielle quando achamos que a luta por igualdade das feministas, dos movimentos negros, dos LGBT são "mimimi" e aceitamos a naturalização do preconceito, da misoginia, da homofobia. Matamos Marielle quando não vamos às ruas expressar nossa opinião e quando tratamos a eleição como um campeonato de futebol. Não podemos esperar que as coisas mudem se não mudamos a nós mesmos. Espero que seja o início de novos tempos e que Marielle não seja apenas mais uma nas estatísticas."

quarta-feira, 14 de março de 2018

Postagem rápida... músicas!


Estou em uma fase mais musical que o de costume. Ontem não tive aula de Espanhol porque a Universidade está sediando o Fórum Social Mundial. Então, para matar a saudade das aulas de Zumba, praticar o idioma e fazer uma postagem rápida (mucha cosa para estudiar, chicos!), vamos de músicas. Seria também uma desculpa para a presença de Maluma (suspiros) por aqui? Não nego, nem confirmo (risos). 










terça-feira, 13 de março de 2018

Final de verão

Há alguns dias, a sensação térmica em Salvador é de "varanda do inferno" e desta vez não estou exagerando. Já estava se tornando um hábito em qualquer ambiente (trabalho, academia, lojas, consultórios médicos etc) que a cada cinco minutos alguém verificasse se o ar condicionado estava mesmo ligado. E então era só questão de segundos a cara de incredulidade ao constatar que a resposta era um verso de uma música de Wesley Safadão ("o ar condicionado no 15 e a gente suando"). 

Nosso período oficial de chuva não começou, mas as águas de março deram as caras para fechar o verão. Chove forte desde as primeiras horas do dia, mas a temperatura não deve ter descido mais do que dois ou três graus. Continua quente!!! Estou me preparando para sair de casa e encarar ruas alagadas e trânsito (ainda mais) complicado. Felizmente minha paciência é tão grande quanto o calor que estamos enfrentando nos últimos dias. E vamos lá, que o dia está somente começando...

Para encerrar, as duas músicas a que me refiro na postagem. 





segunda-feira, 12 de março de 2018

Jota Quest

Praticamente três meses de espera, mas enfim chega o sonhado 11 de março de 2018. Foi ontem, eu sei. No Festival da Virada 2017/2018 uma das atrações a se apresentar foi o Jota Quest e Flausino (Rogério, o vocalista, para quem não conhece) falou que estariam de volta à capital baiana nesta data para trazer o show Acústico. Desde então, aguardo ansiosamente o anúncio do início da venda dos ingressos. E o anúncio veio, o ingresso veio, o domingo veio, o show aconteceu. E que show incrível!

Já falei aqui sobre a Concha Acústica (veja na postagem do dia 4 de março) e a magia que o local tem. O show do Jota no Festival da Virada foi apenas aceitável e o que me pareceu foi que a banda precisava da empolgação do público para vibrar junto. A programação da época tinha como lema a diversidade e acabou colocando outras atrações de mesmo peso mas de estilo muito diferentes no mesmo dia, de forma que o público do Jota Quest certamente era o menor no local. Na Concha foi bem diferente. A plateia cantou e emanou uma energia fantástica do começo ao fim e, no palco, um show inesquecível. Um detalhe: eu fui sozinha e foi sensacional. Eu já não lembrava do quanto a minha companhia me é agradável. Preciso repetir isso... 

Enfim, mais um belo espetáculo na Concha Acústica! Cheguei em casa com a adrenalina tão em alta que demorei a dormir. Pensamentos e sentimentos acelerados! E até agora me faltam palavras para descrever a emoção que senti. Quase três meses de espera e expectativas superadas. Espero que não demorem a voltar, porque a saudade já está grande... e minha pilha de textos para ler para a faculdade também! Chega de papo por hoje. Para encerrar, uma canção. Do Jota, claro! Eu ia escolher "Mais uma vez", mas ela já esteve por aqui na postagem do Natal de 2017. Então, que seja "Mandou bem" porque além de tudo é composição baiana. 


domingo, 11 de março de 2018

Retratos da Real Beleza

Uma amiga me indicou este vídeo hoje e achei fantástico porque mostra algo que há algum tempo venho pensando: como eu posso construir minha imagem, comportamento, personalidade a partir do olhar do outro sobre mim. Não vou falar mais sobre isso agora para não influenciar a percepção/interpretação de quem vê o vídeo mas certamente o assunto voltará sobre aqui porque quero deixar minhas impressões registradas. Sem mais delongas, o vídeo. 



sábado, 10 de março de 2018

Vento, ventania

Inusitado, diferente, surreal? Qual adjetivo você prefere? Contarei a situação e depois você decide. Uma das minhas amigas aniversariou esta semana e fez um almoço hoje para comemorar. O local da comemoração foi o espaço de churrasqueira no prédio onde ela mora. Espaço aberto, ventilado. Muito ventilado. Ventilado até demais. O vento estava tão forte que levava comida do prato, jogava bolsas no chão e deu efeitos hollywoodianos nos cabelos para as fotos. Minha amiga disse que não costuma ventar assim por lá, somente no inverno. 

Uma pausa antes de prosseguir para explicar que o inverno em Salvador não é exatamente inverno. Em geral, temos um período de chuvas que vai mais ou menos de abril a agosto. Há algumas semanas de sol nestes meses mas, sobretudo de maio a julho, é aquela chuva constante. Em agosto as chuvas começam a diminuir e venta bastante. Ventos fortes e frios que tornam a sensação térmica de que está nevando (admito que há muito exagero nesta informação, mas quis justificar a saída dos looks de inverno do armário/). A verdade é que com 17 graus o soteropolitano já se sente congelando (tempos de usar botinhas, cachecóis e todas aquelas roupinhas elegantes da estação que não temos). 

Voltando à festa, estávamos em uma conversa animada em torno da mesa enquanto saboreávamos uma belíssima feijoada e de repente.... um estrondo!!! É um pássaro? Um avião? O Super-Homem? (finja que achou graça). A princípio, pensamos que o vento havia derrubado copos de vidros, mas logo houve quem cogitasse que uma telha havia quebrado. Nem uma coisa, nem outra. Foi apenas um vaso que caiu de alguma varanda, quebrou em mil pedacinhos e espalhou terra por todos os lados (o vento estava realmente muito forte). Felizmente, ninguém se feriu no acidente (?). 

E agora, qual adjetivo você prefere? Quando levantei para me proteger da tempestade de areia (estou realmente muito exagerada hoje), percebi que alguns convidados simplesmente tinham "desaparecido" da festa. Não demorou para que eu descobrisse a razão... a sala contígua ao espaço da churrasqueira era um salão de jogos equipado com sofá e televisão. O Esporte Clube Bahia estava em campo enfrentando o Náutico em Recife em partida válida pela primeira fase da Copa do Nordeste (ou Lampions League, se preferir). Juntei-me a este grupo e em meia hora já estávamos amigos de infância, unidos pela mesma paixão. 

sexta-feira, 9 de março de 2018

Resumo da semana...

Uma imagem fala mais que mil palavras. Cansada sim, mas encantada, apaixonada, fascinada. E feliz em conseguir manter uma média de quatro dias na semana de atividade física. 


quinta-feira, 8 de março de 2018

Dia Internacional da Mulher

Não vou falar da história da data nem escrever nenhum versinho do tipo "ser mulher é maravilhoso". Até porque não é maravilhoso. E não estou falando das cólicas menstruais e das oscilações de humor que os hormônios provocam. Imagino que para muitas pessoas, homens e mulheres, o "inconveniente" de ser mulher é sangrar todo mês. Não poderia ser diferente, estamos imersos em uma cultura machista que ainda pensa que as fêmeas nasceram para serem "belas, recatadas e do lar" e que a mulher só é completa e se realiza em um casamento com uma ninhada de filhos. 

Não é da menstruação que estou falando quando digo que ser mulher não é maravilhoso. Estou falando do medo de andar nas ruas e ser estuprada, estou falando dos impropérios que muitas vezes escutamos porque dissemos não e/ou reclamamos de um assédio do sujeito que nos "faz um favor" de nos querer. Estou falando dos comentários que "Fulana foi promovida porque 'deu'ao chefe". Estou falando dos homens bonzinhos que "ajudam" nas tarefas domésticas lavando uma xícara e ainda acham que estão fazendo demais. E de tantas outras coisas. Femininismo não é "mimimi", não é "falta de rola", não é querer ser melhor que os homens. É querer ter os mesmos direitos de dispor da própria vida como bem quiser. 

O que eu mais desejo no dia de hoje é que esta data não tenha mais motivos para existir. Não quero bombom, quero respeito. Não quero flores, quero igualdade. Quero que as mulheres recebam os mesmos salários que os homens, que as tarefas domésticas sejam divididas pelos habitantes da casa independente do gênero, que as estatísticas de violência contra a mulher sejam apenas marcas lamentáveis na história. Quero que as mulheres tenham a liberdade de serem o que elas quiserem sem julgamentos e rótulos (eles são para produtos, não para pessoas). O meu otimismo incorrigível insiste em acreditar no ser humano e a sonhar que é possível. Que o universo conspire a favor.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Hoje vamos de música

Na volta para casa, o rádio tocou esta canção (Inverno, de Adriana Calcanhoto) e eu percebi que ela traduz exatamente o que se passa em meu coração hoje. A ideia de fechamento de ciclo está ficando mais sólida para mim. Estou começando a aceitar que era um ponto final e não uma vírgula. Acredito que o "céu reuniu-se à terra um instante por nós dois"e foi lindo, foi intenso, foi mágico, foi verdadeiro. A vida é feita de ciclos. Acabou para você, então precisa acabar para mim também. 



terça-feira, 6 de março de 2018

Lei de Murphy

Talvez eu esteja enganada, mas acredito que a única lei que funciona plenamente no Brasil é a Lei de Murphy. Fui atualizar minhas vacinas ontem (exigência da faculdade) e entre as imunizações estava prevista a anti-tetânica. Para quem nunca passou pela experiência, fica a dica. A vacina contra o tétano dói. Não é na hora não, é depois. A reação varia de intensidade de pessoa para pessoa, mas não conheço nem nunca ouvi falar de alguém imune. 

E o que a Lei de Murphy tem com isso? Uma breve explicação sobre a expressão antes da resposta. O termo "lei" aqui é empregado como teoria, no mesmo sentido das leis de Newton, e consiste basicamente em uma afirmação: tudo o que puder dar errado, dará. Claro que as origens sobre a "lei" são controversas, mas não falarei sobre isso. Eu, particularmente, não acredito na "maldade" do universo, pelo contrário, acredito que se for para conspirar, ele conspira para o bem. Entretanto, estava a fim de fazer piada e brincar com a polissemia da palavra lei. 

Vamos direito ao assunto para fechar a postagem porque o tempo (para variar) está apertado. A relação entre a Lei de Murphy e a vacina é o simples fato de que todos fazem questão de tocar seu braço, dar tapinhas, ou fazer qualquer outro gesto que acentue a dor local. E não somente os humanos, os seres inanimados (portas, armários, equipamentos de academia) até se movem nestes dias para atingirem exatamente o lugar da furada... Eficácia plena, total e dolorida. 

Sei que prometi falar sobre a sorte de principiante, mas não tive tempo de fazer uma pesquisa sobre o assunto ainda (nem sei quando farei com tantos textos para ler, mas um dia sai). Reconheço a dívida, pago quando puder. 

segunda-feira, 5 de março de 2018

Roupa Nova

Não, a postagem não é sobre peças do vestuário. É sobre o grupo musical que tem 35 anos de carreira e veio a Salvador ontem apresentar o novo show. Com músicas novas e antigos sucessos no repertório, o Roupa Nova animou os soteropolitanos por mais de duas horas. Com as letras na ponta da língua, o público cantou do início ao fim. O palco da festa: a Concha Acústica do Teatro Castro Alves, no centro de Salvador. 

A Concha tem uma energia diferente, é uma espécie de caldeirão musical onde artistas e fãs ficam bem próximos. Já ouvi vários cantores renderem elogios ao local em entrevistas e, realmente, é muito bom. Na Concha eu já cantei com Ana Carolina, Djavan, Lulu Santos, Maria Bethânia, Paralamas e Titãs, Kid Abelha. Sempre apresentações muito boas, não tem como explicar a magia que acontece quando os primeiros acordes começam. 

Desde criança eu gosto do trabalho musical da banda, mas nunca estivera em um show. E há muito tempo eu não ia à Concha Acústica. Eu sei as razões disso, mas são pessoais demais para serem expostas aqui. O fato é que ontem foi o dia do encontro e do reencontro. Encontrar o Roupa Nova e reencontrar a Concha. O show foi simplesmente M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!!!! No final (final mesmo, depois do bis), os músicos fizeram a festa da plateia jogando palhetas das guitarras e baixos, as batutas da bateria e as toalhas (brancas) que eles usaram para enxugar o suor durante a apresentação. 

E, pasmem! Eu, marinheira de primeira viagem, peguei uma das toalhas! A minha amiga e a prima dela, que me fizeram companhia nesta noite incrível, já estiveram em um milhão de apresentações do grupo e nunca conseguiram agarrar nenhum dos "brindes". Sorte de principiante? De onde será que vem essa crença? A seguir, cenas do próximo capítulo. Falarei sobre isto na postagem de amanhã, com base em algumas pesquisas rápidas da internet e, claro, na minha visão sobre o assunto. Promete!

domingo, 4 de março de 2018

The Oscar goes to...

Domingo da maior premiação do cinema mundial, que atrai holofotes do mundo inteiro. Sempre com polêmicas a glamour, o prêmio chega à nonagésima edição. Não assisti a nenhuma das películas indicadas ao prêmio principal, o que não é nenhuma novidade. Apenas vi (e amei) O Poderoso Chefinho, que concorre na categoria animação. Gosto de cinema, mas a sétima não é a arte que mais me encanta. Estou muito longe de ser cinéfila e nem com a assinatura da Netflix os filmes se tornaram meu principal entretenimento. Por isso, terei meu momento Glória Pires para dizer que, sobre o Oscar, "não sou capaz de opinar".

Para disputar a audiência com o Oscar, Sílvio Santos exibe o Troféu Imprensa (certo, não é exatamente no mesmo horário, mas está valendo). É uma espécie de versão brasileira da premiação, voltada às produções televisivas. Acompanhei várias edições do Troféu Imprensa com minha mãe, que sempre se sentiu uma das "colegas de trabalho" do homem do Baú. Quando fui crescendo e começando a questionar a representatividade dos jornalistas que escolhem os premiados, parei de assistir. E então, hoje vai ser televisão desligada e dormir cedo. 

sábado, 3 de março de 2018

A cirurgia de Neymar

Neymar Jr. vem ao Brasil para submeter-se a uma cirurgia no pé e ocupa mais espaço na mídia do que qualquer outro assunto. Qual não foi minha surpresa quando vi que o meu comentário jocoso de que transmitiriam ""ao vivo o procedimento médico quase se tornou uma realidade. Grandes portais na internet fizeram a cobertura no estilo "lance a lance". O exagero de tempo destinado a celebridades nos traz uma série de questionamentos sobre muitas coisas. O papel social do jornalismo entre elas. 

Não é porque comecei a fazer outra graduação que deixei de gostar do Jornalismo ou ser jornalista. E o que percebo é uma transformação no perfil de profissionais que as faculdades estão formando. Se até pouco tempo os estudantes tinham o sonho de mudar o mundo com uma caneta, hoje o sonho é se tornar uma celebridade. Há jornalistas se achando mais importantes que a notícia, o que é muito perigoso. 

Claro que a cirurgia de Neymar Jr. tinha que ser pauta jornalística, é o principal nome da seleção brasileira de futebol que se machuca a poucos meses da Copa do Mundo. Principal nome, na minha opinião, não o principal atleta. Acho Neymar um bom jogador, mas não tanto quanto parte da mídia nos tenta fazer acreditar (o próprio Neymar acredita nisso e em muitos momentos se comporta como um rei absolutista). Para mim, falta ao jogador o pensar coletivo, o jogar para a equipe. 

Até então, o principal feito de Neymar com a camisa da seleção foi conquistar o coração da Bruna Marquezine. Não foi brilhante em nenhuma das partidas que disputou pela Copa do Mundo em 2014  (não sei se lembram mas ele lesionou a coluna no jogo contra a Colômbia). Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, dois anos depois, foi dele a cobrança do último pênalti na disputa com a Alemanha, mas os louros devem, no mínimo, serem divididos com Weverton, que defendeu em um dos chutes dos alemães. 

Por tudo isso e pela situação atual do País, acho que Neymar merecia, no máximo, um quarto de página de um jornal e não um caderno inteiro. 


sexta-feira, 2 de março de 2018

Papo sério

Algumas pessoas me cobram mais posicionamentos políticos ( no sentido mais amplo da palavra) na internet. Não os expresso porque há muito discurso de ódio e não quero suscitar nem alimentar esse tipo de coisa, mas resolvi comentar um episódio ocorrido na Capital baiana nesta semana. Jornalistas do A Tarde, o periódico mais tradicional da cidade, foram suspensos por protestar contra o não recebimento dos salários há dois meses (fora encargos trabalhistas não recolhidos, tíquete alimentação e décimo terceiro dos últimos dois anos). 

Há tempos o jornal A Tarde enfrenta uma crise. Ultrapassado em participação de mercado e vendas, há muito é alvo de burburinhos que denunciam "limpas" periódicas na redação para substituição dos profissionais mais antigos (salários mais altos) por recém-formados. A diversidade é importante e enriquece qualquer ambiente, mas uma renovação em massa, de tempos em tempos, soa, no mínimo, exagerada. Nos bastidores da imprensa baiana, aposta-se no último suspiro do periódico desde o início da crise, mas o veículo recusa o status de moribundo e luta bravamente pela (sobre)vida. E quem são os soldados no campo de batalha? Aqueles que escrevem as notícias. 

A atitude do jornal provoca várias discussões e reflexões desde a fragilidade ainda maior do trabalhador diante da recente flexibilização da legislação trabalhista (não somente a CLT foi rasgada mas a Lei Áurea também) até sobre os destinos do jornalismo. Escrevi por aqui minhas frustrações com o jornalismo excessivamente conectado, que é pautado por redes sociais de celebridades ou mensagens de comunicadores instantâneos dos leitores/espectadores/ouvintes/internautas e abre mão do princípio básico da profissão que é a apuração das notícias. 

Tenho uma tendência a ser sempre otimista e acreditar que do caos pode nascer um novo rumo, uma nova perspectiva, ainda que os indícios apontem justamente o contrário. É esta minha mania de insistir no ser humano. Aos colegas de profissão de A Tarde, a minha solidariedade e votos de que tudo se resolva da melhor forma possível e com agilidade. 

quinta-feira, 1 de março de 2018

A curiosidade matou o gato

A expressão que utilizei no título vem de um experimento de mecânica quântica de Schrodinger. Não me atreverei a explicar, recorram ao Google por gentileza. Há outra versão que defende que a expressão surgiu na Idade Média, quando as pessoas associavam o gato (principalmente o preto) a coisas ruins e montavam armadilhas para exterminá-los. Curiosos por natureza, os bichanos acabavam vítimas fatais. Sinceramente, prefiro esta versão. Aceitarei como minha verdade. 

Não condeno a curiosidade. O que seria da ciência sem ela? Eu tenho uma natureza curiosa. Consigo me ver perfeitamente na definição do dicionário porque gosto de experimentar, de conhecer coisas novas. Prezo muito pela segurança e isto, algumas vezes, é um conflito, porque me leva ao cálculo dos riscos (e a curiosidade os despreza). Epa! Aqui não é um divã para mim mesma...

Estou em uma fase em que a natureza curiosa está ainda mais latente. Em parte, pela volta aos estudos, pela motivação em conhecer uma área que me encanta mais e mais a cada dia. Opa! Acho que posso escrever exatamente a mesma frase em relação a uma determinada pessoa ... eu me encanto mais e mais a cada dia. E olha que eu ainda não conheci nada, mas a profundidade daquele olhar é um convite para me jogar sem amarras. É como a imensidão do mar, eu sei que posso me afogar, mas aqui estou disposta a correr os riscos, calculados ou não.

A curiosidade matou o gato e agora guia a gata (péssimo trocadilho, eu sei, mas me permito um autoelogio de vez em sempre).